Sumários

O boom demográfico, urbanístico e económico grego: as evidências e as explicações.

26 Setembro 2023, 11:00 Rodrigo Furtado



I.                A singularidade grega.

‘O crescimento populacional causou redistribuições do poder por todo o Mediterrâneo no século VIII. Na Itália, os enterramentos sugerem a emergência dos primeiros líderes fortes e na Sardenho os senhores do início da Idade do Ferro atingiram o pico da sua riqueza e do seu poder. Na Sicília, sul de França e no oriente da Espanha os desenvolvimentos foram mais lentos, mas também há evidência suficiente para uma riqueza e um poder político cada vez mais centralizados entre 800-500 a.C. No Oriente do Mediterrâneo, onde os textos fornecem uma visão mais completa, o Egipto e a Assíria assistem ao florescimento de instituições locais em detrimento das cortes centrais, em meados do século VIII. Contudo, na Assíria, esta fase, conhecida como ‘o intervalo’ (783-744 a.C.) termina com o golpe de Tiglath-Pileser III e com a transformação do poder real; e no Egipto, a XXV dinastia núbia também contrói instituições centrais mais fortes. Na Anatólia, os reinos frígios e lídios tornam-se forças maiores durante o século VIII. Apenas no Egeu, segundo parece, o século VIII não produziu reis mais poderosos’.

I. Morris (2009), ‘The eighth-century revolution’, A Companion to Archaic Greece, Malden, Oxford, Victoria, 74.

 

A formação de estados gregos após a Idade do Bronze pode ser caracterizada pela falta de uma autoridade centralizada adequada. Por que razão os governantes gregos da Idade do Ferro não conseguiram estabelecer ordens sociais mais centralizadas preparadas para se consolidarem em alguns estados maiores (no modelo das cidades-estado da Idade do Bronze no oeste da Síria ou das cidades-estado fenícias da Idade do Ferro, ou talvez em um extenso estado imperial no modelo de Cartago ou Roma)? Como podemos explicar o surgimento e a persistência de um grande número de pequenos estados dentro de uma única zona cultural? E por que, nesses muitos pequenos estados, a autoridade frequentemente era distribuída entre um corpo relativamente grande de cidadãos em vez de ser concentrada numa elite governante restrita?

J. Ober (2015), ‘Citizens and specialization before 500 BCE’, The rise and fall of Classical Greece, Princeton, Oxford, 128.

II.              A emergência do factor “político” em Homero.

 

‘Mas o povo estava reunido na agora; pois surgira aí | um conflito e dois homens discutiam a indeminização | por outro, assassinado. Um deles afirmava ter pago tudo, | em declarações ao povo; o outro negava-se a aceitar o que fosse. | […] O povo incitava ambas as partes a ambas apoiando. | Os arautos continham o povo; mas os anciãos | estavam sentados em pedras polidas no círculo sagrado, | segurando nas mãos os ceptros dos arautos de voz penetrante. | Com eles se levantavam e julgavam um de cada vez’.                                                  

Ilíada 18.497-500, 502-506.

III.            De novo, a arqueologia e o ‘aumento demográfico’?

           1.    As sepulturas e os templos na Ática e na Argólida: a expansão das práticas funerárias com sepultura.

 

IV.             A revolução hoplítica.

1.     A revolução hoplítica: o vaso Chigi.

2.     A falange: armas e combate. A prioridade de Argos.

3.     A igualdade; a intermutabilidade; a ‘homologia de estrutura’ (M. Detienne).

Uma imagem com arte, Artefacto, quadro, interior

Descrição gerada automaticamente

Vaso Chigi, Veios, 650-640 a.C., Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia 

 

 

V.              O que é preciso para que haja um império?

 

 

VI.             Questões específicas da Grécia.

          1.     A dispersão geográfica.

          2.     O colapso do final da Idade do Bronze.

          3.     A instabilidade da sociedade de big men.

 

VII.           Reorganização: When did the polis rise?

1.     O que quer dizer polis?

Πόλις = ἄστυ (asty) = cidade

Πόλις = γῆ/χώρα (gê/chôra) = território

Πόλις = Κοινωνία (koinônia) = comunidade

 

