Sumários

Um regime em experimentação contínua: O problema sucessório na construção do Principado.

5 Abril 2019, 14:00 Rodrigo Furtado

I.                A sucessão de Augusto.

1.      O problema da sucessão: suceder quando não há cargo no qual suceder.

2.      A bicefalia augustana: significado.

                                                i.                                      Agripa: tribunitia potestas + imperium proconsulare maius (18-13-12-[8] a.C.).

                                              ii.    Tibério: tribunitia potestas (6 a.C. – 1 a.C.)

                                             iii.    As adopções de Gaio e Lúcio (17 a.C.); príncipes iuentutum (5; 2 a.C.); cônsul (1 d.C.).

                                             iv.    As adopções de Tibério e de Agripa Póstumo (4 d.C.). O exílio de Póstumo (7 d.C.).

                                               v.                    Tibério: tribunitia potestas (4-13 d. C.-…); imperium proconsulare maius (13 d. C.-…)

 

II.      O problema sucessório na construção do Principado.

1.      E depois de Tibério: os sucessores aos pares – Germânico/Druso; Calígula/Tibério Gemelo.

2.      A alternativa post-Calígula: entre o regresso à República e a escolha dos castra.

3.      Depois de Cláudio: a subida ao poder de Nero e o papel dos pretorianos.

4.      Vespasiano e a primeira preparação dos sucessores – Tito e Domiciano:

                                             1.     Césares desde 69;

                                             2.     Consulado: Vespasiano – 8 vezes (70-72, 74-77, 79)

       Tito – 7 vezes (70, 72, 74-77, 79)

       Domiciano – 1 vez como ordinário (73) + 5 como sufecto (72, 75-77, 79)

                                             3.     Tribunicia potestas: Tito (71?)               d. Prefeitura do pretório: Tito (71)


O principado augustano: um rei? Um cidadão?

2 Abril 2019, 14:00 Rodrigo Furtado

I.                O que é Octaviano em Roma?


                          i.       Poderes extraordinários (32-27).

                         ii.       Cônsul (31-23).

                       iii.       Imperium proconsulare (27-23).

                        iv.       Princeps senatus (27-).

                         v.       Augustus (27-).

                        vi.       Imperium pronconsulare maius (23-).

                      vii.       Tribunitia potestas (23-).

                     viii.       Pontifex Maximus (12-).

                        ix.       Pater patriae (2 a.C.-).


 

II.              O forum de Augusto.

 

plan of the Forum of Augustus

 

III.             A literatura.

 

