Sumários
Camões, "Sôbolos rios que vão"; Herculano, "Arrábida"
27 Outubro 2015, 12:00 • Amândio Reis
Continuação da aula anterior.
1. Alteração
fundamental do sujeito enunciativo: do "nós" correspondente a uma
comunidade exilada e associado à defesa de uma literatura de índole
nacionalista (no Salmo 137) ao "eu" que dá conta do drama individualizado
do poeta lírico (em "Sôbolos rios").
1.1. Três níveis de exílio: da terra natal, de si mesmo e da pátria celeste.
2. As articulações entre memória, experiência e
escrita, e a dimensão meta-poética das redondilhas; a ideia de palinódia
e a transição da "flauta" órfica à "lira dourada", isto é, do canto dos
amores carnais ao canto devoto e religioso.
3. Apresentações orais de Ana Barreto Martins e Flávia Mascarenhas sobre os poemas "Arrábida" e "Tempestade", de Alexandre Herculano.
Camões, "Sôbolos rios que vão"; Salmo 137
22 Outubro 2015, 12:00 • Amândio Reis
1. Breve introdução às
ideias de glosa, paráfrase e amplificação tendo em conta os nexos mas
também as dissemelhanças entre as redondilhas de "Sôbolos rios que vão" e
o Salmo 137 da Bíblia.
1.1.
A sobreposição das categorias de espaço e de tempo no poema de Luís de
Camões (Sião como "bem passado" e Babilónia como "mal presente") em
relação com a noções heraclitianas de "devir" e do tempo que "flui como
um rio".
1.2. Atenção aos
principais aspectos da estrutura do poema, nomeadamente: as suas partes, o desenvolvimento argumentativo, o uso da quintilha e da
redondilha maior num regresso a formas dos "velhos cantares" da lírica
galego-portuguesa medieval, e a construção numérica (365 versos, perfazendo
o todo de uma unidade cósmica).
2. Apresentação oral de Manuela Luís sobre memória, saudade e conversão em "Sôbolos rios".
3. Consideração de uma possível leitura alegórica das redondilhas tendo em conta alguns dados biográficos do poeta.
Eurípides, Medeia
20 Outubro 2015, 12:00 • Amândio Reis
Continuação da aula anterior.
1. Os duplos
sentidos no discurso de Medeia, entre a súplica sincera (a Creonte e a
Egeu) e a manipulação retórica com vista à prossecução do seu plano.
2. Considerações acerca da disputa central, argumentativa (agon), entre Medeia e Jasão, com especial incidência na dinâmica entre, por um lado, a auto-representação dos antagonistas, e, por outro lado, a forma como cada um deles é percepcionado pelo outro e pelo colectivo (Coro, Ama, Egeu).
3. O último desafio de Medeia (a fuga de Corinto) e a sua superação através do deus ex machina; releitura da personagem tendo em conta as sugestões ambíguas de responsabilidade individual e/ou "intervenção" divina.
Eurípides, Medeia
15 Outubro 2015, 12:00 • Amândio Reis
Continuação da aula anterior.
1. Indagação acerca da dimensão heróica que pode (ou não) revestir a figura de Medeia; o princípio da retaliação subjacente à sua conduta.
2.
O tópico do ciúme e a motivação sexual no comportamento da
protagonista; a ambiguidade que norteia a infidelidade de Jasão aos
juramentos e à familia.
3. Análise da estrutura argumentativa nalguns passos fundamentais: a súplica a Creonte; a apresentação do plano ao Coro.
Eurípides, Medeia
13 Outubro 2015, 12:00 • Amândio Reis
1. Eurípides e a contextualização histórica e função social da tragédia grega no séc. V a.C.
2.
Apresentações orais de Helena Salgueiro, sobre a representação da
mulher, e de Mélanie Pedreira, sobre a perspectivação do bem e do mal,
em Medeia.
3. Medeia como variação da "tragédia de vingança" (a sombra de Clitemnestra e do modelo esquiliano da Oresteia).
3.1.
Análise do prólogo e dos seus múltiplos sentidos enquanto momento
inaugural da tragédia; primeira reflexão acerca do estatuto social de
Medeia, estrangeira e exilada em Corinto.