Sumários

Não houve aula. O docente está em mobilidade.

30 Setembro 2021, 15:30 Rodrigo Furtado

Não houve aula. O docente está em mobilidade.


As heranças

30 Setembro 2021, 09:30 Angélica Varandas

O império romano e o advento do cristianismo. Édito de Milão e Édito de Tessalónica.

A patrística.


Ciceronianus e/ou Christianus? ‘Onde estiver o teu tesouro, aí está também o teu coração’.

28 Setembro 2021, 15:30 Rodrigo Furtado

1.     O caso de Serapeum de Alexandria:

a.      A interpretação da moda:

 

https://youtu.be/UAWZSSGjIvw  (Agora, A. Aménabar, 2009)

 

 

b.     Fontes: Rufino, Sócrates, Sozómeno (não gosta de Teófilo), Teodoreto e Eunápio (pagão).

c.      não referem qualquer biblioteca;

d.     Teófilo de Alexandria retira de um templo abandonado objectos sagrados;

e.      Reacção pagã: tomam o Serapeum, torturam e crucificam cristãos;

f.       Acabam por ser expulsos e os líderes, que eram filósofos neo-platónicos, perdoados por Teodósio;

 

Mataram muitos cristãos, feriram outros e tomaram o Serapeum, um templo que era notável pela beleza e grandeza e que estava situado num lugar alto. Converteram-no numa cidadela temporária; e para ali transportaram muitos dos cristãos, torturam-nos e obrigaram-nos a oferecer sacrifícios. Aqueles que recusaram obedecer foram crucificados, tiveram ambas as pernas quebradas ou foram mortos de algum modo cruel. Quando a sedição já durava há algum tempo, os governantes vieram e instaram o povo a lembrar as leis, a depor as armas e a abandonar o Serapeum

Sozómeno 7.15.

2.     A negligência: A decadência da religiosidade cívica.

“Imaginei na minha cabeça o tipo de procissão que seria, com um homem a ter visões sonho: animais para sacrifícios, libações, refrões em honra do deus, incenso e os jovens da cidade a rodear o santuário, com as suas almas adornadas com toda a santidade e eles próprios vestidos com vestes brancas e esplêndidas. Mas quando entrei no santuário, não encontrei incenso, nem um bolo, nem um animal para sacrifício. Nesse momento fiquei espantado e pensei que ainda estava fora do santuário e que estavam à espera de um sinal meu, dando-me essa honra por eu ser o sumo pontífice. Mas quando comecei a indagar que sacrifício a cidade pretendia oferecer para celebrar a festa anual em honra do deus, o sacerdote respondeu: 'Trouxe comigo da minha casa um ganso como uma oferenda ao deus, mas a cidade desta vez não fez preparativos.” Juliano, Misopogon (sobre o santuário de Apolo em Dafne, perto de Antioquia).

 

3.     Cristianismo e ambiguidades na época de Constantino (306-337).

    1. O carácter ambíguo das atitudes de Constantino:

                                               i.     a manutenção dos ritos cívicos;

                                              ii.     os templos da deusa Thychê e dos Dióscuros em Constantinopla;

b.     O Cristianismo como padrão cultural: ser cristão é ser como o imperador.

c.      A argumentação a favor da proibição dos rituais não cristãos. Um combate não apenas contra o politeísmo. Um combate pela racionalidade e a cultura: Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo.

 

4.     A educação clássica e a doctrina christiana.

a.      Educação e novos desafios.

                                               i.     A educação clássica ao serviço da vida política: o triuium.

                                              ii.     Saberes úteis e inúteis : em função da cidade.

                                             iii.     As ‘escolas’ cristãs de Alexandria e de Antioquia no século III; o direito dos Cristãos poderem aceder à educação;

‘Quero pedir-te que extraias da filosofia dos Gregos o que pode servir como um plano de estudo ou uma preparação para o cristianismo, e da geometria e astronomia o que servirá para explicar as Sagradas Escrituras, para que o que todos os filhos dos filósofos costumam dizer sobre geometria e música, gramática, retórica e astronomia, como companheiros auxiliares da filosofia, possamos dizer nós, sobre a própria filosofia, em relação ao cristianismo. Talvez algo deste tipo esteja suposto no que está escrito no Êxodo, da boca de Deus: que ele ordenou aos filhos de Israel que pedissem aos seus vizinhos e àqueles que habitavam com eles, vasos de prata e ouro e vestes, de modo a que, ao espoliarem os egípcios, eles pudessem ter material para a preparação das coisas que pertencem ao serviço de Deus’. (Orígenes, Carta a Gregório)

‘Não devemos errar em defender que todas as coisas necessárias e proveitosas para a vida nos vieram de Deus, e que a filosofia foi mais especialmente dada aos Gregos, como uma aliança especial com eles - sendo, como é, um degrau para a filosofia que existe de acordo com Cristo’. (Clemente de Alexandria, Stromata 8)

‘Apresentarei os melhores contributos dos filósofos dos Gregos, porque tudo o que há de bom foi dado aos homens de cima por Deus '”(João Crisóstomo, Capítulos Filosóficos, Prefácio).