VIII.         A inscrição de Dreros (VII a.C.)

 

‘Parece, pois, bom para a cidade que, quando um homem tiver sido kosmos, nos próximos dez anos não lhe seja permitido ser kosmos. Se agir como kosmos, qualquer que seja a sua decisão, que pague a dobrar e que ele seja tornado inútil durante o resto da sua vida, amaldiçoado pelos deuses e , o que quer que ele tenha feito como kosmos não valha nada. Juram esta decisão: o kosmos e os damioi e os Vinte da Cidade’.


Bibliografia Sumária

Ober, J. (2015), ‘Citizens and specialization before 500 BCE’, The rise and fall of Classical Greece, Princeton, Oxford, 123-155.

……………………………………

Hall, J. (2014), ‘Defining the political community’, A History of the Archaic Greek World, Malden, Oxford, Victoria, 200-226.

Hall, J. (2007), ‘Polis, community, and ethnic identity’, The Cambridge Companion to the Archaic Greece. Ed. H. A. Shapiro, Cambridge, 40-60.

Kistler, E. (2004), ‘Kampf der Mentalitäten: Ian Morris’ ‘Elitist’ versus ‘Middling-Ideology’?’, Griechische Archaik: Interne Entwicklungen, Externe Impulse, Berlin, 145–175.

Morgan, C. (2009), ‘The Early Iron age’, A companion to Archaic Greece. Ed. K. A.Raaflaub, H. van Wees, Malden, Oxford, Victoria, 43-63.

Snodgrass, A. M. (1980), Archaic Greece. The age of experiment, Berkley, Los Angeles.

A Civilização Minóica

21 Setembro 2023, 17:00 Joana de Jesus Mira Pinto Salvador da Costa


A Civilização Minóica.
O quadro cronológico.
Creta e a caracterização da cultura palaciana, sociedade, religião e as escritas.
A transformação da economia agrícola para a economia do comércio exterior. A Talassocracia Minóica.   
Teses para o fim da civilização minóica.

Génese e diversificação das estruturas políticas no Egeu. Um período de migrações: a colonização grega.

21 Setembro 2023, 11:00 Rodrigo Furtado


               I.        O mundo a mudar a partir de 800.

           1.    Antes de 800: a talossacracia fenícia (1000-650) – uma nova vaga orientalizante no Mediterrâneo;

           2.    A XXV dinastia núbia no Egipto e a formação do império kushita (745 a.C.);

           3.    Tiglath-Pileser III (745-727 a.C.): o nascimento do Império Assírio; a conquista da Fenícia (738 a.C.)

 

Uma imagem com mapa, texto, atlas

Descrição gerada automaticamente

S. Netchev (2022), ‘The Phoenician Expansion c. 11th to 6th centuries BCE’ World History Encyclopedia (https://www.worldhistory.org/image/14796/the-phoenician-expansion-c-11th-to-6th-centuries-b/).

 

Uma imagem com texto, mapa, atlas

Descrição gerada automaticamente

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/07/Kushite_heartland_and_Kushite_Empire_of_the_25th_dynasty_circa_700_BCE.jpg

Uma imagem com texto, mapa, software, Software de multimédia

Descrição gerada automaticamente

B. Cunliffe (2008), Europe between the oceans. 9000 BC-AD 1000, New Haven, London, 239.

 

            II.         A sociedade dos séculos XI-VIII.

  1. Os big men e a sua pequenez. A natureza da liderança e da autoridade.

a.    Os poemas homéricos como fonte para o século VIII.

b.    Big men: a ausência de poder económico, de influência territorial e de elementos claros de diferenciação;

 

           III.         A Grécia entre os séculos IX-VIII a.C..

Fonte: R. Osborne (1996), Greece in the Making. 1200-479 BC; London and New York, 39-40.

Mapa 1: Sítios da Ática ocupados no século IX a.C.

Mapa 2: Sítios da Ática ocupados no século VIII a.C.

