Sumários

Leitura de Zizek na sua obra A Pandemia que abalou o mundo

2 Março 2021, 09:30 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

Em que medida a crise provocado pelo Covid pode ser atribuída aos modelos neo-liberais que se foram impondo no ocidente no sec.XXI?  Poderemos falar de um regresso da hipótese comunista provocada pela "economia de guerra" adoptada mesmo pelos governos mais liberais. Que tipo de "socialismo" poderá ser resultante das medidas protecionistas? Estaremos a caminhar para um socialismo dos ricos? O apelo a uma nova frente anti-liberal para o pós-covid.


Os diferentes usos do conceito de "biopolítica" para pensar a pandemia

1 Março 2021, 09:30 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

O imenso impacto que o Covid-19 teve à escala global veio mostrar como a questão da vida passou a estar no centro da nossa experiência política, nãlo apenas por as prioridades da governação serem as da protecção sanitária dos cidadãos, mas sobretudo porque as medidas de resposta ao vírus terem posto em marcha várias figuras do "estado de excepção" segundo Agamben. Leitura de alguns dos artigos publicados por Agamben nos meses de Fevereiro, Março e Abril de 2020 a propósito da pandemia.


A tradição da teoria da "biopolítica" em Agamben, Esposito e Byung-Chul Han

26 Fevereiro 2021, 09:30 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

Giorgio Agamben representa o momento fundador de uma tradição teórica que se reconhece no conceito de "biopolítica" e que procurará alargar e, ao mesmo tempo, apontar os limites do programa de Foucault. Agamben contesta a tese de que já não vivemos num regime de "soberania" mas de "governamentalidade". Segundo ele a transformação da vida ( no sentido grego de  Zoé, diferente do conceito de  Bios o qual supõe já uma integração numa comunidade de destinos) no ponto de aplicação do poder, supõe a produção daquilo que Agamben designa como "vida nua", vida despojada de qualquer dignidade e de qualquer valor. Essa "vida nua" exprime a perpetuação do regime de "soberania" e do "estado de excepção" como suspensão das liberdades fundamentais dos cidadão. Roberto Esposito retoma a distinção entre "soberania" e "governamentalidade" para defender que, mesmo nas medidas mais extremas de eugenia como as que encontramos nos campos de concentração nazis é a "governmanetalidade", o que está em jogo é a tentativa de legitimação de formas de governo a partir de medidas de aperfeiçoamento da população. Byung-Chul Han propõe radicalizar o conceito de "biopolítica" através desse outro conceito de "psicopolítica". 


A herança do conceito de "biopolítica". As obras de Agemben, Esposito e de Byung-Chul Han

23 Fevereiro 2021, 09:30 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

Giorgio Agamben representa o momento fundador de uma tradição teórica que se reconhece no conceito de "biopolítica" e que procurará alargar e, ao mesmo tempo, apontar os limites do programa de Foucault. Agamben contesta a tese de que já não vivemos num regime de "soberania" mas de "governamentalidade". Segundo ele a transformação da vida ( no sentido grego de Zoé, diferente do conceito de Bios o qual supõe já uma integração numa comunidade de destinos) no ponto de aplicação do poder, supõe a produção daquilo que Agamben designa como "vida nua", vida despojada de qualquer dignidade e de qualquer valor. Essa "vida nua" exprime a perpetuação do regime de "soberania" e do "estado de excepção" como suspensão das liberdades fundamentais dos cidadão. Roberto Esposito retoma a distinção entre "soberania" e "governamentalidade" para defender que, mesmo nas medidas mais extremas de eugenia como as que encontramos nos campos de concentração nazis é a "governmanetalidade", o que está em jogo é a tentativa de legitimação de formas de governo a partir de medidas de aperfeiçoamento da população. Byung-Chul Han propõe radicalizar o conceito de "biopolítica" através desse outro conceito de "psicopolítica". 


O conceito de "biopolítica" em Foucault.

22 Fevereiro 2021, 09:30 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

Com a diferença entre o regime de "soberania" e o regime de "governamentalidade" proposta  na obra de 1976 História da Sexualidade. A Vontade de Saber, Foucault inaugura um novo campo teórico na compreensão das formas modernas de poder político. No regime de "governamentalidade" a legitimidade dos governos já não passa pelo direito a matar mas pelo dever de proteger e intensificar a vida dos súbditos. Trata-se de contestar uma concepção estritamente repressiva do poder, deixando perceber como actuando sobre os corpos na sua dimensão de população  - e não já como entidade singular na ambivalência entre impotência política e potência laboral que definia os dispositivos disciplinares na obra Vigiar e Punir - o verdadeiro ponto de aplicação das relações de sujeição é a vida. A vida, como saúde pública, como modos de organização das comunidades, como matéria primordial da actuação das estratégias de poder,  transforma-se naquilo que está em jogo em cada modelo económico, em cada formato jurídico. A política passa a ser uma "biopolítica". Essa tese é sobretudo desenvolvida nos Cursos do Collège de France de 1978/79, publicados sob o título O Nascimento da Biopolítica.