Sumários

Apresentação / discussão de trabalhos práticos.

15 Dezembro 2016, 10:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

A apresentação e discussão oral dos cerca de setenta trabalhos práticos prossegue no dia 4 de Janeiro em aula extraordinária.


Comentário aos teses e orientação de trabalhos práticos.

12 Dezembro 2016, 10:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

Aula tutorial e de comentário geral aos testes escritos.


Sentidos da Linguagem da Arte, na senda de um método.

8 Dezembro 2016, 10:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

SENTIDOS DA NOSSA LINGUAGEM ARTE.

 

     A arte existe porque a vida não basta, escreveu o poeta Ferreira Gullar. Por certo: a arte preenche esse vazio entre o desejo da inscrição e a ânsia de testemunho. A arte supera as teias da sua própria utilidade efémera, que é fruto de uma encomenda específica, para ousar atingir níveis trans-contextuais de comunicação. A vida não basta: a poesia, a pintura, a escrita, a rebeldia criadora são precisas. Assim a arte existe. E pode fazer milagres: gerar afectos, redimensionar espaços, trazer eficácia com os seus discursos, dizer-nos que existirão sempre níveis de insondável, e que é plausível criar beleza, aurática e perene. Nesse sentido, como disse Ernesto de Sousa, «toda a arte é sacra». E, como escreveu Gullar, «do sujo se faz obra limpa».

     Tomo como exemplos assertivos da afirmação do poeta brasileiro recém-falecido uma série de imagens que de há muito povoam o meu imaginário e desafiam a minha sensibilidade.

     Começo com Uma Floresta para os teus sonhos do escultor Alberto Carneiro, porque essa instalação construída com troncos de pinho tratado (1979, Col. CAM), nos diz absolutamente tudo, ao propor um discurso nunca interrompido entre o provocatório, o lírico, o espiritual e o ecológico.

     Mas a mesma densidade pode surgir num ex-voto do século XIX (igreja de Nossa Senhora da Graça do Divor, concelho de Évora), onde os meios mais rudimentares se aliam e se agigantam para construir um intenso discurso devocional e afectivo.

     Ou num petróglifo antropomórfico pré-histórico da arte do Vale do Tejo (complexo rupestre do Cachão do Algarve), com os seus contornos de magia e confronto-diálogo com a natureza.

     Ou na intervenção tão poética de Eduardo Nery na fachada metálica da Fábrica Central de Cervejas em Vialonga (1968), onde a leitura plástica e o efeito cromático mudam ao sabor da luz solar gerando entendimentos estruturantes.

     Poderíamos seguir com a maqueta do escultor Jorge Vieira para o proibidíssimo Monumento do Prisioneiro Político Desconhecido (1953), projecto tão moderno quanto incómodo e, por isso, reprimido e só tardiamente viabilizado (em 1994 é finalmente instalado num espaço público de Beja).

     Ou recorrer a uma boa pintura maneirista de Diogo Teixeira (c. 1590) na igreja da Luz de Carnide, linguagem dos falares da fé e da legibilidade dos signos da crença.

     Enfim, encontramos idêntica ousadia 'sui generis' nos espaços 'forrados a talha, a ouro e azulejo' que singularizam o Barroco português numa imprecisa ambiguidade entre o sagrado e o profano (caso de Santo António de Lagos, por exemplo, na 1ª metade do século XVIII).

     Sim, a arte existe porque a vida não basta.


Balanço sobre a matéria dada. Linhas de metodologia em História da Arte no sentido de uma análise global.

5 Dezembro 2016, 10:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

Balanço sobre a matéria dada. Linhas de metodologia em História da Arte no sentido de uma análise global.

     Eppure si muove…: últimas reflexões sobre arte e globalização.

     Este balanço final não é mais do que uma análise parcelar numa reflexão sem fim. Percebem-se contornos, diagnosticam-se problemas, mas é difícil definir rumos neste dealbar de novo milénio sob a realidade da globalização à escala planetária. Quais os quadros de referência e as bases instituídas que possam dinamizar o ‘mundo das artes’ ? A análise de Eric Hobsbawm na conferência Behind the times - the decline and fall of twentieth-century avant-gardes pareceu-me, pelo que contém de polémico (mas, por essa mesma razão, luminoso), a abertura plausível para ensaiar uma reflexão sobre o sentido das vanguardas activas nas artes de hoje e, principalmente, sobre o grau de intervenção da História-Crítica da Arte, submetida a um mundo globalizado [1].

     Face a uma inusitada ascensão da História global, destaca-se à evidência que dispomos hoje de bases genuínas para analisar a especificidade da civilização europeia ou atlântica, as novas realidades decorrentes do pós-colonialismo, a ascensão de um capitalismo ultra-liberal agressivo e sem regulação, num mundo que se apresenta desideologizado e, por isso, mais vulnerável aos efeitos da ganância e da exploração sem peias. As artes, todavia, continuam a fluir. Nunca o ‘mundo da arte’ se mostrou um espaço tão interventivo, tão globalizado, tão apto a repensar o seu papel de identidade-memória e intervenção-sinal. Se pensarmos em termos de que são «os homens (que) fazem a sua própria história», um postulado do marxismo que nos abre às grandes questões da contemporaneidade, verificamos o seguinte: durante gerações da História, foram muitas as comunidades e sistemas sociais que buscaram a estabilização e a reprodução criando mecanismos para prevenir o futuro, acautelando os perigos do desconhecido (os grandes saltos nas brumas de um futuro incerto) e criando a resistência às transformações, fossem elas quais fossem. A globalização mundial veio agitar, com as suas contradições, os seus riscos, as suas ‘etapas’ desreguladas e o seu consumismo insano, novos ‘saltos no escuro’ que estimulam o auto-conhecimento, a criação artística e as dinâmicas que podem criar uma cidadania de valores. Quero crer, portanto, que as produções artísticas ganham novos estímulos, os equipamentos de crítica nova frescura de debate, os objectos de estudo dos historiadores de arte novas possibilidades de investigação, as incidências do mercado das artes novas dinâmicas de crescimento. Principalmente, esse Artworld definido por Danto ganha um espaço plural de redefinição.

