Sumários
Correntes da Historiografia da Arte.
28 Novembro 2016, 10:00 • Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão
A Psicologia da Arte e os estudos do inconsciente criativo. De Freud a Jung, a Prinzhorn e a Dubuffet: a reabilitação da ART BRUT, ou Art Outsider. Estudo de obras de arte 'ousider': a colecção Museu Miguel Bombarda.
Balanço de matérias e 2ª chamada de teste.
24 Novembro 2016, 10:00 • Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão
TESTE DE METODOLOGIA DE HISTÓRIA DA ARTE
Licenciatura de História da Arte – 24 de Novembro de 2016 (2ª chamada)
Prof. Vitor Serrão
I
Leia atentamente as seguintes questões e responda em moldes suficientes, claros e bem estruturados, recorrendo a exemplos se e quando necessário, a apenas TRÊS delas:
1. Defina em breves palavras os conceitos de Iconografia, Iconologia e Icononímia. Em que consistem ?
2. Qual a utilidade da chamada Cripto-História da Arte no estudo integrado do Património artístico ?
3. Recorrendo a Giulio Carlo Argan, em que medida a História da Arte e a Crítica de Arte fazem parte indissociável do mesmo corpo analítico ?
4. Defina em linhas gerais o que entende por Fortuna Histórica, Fortuna Crítica e Fortuna Estética na organização, estruturação e faseamento de uma pesquisa em História da Arte.
5. Gótica, ou Proto-Renascentista: em que medida os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, se podem considerar uma obra marcante no contexto da pintura europeia no dealbar da Idade Moderna ?
6. Que entendia o tratadista Léon Battista Alberti, no século XV, pelo conceito de concinnitas ? Em que medida o arquitecto do imperador Augusto ?
7. Porque razão a Carta de Cracóvia, da UNESCO, defende para o Património Mundial a categoria revalorizadora de autenticidade ? Defina-a e dê um exemplo.
II
Desenvolva, com a maior clareza, rigor metodológico, ordem e objectividade, recorrendo a factos e a exemplos adequados, UM dos dois seguintes temas:
1. O chamado estilo gótico-manuelino, ou seja, a arte realizada no início do século XVI, a arquitectura e as artes de decoração incrementadas por iniciativa régia, em contexto das Descobertas, constitui um momento dotado de grande criatividade na produção das artes, em Portugal e nos seus espaços ultramarinos. Caracterize, com exemplos adequados, essa fase da arte portuguesa.
2. .O estatuto social de artista nasceu em circunstâncias especiais – históricas, socio-culturais, tratadísticas, económicas, artísticas – no início do século XV, com o Renascimento e o Humanismo. Comente este passo da carta escrita em 1577 ao rei D. Sebastião pelo pintor Diogo Teixeira e explique o modo como tal estatuto laboral, aí defendido, se reflectiu na prática dos artistas portugueses através da reivindicação da liberalidade criadora. A carta afirma, entre outras coisas, o seguinte: «Diz dioguo Teixeira, caualeiro da casa do Senhor Dom Antonio, que elRei vosso avô, não sendo a arte da Pintura então da calidade em que ora está, (…) anexou individamente os pintores à Bamdeyra de Sam Jorge (…) como se fossem necaniquos, quando he uma arte iminente asi dos antíguos, e com numeada antre as liberais em todos os tempos, e celebrada por reis…, e assim, havendo respeito ao sobredito, e por ser hum dos milhores oficiaois de imaginarya de olio que há nestes Reynos, pede a S. M. o isente dos serviços a prestar à dita Bamdeira (…)».
Teste (1ª chamada)
21 Novembro 2016, 10:00 • Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão
TESTE DE METODOLOGIA DE HISTÓRIA DA ARTE – Licenciatura em História da Arte (1ª chamada) 21 de Novembro de 2016, 10-12 h – Docente: Prof. Vitor Serrão
I
Leia atentamente as seis seguintes questões e responda de modo claro, com adequada exposição e em bom português, com recurso a exemplos se e quando for necessário, a apenas TRÊS delas:
1. Em que consiste a vertente da nossa disciplina a que podemos chamar a Micro-História da Arte e qual a sua utilidade no estudo integrado do Património artístico ?