 

           IV.         Intensificação.

1.     O aumento demográfico e o aumento do número de povoados: Ática.

2.     O desenvolvimento da agricultura no século VIII – novas sementes; a oliveira.

3.     O aumento da prosperidade: a Eubeia (Lefkandi); a Ática (Perati); as ilhas do Egeu; a Jónia.

Hermahai on X: "1/ One of the first communities to recover after the  Mycenaean collapse was Lefkandi in the southern Euboean Gulf, restoring  trade relations with other parts of the Aegean and

 

4.     Os primeiros templos e as ofertas votivas: o nascimento da geografia religiosa clássica.

5.     O retomar dos contactos: o bronze e o cobre.

6.     A (re)invenção da escrita: do alfabeto fenício ao grego.

 

              V.        Migrações: a primeira fase da colonização grega (século VIII a.C.): um Mediterrâneo fervilhante.

 

‘The context for the archaic history of the Greeks of the west, the Greeks of the homeland, and of the Carthaginians, is founded in a Mediterranean that is “characterized by great demographic dynamism and, partly in consequence, great geographic mobility of people and goods.” (Antonaccio, 2007: 316)

 

‘A decentred rhizome, an endless, interconnected root system (a network with no center) giving rise to leafy plants above the surface’. (Antonaccio, 2007: 316)

 

1.     A primeira fase da colonização grega (século VIII a.C.): um Mediterrâneo fervilhante.

a.     Os colonizadores: a prioridade da Eubeia. A prioridade comercial.

b.     Pitecusas (Ísquia).

c.      Sicília e Magna Grécia..

 

2.     A segunda fase da colonização grega (século VII a.C.).

a.      As áreas de ocupação: o Mar Negro, o norte do Egeu. O controlo do Bósforo


Bibliografia Sumária

Morris, I (2009), ‘The eighth-century revolution’, A Companion to Archaic Greece, Malden, Oxford, Victoria, 64-80.

……………………………………

Antonaccio, C. M. (2007), ‘Colonization: Greece on the move. 900-480 BC’, Cambridge companion to the Archaic Greece. Ed. H. A. Shapiro, Cambridge, 201-224.

Antonaccio, C. M. (2009), ‘The western Mediterranean’, A companion to Archaic Greece. Ed. K. A.Raaflaub, H. van Wees, Malden, Oxford, Victoria, 314-329.

Boardman, J. (19994rev.), The Greeks overseas. Their early colonies and trade, London.  

Deger-Jalkotzy, S., Lemos, I. S., ed. (2006), Ancient Greece: from the Mycenaean palaces to the age of Homer, Edinburgh.

Dickinson, O. (2006), The Aegean from Bronze Age to Iron Age: continuity and change between the twelfth and eighth centuries BC, London, New York, 24-78.

Hall, J. M. (2007), ‘Polis, community, and ethnic identity’, The Cambridge Companion to the Archaic Greece. Ed. H. A. Shapiro, Cambridge, 40-60.

Malkin, I. (1998), The Returns of Odysseus: Colonization and Ethnicity, Berkeley.

Malkin, I. (2004), “Postcolonial Concepts and Ancient Greek Colonization.” Modern Language Quarterly 65, 341–64.

Morgan, C. (2009), ‘The Early Iron age’, A companion to Archaic Greece, Malden, Oxford, Victoria, 43-63.

Sherratt, S., Sherratt, A.G. (1993). ‘The growth of the Mediterranean economy in the early first millennium BC’, World Archaeology 24, 361-378.

Snodgrass, A. M. (1980), Archaic Greece. The age of experiment, Berkley, Los Angeles.

 



Geografia e génese do Mundo Egeu

19 Setembro 2023, 17:00 Joana de Jesus Mira Pinto Salvador da Costa


Análise de fontes 
Geografia e génese do Mundo Egeu:território, clima, fauna e flora
Introdução à civilização minóica.

«Micenas rica em ouro» – a sociedade do Bronze: memória e arqueologia. Povoados e palácios micénicos. A queda dos palácios e a época obscura.