No meio de tudo isto, corria ao longe a imagem de um mar túmido, feita de ouro, mas as ondas do mar espumavam com uma alva vaga; e à volta, claros delfins de prata em círculo varriam a planície das águas com as caudas e cortavam o refluxo das ondas. No meio do mar, era possível di­visar frotas de bronze — os combates de Áccio; com Marte a postos, via-se todo o promontório de Leucates ferver, e refulgirem de ouro as vagas. De um lado, estava César Augusto conduzindo os povos itálicos à guerra, junta­mente com os senadores e o povo, com os Penates e os grandes deuses; es­tava de pé, na elevada popa do navio, as suas têmporas cheias de esperan­ça vomitam duas chamas e vê-se a constelação paterna no cimo do elmo. Noutra parte, Agripa com deuses e ventos favoráveis, conduzindo do alto o seu exército; as suas têmporas refulgem cingidas com a coroa naval orna­da de esporões. De outro lado, António com as hastes bárbaras .e as suas armas confusas, que regressava vitorioso dos povos da Aurora e do mar Ver­melho; traz consigo o Egipto, as forças do Oriente e a longínqua Báctria, e segue-o — sacrilégio! — uma esposa egípcia. Ao mesmo tempo, todos se precipitam e toda a planície do mar espuma, revolta pelos remos e pelos es­porões com três dentes dos navios. Dirigem-se para o alto-mar: julgar-se-ia que no pélago navegavam, arrancadas, as Cíclades, ou que altos montes cor­riam para chocar com outros montes, de tal modo os guerreiros investem com os navios munidos de enormes torres! Com a mão se espalha a chama ateada na estopa, e o ferro voa nas armas arremessadas — os campos de Neptuno ficam vermelhos com o morticínio, de uma maneira nova, nunca vista. No meio, a rainha chama as suas tropas com o sistro pátrio, sem ver ainda as duas serpentes atrás de si. Monstruosas figuras divinas de todas as espécies e o ladrador Anúbis empunham armas contra Neptuno e Vénus, contra Minerva. No meio da peleja se agiganta o colérico Marte, cinzelado no ferro do escudo, e as funestas Fúrias descem do alto éter. Rejubilante, com a túnica rasgada, avança a Discórdia, a quem Belona"' segue com o sangrento azor­rague. Vendo isto, Apoio Áccio"' distendia lá do alto o seu arco: com tal ameaça, todo o Egipto e toda a índia, todos os Árabes e Sabeus fugiam. Até se via a própria rainha a entregar as velas aos ventos que invocara em seu socorro, soltando os cordames cada vez mais. No meio do morticínio, páli­da por pressentir a morte próxima, assim a esculpiu o Ignipotente, a ser le­vada pelas ondas e por Jápix; à sua frente, entristecido, o Nilo de grande cor­po, abrindo a prega da túnica, estendendo as vestes e chamando os povos vencidos para o seu cerúleo regaço e para os secretos esconderijos dos seus afluentes. Ao lado, César, conduzido às muralhas de Roma por um triplo triunfo'", oferecia aos deuses itálicos um sacrifício imortal — trezentos mag­níficos templos, por toda a cidade. Estremeciam de alegria as ruas, ao som dos jogos e dos aplausos. Em todos os templos, um coro de matronas; em todos eles, altares; diante dos altares, bois imolados jazem por terra, O pró­prio César em pessoa, sentado no níveo trono do candente Febo, observa com atenção as oferendas do povo e prende-as às soberbas portas. Em lon­ga fila avançam os povos vencidos: tão diversas são as línguas quantas as ar­mas e as formas de trajar. Aí gravara Múlciber as raças dos Nómadas e os Afros que não. cingem as vestes; aí figuravam também os Léleges e os Cá-ios, e os Gélones armados de flechas; o Eufrates a correr, já mais apazigua­do no seu curso; os Morinos, homens que habitam os confins do mundo, o Reno bicorne"', os indómitos Daas e o Araxes indignado com a sua pontes".

Vergílio, Eneida 8.675-728 (trad. L. Cerqueira)

 

“Quando eu queria falar sobre batalhas e cidades

vencidas, Febo repreendeu-me batendo na lira,

     não fosse eu navegar através do mar Tirreno,

com minha pequena vela. A tua idade, César,

trouxe de novo aos campos as férteis searas,

restituiu ao nosso Júpiter as insígnias,

    arrancando-as das arrogantes portas

dos Partos, e fechou,

livre de guerras, o templo de Jano Quirino,

e pôs um freio à devassidão que se afastava

    do bom caminho, eliminou as nossas culpas,

e fez reviver o antigo modo de vida,

mercê do qual cresceu o nome latino

e a força da Itália, e a fama e a majestade do Império,

     que se estende donde o sol nasce

até a Hespéria, onde se deita”.

Horácio, carm. 4.15.1-16 (trad. P. Braga Falcão).

 

IV.             A arte.

 

primaporta1 

↑ Augusto (ca. 20 a.C.)

primaporta5

↑ couraça (pormenor)

primaportacuirass2

↑ Submissão do rei dos Partos a Roma, simbolizada pela entrega do estandarte a um general romano (os Partos eram o povo que governava a Mesopotâmia e a Pérsia).

primaporta12

↑(da esq. para a dta.) Apolo, deus do sol, Celo [deus do Céu, que desdobra um véu que simboliza o arco celeste]; Diana, deusa da lua, e Aurora, a deusa alada do nascer do dia.      

 

primaporta7

 ↑ personificação da Terra

 

        


As Res gestae: o testamento ideológico de Augusto entre a monarquia e a civilidade

29 Março 2019, 14:00 Rodrigo Furtado

I.                O contexto.

1.     O suporte;

2.     O local;

3.     O monumentum Ancyranum (em Ancara); os vestígios de Apolónia e de Antioquia da Psídia.

4.     Quando? 2 a.C.-14 d.C.

5.     O que é? Um testamento político? Um epitáfio? Uma apologia pro vita sua?

6.     Entre a monarquia e a civilidade.

 

II.              Análise do texto: Res gestae 1-8, 25-35.

 

III.            Os temas:

1.     Restitui a República à Liberdade’.

2.     res publica e lex: S(enatus) P(opulus)Q(eu) R(omanus)

3.     República vs. monarquia.

4.     A conquista do orbe.

5.     Clementia, pietas, uirtus, iustitia.

6.     Evergetismo, generosidade e magnificência.

7.     Auctoritas e potestas.

8.     Consensus uniuersorum.


O Senado republicano: composição, poderes e fragilidades. A responsabilidade senatorial no séc. I a.C.

