Sumários

O Islão e a China como pólos chave no conhecimento de Ásias da Ásia

9 Novembro 2017, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 15


 

 

Os pólos chave na acumulação e tratamento da informação e na formulação de conhecimentos sobre Ásias da Ásia (s. VIII a s. XV). Textos chineses sobre o Islão “Tongdian” de Du You/Junging (735-812) por volta de 850 e textos islâmicos como o “Livro de Soleimão”/c.851 em árabe e de mercador anónimo acerca da navegação do Golfo Pérsico à China: leitura comentada de passagens. Outras obras mencionadas e comentadas: “Informação sobre a China e a India” de Abou – Zeid/878, o relato persa de Ghiyata Edin/1419-1423 e o “Tratado da China” texto anónimo persa de c. de 1496: leituras comentadas. O peso das línguas/traduções e a Pérsia como placa eurasiática chave do s. V a.C. ao s. XV. As seis grandes constantes na informação e conhecimento do s. VIII ao s. XV e os tipos de quadros produtores de matéria asiática.

 

Bibliografia

 

Fontes:

 

Aly Mazahéri – La Route de la Soie, Paris, Papyrus, 1983

 

Estudos :

 

Gosch, S. e Peter N. Stearns – Premodern Travel in World History, N. Iorque, Routledge, 2008

 

Park, Hyunhee – Mapping the Chinese and Islamic Worlds: Cross-Cultural Exchange in Pre-Modern Asia, Cambridge, C. U. Press, 2012

 

Smith, Richard L. – Premodern Trade in World History, Londres, Routledge, 2009


Informação e Conhecimento acerca de Ásias da Ásia (s. V a.C. – s. XV)

7 Novembro 2017, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 14

 

Lógicas de proximidade e de distanciamento nas recolhas de informação e na formulação de descrições e de explicações. Os polos mais avançados no saber pontual e disperso de Ásias da Ásia (s. V a.C. a s. VI): Gregos asiatizados e China. Leitura comentada de passagens de obras sobre Pérsia, Índia, Ásia Central: Heródoto de Halicarnasso (c. 485/484 a.C. – c. 430/420 a.C.) da Pérsia como espelho e oposição à valorização da Índia como fronteira mais Oriental da Ásia, a terra mais habitada e riquezas; Ctésias de Cnido (s. V a.C.), a “Pérsica” e a “Indica”. Os “Índios”/Indianos como os mais numerosos e muito justos. A Índia como limite extremo da Ásia (em Jónico) e as informações acerca da abundância, riqueza, flora e fauna; Estrabão (c. 64-63 a.C. – c 24/25 D.C.) e a “Geografia” do Estreito de Gibraltar até à Índia/Indico. A Índia como “a maior de todas as Nações e a mais afortunada”. O polo chinês: Zhang Qian (s. II a.C.) e a “Memória de Dayaun” com base na viagem de 138 a.C.  a 126 a.C. (cap. 123 do Shiji de Sima Qian). Informações da bacia de Fergana à Bactria, Partia, India. Levantamentos da Ásia Central nómada e sedentária, escritas e armas, produtos e cidades, (Anxi); Faxian (c.340? – c. 429?) e a “Memória dos Países Budistas” (Viagem à India de 339 a 412).  Viagem- peregrinação Budista da Ásia Central e India, a Ceilão e via marítima China. Um Tratado de Budismo Indiano (Theravada/Pali e Sthavira/Sânscrito com dados sobre os Budismos Hinaiana e Mahayana). Textos sagrados e traduções.

O polo Islâmico e as obras de Al-Biruni (973-1048) acerca da India e a “Rihla” de Ibn Batuta (1304-1377) da India Islâmica à China como valoração.


Lógicas e Processos no Conhecimento de Matérias Asiáticas

2 Novembro 2017, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 13

 

Elementos para um modelo: faces e fases na longa duração. Andamentos do S. V a.C. ao século VI a propósito de conhecimentos sobre a Pérsia/Irão, zonas da Ásia Central e da India/Indico. Os dois grandes polos de informação e conhecimento: Grécia/Roma e a China. Os andamentos do século VII ao século XV e a hegemonia dos polos Islão (árabe/persa) e China. O andamento do século XVI ao XVIII e a hegemonia de Europas da Europa na acumulação de informação e produção de conhecimentos sobre Ásias da Ásia com recuos informativos do Islão e China. Línguas e centros europeus de matérias asiáticas: de Lisboa a Londres, Berlim, Paris. Os horizontes de informação e de conhecimento exotópico das Ásias da Ásia nos séculos XIX e até finais do século XX: Europa e E. Unidos em hegemonia. A situação do conhecimento em 2017 e desde os finais do século passado: as línguas maiores de sentido e razão exotópicos das Ásias da Ásia (inglês, chinês, japonês, alemão, francês). Relações/conexões internacionais/transculturais e as possibilidades / necessidades de conhecimentos. Os diferentes ritmos de acumulação, progressão, dissipação dos conhecimentos e informações.