2. De acordo com o historiador de arte Giulio Carlo Argan, a História da Arte e a Crítica de Arte constituem parcelas do mesmo corpo analítico. Qual a sua opinião a este respeito
3. Defina o conceito de scintilla divina utilizado por Léon Battista Alberti na sua célebre tratadística e explique a importância prática que auferiu na consciencialização estatutária dos artistas a partir do século XV.
4. Defina em linhas gerais <aquilo que entende por Fortuna Histórica, Fortuna Crítica e Fortuna Estética na organização, estruturação e faseamento de uma pesquisa em História da Arte.
5. Defina em breves palavras os conceitos de Iconografia, Iconologia e Icononímia. Em que consistem ?
6. Como se pode definir conceito de aura proposto por Walter Benjamin (A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936) como expressão maior da singularidade das obras de arte ?
II
Desenvolva e comente, com a maior clareza e objectividade, num discurso estruturado e fluente, e recorrendo a factos e exemplos adequados sempre que necessário, UM dos dois seguintes temas:
1. O estatuto social de artista nasceu no pleno do século XV em circunstâncias especiais – históricas, ideológicas, socio-culturais, tratadísticas, económicas e artísticas –, com o Renascimento e os studia humanitatis. O primeiro a falar do assunto em Portugal foi Francisco de Holanda (1517-1584). Comente o que diz este tratadista, arquitecto e pintor, no seu tratado Da Pintura Antigua (1548), a respeito de uma concepção da ideia criativa, quando defende: «A idea na pintura é uma imagem que há de ver o entendimento do pintor com olhos interiores em grandíssimo silencio e segredo, a qual há de imaginar e escolher a mais rara e eicelente que a sua imaginação e prudência puder alcançar»... Ou seja, deste primado da Idea increada decorre que a criação nas artes será sempre um acto individual e intransmissível, elaborado em primeira instância pelo pensamento. Que efeito tem este conceito de criação artística na génese de um novo estatuto de liberalidade reivindicado pelos artistas portugueses ?
2. Comente com o devido método e rigor analítico, em termos históricos, iconográficos, iconológicos, estilísticos, simbólicos, contextuais e trans-contextuais, a pintura Cristo em Casa de Marta e Maria, do Museu Grão Vasco em Viseu, obra encomendada pelo Bispo D. Miguel da Silva, cerca de 1530, à oficina do pintor Vasco Fernandes, o Grão Vasco, e destinada à capela do Paço Episcopal de Fontelo, nessa cidade beirã. Procure analisar esta obra renascentista à luz dos seus ‘pontos de vista’ intrínsecos, buscando uma percepção iconológica da pintura.
Balanço da matéria dada.
17 Novembro 2016, 10:00 • Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão
Discussão sobre os temas ministrados no programa durante as dezanove aulas precedentes.
Ainda os Tratados de Arte e a Literatura Artística durante a Idade Moderna.
14 Novembro 2016, 10:00 • Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão
Ainda os Tratados de Arte e a Literatura Artística durante a Idade Moderna. Discussão sobre a tratadística de Léon Battista Alberti. O papel de Miguel Ângelo Buonarroti.
BIBL.
BESANÇON, Alain, L’image interdite. Une histoire intellectuelle de l’iconoclasme, Arthème Fayard, 1994.BELTING, Hans, The Global Art World. A Critical Estimate, ed. com Andrea Buddensieg, Ostfildern 2009.
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SERRÃO, Vitor, O Maneirismo e o Estatuto Social dos Pintores Portugueses, Lisboa, IN-CM, 1983.
Idem, A Trans-Memória das Imagens. Análise Iconológica de Pintura Portuguesa (sécs. XVI-XVIII), Lisboa, Cosmos, 2007.