26 Março 2019, 14:00 Rodrigo Furtado

I.                O forum Romanum.

 

II.              O Senado: características gerais.

1.     Acesso. O plesbicito Ovínio (2ª metade do século IV a.C.);

2.     Funcionamento: a Curia Hostilia; a Curia Cornelia; Curia Iulia; o princeps senatus; sentar-se; tomar a palavra e votar;

3.     O poder de ‘conselho’. O senatusconsultum ultimum de re publica defendenda.

4.     Os poderes: a gestão do tesouro; as províncias.

 

III.             A autoridade.

a.      Num sistema assente na anualidade: o senado representa a continuidade política.

b.      O senado como corpo de elegíveis; senado e influência social;

c.      Senado e liderança militar;

d.      Senado e liderança económica;

e.      Senado e mos maiorum;

f.       Senado e religião;

g.      Senado e res publica: nenhuma contradição.

 

IV.             A ruptura.

‘Havia advogados da velha República, mas não havia (ou havia muito poucos) advogados de uma ordem nova. Por isso, não poderia propriamente haver uma disputa em torno da futura forma da República. Pelo contrário, as mudanças […] foram frequentemente iniciadas pelo próprio Senado, nos seus esforços para defender a República. […] Embora os Romanos, naquele tempo, quisessem de maneira geral preservar a República, eles acabaram – em particular os Senadores, como advogados da antiga constituição – por, através dos efeitos não desejados das suas acções, contribuírem eles próprios para a dissolução da sua República’.

C. Meier (1990), ‘C. Caesar Divi filius and the formation of the alternative in Rome’, Between Republic and Empire. Interpretations of Augustus and his principate, Berkeley, Los Angeles, London, 55.

 

  1. Senado e optimates.
  2. Os Gracos: entre o senado e o populus;
  3. Mário e Sula: entre o senado e o populus;
  4. As reformas de Sula.
  5. O caso de Públio Clódio.
  6. César: era pró ou anti-senado? A reforma do senado.
  7. O senado augustano.


A estrutura política: tipologia e poderes das instituições da Respublica.

22 Março 2019, 14:00 Rodrigo Furtado

I.        As assembleias de cidadãos.

  1. Os  comitia curiata.
    1. as tribos – Ramnes, Lúceres e Tícios. As trinta cúrias.
    2. o carácter simbólico das suas funções.
  2. Os comitia tributa.
    1. tribos urbanas (Palatina, Colina, Esquilina, Suburana) e tribos rurais;

b.     A votação de leis, os processos judiciários e as eleições;

c.      O processo de votações:

                                               i.     Quando? Julho?

                                              ii.     Onde? Entre o comitium e o templo de Castor (145 a.C.).

                                             iii.     Quantos? 4000? 5000? 20000? 30000?

                                             iv.     Quem falava?

                                              v.     Quem pode ser eleito?

 

  1. Os comitia centuriata.
    1. as centúrias e a sua origem: as ‘reformas de Sérvio Túlio’.

b.     A votação de leis, os processos judiciários e as eleições;

c.      O processo de votações:

                                               i.     Quando? Julho.

                                              ii.     Onde? O campo de Marte e os Saepta.

                                             iii.     Quantos? 30000?

                                             iv.     Quem falava?

                                              v.     Quem pode ser eleito?

 

  1. O concilium plebis.

 

II.              Magistraturas:

1.     O cursus honorum e a disputa eleitoral. O acesso ao cursus honorum.

2.     Os questores: eleição; funções;

3.     Os edis curuis e da plebe: eleição; funções;

4.     Os pretores: eleição; funções; o imperium domi militiaeque.

5.     Os cônsules: eleição; funções; o imperium domi militiaeque..

6.     Magistraturas extraordinárias: censores; ditador; mestre de cavalaria (magister equitum).