       Perante a imprevisibilidade dos amanhãs, a produção das artes, e a História-Crítica que a analisa, estuda, valoriza e promove, continuam firmes. Criam obra, exprimem ideias, agitam o ‘mundo das artes’, conferem-lhe qualidade. Ou seja, oferecem a imagem de um espaço operativo reforçado – porque útil, socialmente interventivo, capaz ainda e sempre de gerar emoções. 
       Em suma: Teoria da Arte, Metodologia da Arte, Ética e paixão pelo saber ver, constituem, em suma, as armas articuladas do discurso da História da Arte.

[1] Eric HOBSBAWM, Atrás dos tempos: declínio e queda das vanguardas do século XX (título original Behind the times - the decline and fall of twentieth-century avant-gardes), trad. de Raquel Mouta, ed. Campo de Letras, Porto, 2001.


Discussão de notas.

1 Dezembro 2016, 10:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

NOTAS DO TESTE DE METODOLOGIA DE HISTÓRIA DA ARTE

 

 

Alice Nunes de Faria – 14+

Ana Bacelar Begonha – 16+

Ana Bela Valentina Pereira Águas – 14+

Ana Margarida Andrade – F

Ana Rita Oliveira e Silva – 13+

Ana Sofia Monteiro Sousa – 13

Ana Carolina Ribeiro Westwood – 14

Andreia Filipa Avidago da Cunha Gomes – 17

Ângela Sofia Sanches Correia – 12

Beatriz Ataíde Lisboa de Macedo Faria – 15+

Beatriz Maria Avelar Teodoro – 14+

Bruna Patrícia Bernardes – 13

Bruna Rafaela Batista Brites – 14+

Bruna de Oliveira Azevedo – 15+

Bruno Fernandes Marques dos Santos – 14+

Carla Quintaneiro – F

Carolina Azevedo Ramos – 12+

Carolina Peralta Brás Alexandre – 12

Catarina Fernandes Rodrigues – 14

Catarina Silva Salgado – 12

Catarina Tavares de Carvalho – 12+

Cláudia da Silva Costa – 13+

Constança Guerra da Costa Santos – 13+

Diogo Mota – 13+

Diogo Garcia Rodrigues – 13

Francisca de  Campos Martins – 12

Francisca de Paula Melo Azevedo e Silva – F

Gabriel Formigo Domingues – 14

Gabryel Paiva de Paulo – 12+

Gilsy Trindade da Gama Bonfim dos Reis – 14

Inês Guedes – F

Inês Vital Sambas Cebrol – 14+

Inês Sebastião – 13+

Isaura Maria de Oliveira e Silva Sousa – 15

Jéssica Verónica Cruz Martel Perú – 14+

Jéssica Mira Freitas – 13

Jéssica Filipa Farra Oliveira – 13

Joana da Gama Dominguez – 12+

Joana Martins Caro Quintiliano – 14

João Belo – 15

João Pedro Fragata Machado – 16

João Pedro dos Santos Silva – 13

Jorge Espinel Romo – 12+

Laura Catarina Farias – 14

Laura Maria Fonseca de Carvalho Torres – 14

Letícia Helen Feital – 14

Leonor Xavier Dias Nogueira – 14

Lily Fartan Kingston Chadwick – 14+

Mafalda Sofia Cunha Roças – 14+

Maria Ângela Silva – 15+

Maria Inês Lucena Guedes – F

Maria da Luz Pinheiro Lima de Freitas – 13+

Márcia Sofia Fernandes Martins – 13

Mariana de Carvalho Nascimento – 15+

Mariana Filipa Americano Silva – 14

Marie Céline da Conceição Veríssimo – 8

Marta Paula de Almeida – 16

Marta Alexandre Gonçalves Simões – 14

Marta Silva Pereira – 14

Miguel Ángel Martín Manuel – 14+

Mónica Bolonha Lapa – 13+

Natacha Sofia de Jesus – 13+

Olívia Fressinet Chantre – 14

Patrícia Feital – F

Pedro Miguel Oliveira Ramos – 12+

Raquel Ribeiro dos Santos – F

Raquel Filipa Vinagre Soares – 15

Rita Dias Esteves – 13

Rita Serra – 13

Rita Daniela Almeida Silva – 13 +

Rodrigo Alexandre Crespo Fouto – 13

Rodrigo José da Silva Fidalgo – 13

Rui Manuel da Silva Parreira – 14

Sandra Sofia Julião Novo – 15

Sofia Viegas Silva – F

Teresa Maria dos Santos Ribeiro – 15

Tomás Mexia Gorjão – 16+