19 Setembro 2023, 11:00 Rodrigo Furtado


«Micenas rica em ouro» – a sociedade do Bronze: memória e arqueologia. Povoados e palácios micénicos. A queda dos palácios e a época obscura.

 

                 I.         À descoberta dos heróis.

1       As escavações de Heinrich Schliemann.

2       A escrita:  Linear B; M. Ventris e a ‘descodificação’.

 

               II.         O mundo micénico (séc. XVI-XII): memória(s) e arqueologia.

1.      O esplendor do mundo dos mortos: enterramentos e objectos (s. XVII-XVI). O túmulo de Atreu (s. XIV).

2.      O mundo micénico centrado em cidades: o mundo urbano: os palácios micénicos

3.       Um mundo militarizado

4.       Linear B: desilusões e potencialidades interpretativas.

5.      Os contactos com o exterior.

 

Uma imagem com mapa, texto, atlas

Descrição gerada automaticamente

S. Netchev (2021), ‘Mediterranean Trade in the Late Bronze Age c. 1400-1200 BCE.’, World History Encyclopedia  (https://www.worldhistory.org/image/14880/mediterranean-trade-in-the-late-bronze-age-c-1400/)

 

 

              III.         A derrocada dos palácios: rever os dados, matizar interpretações, discutir teses.

1.      O colapso dos Impérios no Mediterrâneo Oriental: Hitita; Império Novo (ca. 1050 a.C.).

2.      Os séculos XII-XI – a queda dos palácios.

3.      O que aconteceu? Teses militares, sociais e económicas.

4.      Os Povos do Mar?

 

 

 

 

Uma imagem com mapa, texto, atlas

Descrição gerada automaticamente

S. Netchev (2022), ‘The Late Bronze Age Collapse c. 1200 - 1150 BCE’, World History Encyclopedia (https://www.worldhistory.org/image/15310/the-late-bronze-age-collapse-c-1200---1150-bce/)

 

 

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/75/Third_Intermediate_Period_map.svg

 

 

              IV.         A época obscura (séc. XI-IX)

1.      Características gerais do povoamento.

 

                V.         A recuperação a Oriente.

1.      Antes de 800: a talossacracia fenícia (1000-650) – uma nova vaga orientalizante no Mediterrâneo;

2.      A reunificação do Egipto: Dinastia XXII (945 a.C.).

3.      A XXV dinastia núbia no Egipto e a formação do império kushita (745 a.C.);

4.      Tiglath-Pileser III (745-727 a.C.): o nascimento do Império Assírio;a conquista da Fenícia (738 a.C.)

5.      A excepção do Egeu.

 

Uma imagem com texto, mapa, software, Software de multimédia

Descrição gerada automaticamente

B. Cunliffe (2008), Europe between the oceans. 9000 BC-AD 1000, New Haven, London, 239.

Bibliografia Sumária:

Bendall L. (2007), Economics of religion in the Mycenaean world: resources dedicated to religion in the Mycenaean palace economy, Oxford.

Bennet, J. (2007), ‘The Aegean Bronze Age’, The Cambridge Economic History of the Greco-Roman World, Cambridge, 175-210.

Chadwick, J. (1976), The Mycenaean World, Cambridge.

Cline, E. H., ed. (2010), Oxford Handbook of the Aegean Bronze Age, Oxford.

Cullen, T., ed. (2001), Aegean Prehistory: A Review, Boston.

Dickinson O. (1994), The Aegean Bronze Age, Cambridge.

Parker, V. (2014), The Mycenaean age’, ‘A history of Greece. 1300-30 BC., Malden, MA, Oxford, Chichester, 23-57.

Schofield, L. (2007), The Mycenaeans, London.

Shelmerdine, C. W., ed. (2008), The Cambridge Companion to the Aegean Bronze Age, Cambridge.

Snodgrass, A. M. (2000r), The Dark Age of Greece: An Archaeological Survey of the Eleventh to the Eighth Centuries, Edinburgh

Tartaron, T. (2008), ‘Aegean prehistory as world archaeology: recent trends in the archaeology of Bronze Age Greece’, Journal of Archaeological Research 16, 83-161.