 

Fontes mencionadas:

 

Al-Biruni – Albertuni´s India, ed. E. C. Sachau, Londres, Kegan & Paul, 1910, 2. Vols.

 

Coedès, G. (ed.) – Textes d´auteurs grecs et latins relatifs à l´Extrême – Orient depuis le IV siècle a.c. – Jusqu au XIV siècle, Paris, Leroux, 1910

 

Faxian – A Record of Buddmistic Kingdoms…, Oxford, Clarendon Press, 1886 (1. Ed. Chinesa, Fuzhou, 1104)

 

Ibn Battüta – The Travels of Ibn Battüta (1325-1354) ed. Defrèmery e B. Sanguinetti, Cambridge, Hakluyt Society, 1958, 4 vols.

 

Pereira, Tomás/Xu Risheng – Obras, coord. de Luis Filipe Barreto, Lisboa, CCCM, 2012, 2 vols.

 

Yu Taishan (ed.) – A Concise Commentary on Memoirs on the Western Regions in the Official Histories of the Western and Eastern Haw, Wei, Jin and Southern and Northern Dynasties, Pequim, Commercial Press, 2014


Aula prática sobre a análise de textos tendo em vista os trabalhos de grupo

31 Outubro 2017, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 12


 

A propósito das obras The East in the West (1996) de Jack Goody (1919-2015) e The Geography of Thought (2003) de Richard E. Nisbett: algumas indicações práticas de análise textual. Levar à prática os princípios reguladores da análise: (1) Imanência; (2) Autonomia; (3) Conjunto/totalidade; (4) Interdependência.

Do textual ao intertextual e ao co(n)textual: a propósito das obras do próprio J. Goody (1977 a 1993) anteriores a 1996 e presentes em The East in the West. O exemplo prático da análise das bibliografias: seriar as línguas, os domínios, as datas, as nacionalidades, etc., tornando visível o sentido Presente mas não Patente no imediatamente visível e legível. Toda a análise pede métodos múltiplos e práticas mistas de método: qualitativas e quantitativas, semânticas e comparativas, etc.

 

Bibliografia de métodos de análise em C. Sociais e Humanidades mencionada:

 

Abbott, Andrew – Methods of Discovery: Heuristics for the Social Sciences, N. Iorque, Norton, 2004

 

Becker, Howard S. – Tricks of the Trade: How to Think about your Research while you´re Doing it, Chicago, the U. of Chicago Press, 1998

 

Eco, Umberto – I Limitti Dell´ Interpretazione, Milão, Bompiani, 1990 (trad. Port., Lisboa, Difel, 2004)

 

Steiner, George – After Babel: Aspects of Language and Translation, N. Iorque, Oxford U. Press, 1998 (1. Ed., 1975, trad. Port., Lisboa, Relógio d´Água, 2002)


Controvérsias / Consensos e Objetivação Posicional do Conhecimento

26 Outubro 2017, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 11


Os campos de controvérsia de Orientalismos, Eurocentrismos, Ocidentalismos, dualismos de local-global, estudos subalternos, etc. A função essencial das controvérsias como arsenal de perguntas, temas, problemas ainda sem resposta válida, validade, consensual. Os problemas fundamentais colocados pelas controvérsias na relação acontecimento-conhecimento e nos fundamentos e natureza de conhecimentos académico-critico-fundamentado.

A condição posicional e os quatro parâmetros posicionais de objetivação. O conhecimento como cumulativo, progressivo, dissipativo e a condição inter e pluripessoal da objetivação. A pluralidade, especialidade, comparativismo e equipes na constituição de enunciados protocolados (com plausibilidade/probabilidade de razão/prova). A Ásia/Eurásia como, ao mesmo tempo, Diferença-Semelhança-Conexão. Os limites da interpretação e da tradução e as suas conquistas/valor. Saber é escolher/limitar/fundamentar/posicionar.

 

Bibliografia essencial:

 

Buruma, I. e A. Margalt – Occidentalism: A Short History of Anti-Westernism, N. Iorque, Penguim, 2004

Chandreyee Niyogi (ed.) – Reorienting Orientalism, T. Oaks, Sage, 2006

Macfie, A. L. – Orientalism: A reader, Edimburgo, E. U. Press, 2000

Xiaomei Chen – Occidentalism: A Theory of Counter- Discourse in post Mao China, N. Iorque, Rowman, 2002 (1. Ed. , 1995)