                                             iv.     A Doctrina Christiana de Agostinho de Hipona.

 

b.     Tradição literária e novos conteúdos : pseudomorfose cultural.

                                               i.     Claudiano : um poeta egípcio em Roma ao serviço de Estilicão. O maravilhoso pagão como adereço.

                                              ii.     A oratória clássica ao serviço da religião: João Cristóstomo, aluno de Libânio;

iii.   Juvenco e os Euangelii libri


A Idade Média e o século XIX.

28 Setembro 2021, 09:30 Angélica Varandas

O contributo dos séculos XVIII e XIX na redescoberta do período medieval e no surgimento dos Estudos Medievais.

O medievalismo e o neomedievalismo.


A complexificação de Deus – debates em torno da divindade cristã e a definição da Trindade.

23 Setembro 2021, 15:30 Rodrigo Furtado

I.                Niceia – 20 de Maio – 325.

1.      Um imperador; 318 (?) bispos de todo o império; c. 1800 participantes.

2.      Niceia (Iznik): uma cidade grega entre a Europa e a Ásia. No palácio imperial.

3.      Um problema: quem é/era Jesus de Nazaré. Um problema cristológico.

 

II.              As devoções imperiais

1.      As devoções particulares: E.g. Heliogábalo (imp. 218-222); Severo Alexandre (imp. 222-235); Aureliano (imp. 270-275); Diocleciano (284-305) e Maximiano (293-305).

 

‘E porque aquele verso que o poeta romano cantou sobre o vosso Júpiter, que tudo está pleno de Júpiter, provavelmente contemplando no seu espírito que, embora o próprio Júpiter detenha o vértice mais alto do céu, sentando-se sobre as nuvens e sobre os ventos numa luz perpétua, a sua divindade e a sua razão derramam-se sobre o mundo, isso agora eu ouso pregar sobre cada um de vós: onde quer que estejais, ainda que vos retireis para um só palácio, a vossa divindade espalhar-se-á e todas as terras e todos os mares estarão cheios de vós. O que há de admirável nisto se, uma vez que este pode estar cheio de Júpiter, possa  estar também cheio de Hércules? (Mamertino, Panegírico a Maximiano 11.14.2-4)

 

2.      Constantino (306-337): as visões de Apolo; o sonho da véspera da ponte Mílvia: o . A visão: Ἐν τούτῳ νίκα/in hoc signo uinces.

 

III.             O Arianismo.

1.     Ário (256?-336): um sacerdote que se incompatibiliza com Alexandre de Alexandria. Concílios locais e violência entre partes.

2.     Subordinacionismo ou Coordenacionismo (no tempo e na essência)? Uma divindade una ou uma divindade trina? Igualdade ou diferença? Criatura?

3.     O Arianismo e a discussão acerca do lugar de Cristo na Trindade. A substância do Filho, as doutrinas de Ário e o concílio de Niceia (325). ‘Filho unigénito’?; ‘nascido do Pai’?; ‘Deus de Deus’?; ‘Gerado não criado’?; ‘Consubstancial ao Pai’?.

 

IV.             O concílio de Constantinopla (381).

1.      Teodósio (379-395): convoca o concílio de Constantinopla, mas não participa nas sessões.

 

Creio em Deus, Pai todo poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em Jesus Cristo, seu único filho, nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por ele, todas as coisas foram feitas e por nós homens e para nossa salvação, desceu dos céus e encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria (Credo de Niceia-Constantinopla)

 

V.              Éfeso (431) e Calcedónia (451).

1.      Os concílios de Éfeso (431) e de Calcedónia (451).

2.      O debate sobre as duas naturezas de Cristo – Monofisismo e Nestorianismo.

3.      A derrota do Monofisismo em Calcedónia: ἐν δύο φύσεσιν ἀσυγχύτως, ἀτρέπτως, ἀδιαιρέτως, ἀχωρίστως – in duabus naturis inconfuse, immutabiliter, indivise, inseparabiliter (=em duas naturezas, de forma inconfusa, imutável, indivisa e inseparável).