Sumários

Existência (3)

16 Outubro 2020, 08:00 Ricardo Santos

A teoria de Quine: existir é ser (idêntico a) alguma coisa (continuação). O lugar do compromisso ontológico é a quantificação e, especialmente, as quantificações existenciais. Usar o nome “Pégaso” não compromete, usar o predicado “unicórnio” não compromete, mas aceitar “Existem números” compromete. A análise de “x existe” como “$y x=y”. A universalidade e trivialidade da existência: “Tudo existe” é uma verdade lógica.

Objecções modais ao descritivismo (Kripke). Os nomes são designadores rígidos (designam o mesmo objecto em todos os mundos possíveis), ao contrário das descrições. Exemplos reveladores: “Aristóteles poderia não ter sido um filósofo”; “Gödel poderia ter sido professor em Londres”; “O homem que demonstrou a incompletude da aritmética poderia ter sido professor em Londres”. Consequência: recoloca-se o problema dos nomes vazios (“Pégaso voa”) e das existenciais negativas (“Pégaso não existe”). Ressurgimento do meinonguianismo. Quarta opção: neo-meinonguianos e possibilistas. Tese central: Há coisas que não existem (actualmente). A controvérsia entre quineanos e neo-meinonguianos. Teses em confronto: (A) Tudo existe versus (B) Há coisas que não existem. Ao contrário do que parece, (B) não pode ser a simples negação de (A), pois nesse caso estaria a dizer que há coisas tais que não há tais coisas. O defensor de (B) diz que Pégaso não existe, mas não diz que Pégaso não é idêntico a si mesmo. Para o defensor de (B), $x é um quantificador particular, sem carga existencial (que deve ser lido como “Alguma coisa é tal que”); a existência é um predicado primitivo e indefinível. Dúvida: a discordância entre (A) e (B) a respeito de “existe” é uma discordância verbal (sobre o significado da palavra “existe”) ou factual (sobre o que é existir)?


A antropologia filosófica seg. M Scheler

15 Outubro 2020, 14:00 Guiomar Mafalda Maia de Faria Blanc

O lugar do homem no cosmos. Insuficiências do intelectualismo e do vitalismo e sua complementaridade.


Existência (2)

15 Outubro 2020, 08:00 Ricardo Santos

Terceira opção: existir é ser (idêntico a) alguma coisa (Quine). Há um só modo de ser. Nominalismo de predicados: o facto de “a maçã é verde” ter significado não implica a existência da propriedade de ser verde; um objecto particular é referido por “a maçã” e esse objecto satisfaz ou não satisfaz o predicado “é verde”. As existenciais negativas com uma descrição definida no lugar de sujeito são analisadas de acordo com a teoria das descrições definidas de Russell. Traços essenciais da teoria das descrições definidas (Russell): “O F é G” analisada como “Há um único objecto que é F e esse objecto é G”. As existenciais negativas com um nome próprio no lugar de sujeito são analisadas de acordo com a teoria descritivista dos nomes (ou “descritivismo”), que diz que os nomes são descrições definidas abreviadas (ou disfarçadas). Pressuposto o descritivismo, o uso com significado de um nome não implica a existência de um objecto nomeado. A substituição de “Pégaso” por “O ser que pegaseia”.


O que é o homem?

12 Outubro 2020, 14:00 Guiomar Mafalda Maia de Faria Blanc

O problema da antropotécnica em P. Sloterdijk em confronto com o Dasein em Heidegger.


Texto: P. Sloterdijk, A Domesticação do ser.


Existência (1)

12 Outubro 2020, 08:00 Ricardo Santos

O problema das existenciais negativas: aparentemente, a mesma coisa tem de existir e não existir para que a proposição seja verdadeira (e.g. “Pégaso não existe”). Primeira opção: há dois modos de ser, existir e subsistir (Meinong). As coisas concretas existem, enquanto os objectos abstractos subsistem. Objecção: trata-se de uma distinção obscura. Segunda opção: a existência é uma propriedade de segunda ordem (Russell). Distinção entre propriedades de primeira e de segunda ordem. Análise de “Os homens são numerosos” e de “Os unicórnios não existem”. Objecção: as existenciais singulares, afirmativas ou negativas, têm sentido (por exemplo: “Vulcão não existe”).