Sumários

O cinema nacional no período getulista

23 Outubro 2020, 15:00 ALVA MARTINEZ TEIXEIRO

Na sequência do comunicado do Diretor da FLUL que recebemos no dia 23 de outubro de 2020, foi alterada a data do primeiro teste da disciplina: o primeiro teste da disciplina Cinema Brasileiro será realizado na aula do dia 10 de novembro.
Esta mudança deve-se ao facto de o Governo ter decretado ontem a proibição da circulação entre concelhos entre os próximos dia 30 de Outubro e 3 de Novembro, decisão que fez com que todas as atividades letivas presenciais previstas para estes dias na FLUL sejam substituídas por atividades não-presenciais.


A realização dos filmes “Descobrimento do Brasil” e “Os bandeirantes” e o caráter de propaganda das propostas cinematográficas do Instituto Nacional do Cinema Educativo.

A afirmação do nacionalismo brasileiro e o diálogo com as fontes artísticas e estéticas do romantismo brasileiro. “Descobrimento do Brasil” e a visão da descoberta como ato fundador da nação e da expansão territorial do Brasil. A ligação do filme com os interesses das elites brasileiras: o paralelismo entre a expansão dos fazendeiros do cacau (o mecenato do Instituto do Cacau da Bahia) e a expansão colonial como símbolo do progresso da futura nação brasileira. O retrato parcial e tendencioso da Descoberta como um ‘encontro de culturas’ no filme (26.53 -35.17). A falha fundamental deste filme em termos propagandísticos: o tom melancólico da cinematografia de Mauro e a ausência da dimensão épica no filme “Descobrimento do Brasil” (58.25 – 1.02. 51).

O olhar artisticamente populista promovido pelo getulismo sobre o Brasil: o exemplo paradigmático de Carmen Miranda. O aparecimento de um cinema comercial e carnavalesco.

O filme O cangaceiro: a presença da temática do cangaço ao cinema brasileiro.

O Nordeste como espaço metonímico das mazelas da sociedade brasileira. A radicalidade das consequências da seca, da miséria e da falta de organização jurídica e social no sertão: a emigração e o cangaceirismo.

Bibliografia:

GOMES, Paulo Emílio Salles (1974): Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte (São Paulo: Perspectiva).

FREIRE, Rafael de Luna (2011): “Descascando o abacaxi carnavalesco da chanchada: a invenção de um gênero cinematográfico nacional” in Contracampo. Revista do programa de pós-graduação em comunicação – Universidade Federal Fluminense in

www.uff.br/contracampo/index.php/revista/article/download/146/84‎


Ganga bruta: a intuição e a dissonância na montagem do filme

20 Outubro 2020, 16:30 ALVA MARTINEZ TEIXEIRO

A modernidade de “Ganga bruta” de Humberto Mauro: a intencionalidade de planos, o tom trágico e os ecos freudianos, a montagem vivencial.

As discussões sobre a construção do cinema brasileiro nas décadas de 1920 e de 1930: os vínculos entre cinema, progresso, educação e imagem nacional. A dupla imagem do Brasil no filme “Ganga bruta”: a cidade e o interior. A visão diferente de Mauro: uma arte que procura inventar a partir do olhar da paisagem brasileira.

A natureza dissonante do filme: o expressionismo inicial, o teor documentar e realista presente na segunda sequência, o diálogo com o western, as notações erótico-freudianas na montagem metafórica do encontro sexual, etc.

Breve análise do retrato da identidade nacional e da visão crítica da sociedade brasileira: o contraste entre progresso material urbano e o subjacente atraso social – nomeadamente, a hipocrisia moral e o patriarcalismo, representados pelo ambíguo protagonista –; a violência imperante no sertão, condensada na irónica sequência da briga (23.36 -28.46). O uso do grotesco para reproduzir de modo estranhado uma época de crise: a miniatura de uma época ignorante e obscura.

Breve análise da representação do erotismo no filme: a 'entrada na natureza' dos protagonistas e da sequência freudiana da posse representada metaforicamente através da fábrica (1.01 – 1.03.11).

A dissonância e a quebra com a montagem discursiva mais convencional. O corte livre em Ganga bruta e o tempo narrativo movido por um ritmo interior progressivamente mais sugestivo.

Análise do simbolismo da sequência final do filme.


Bibliografia:

GOMES, Paulo Emílio Salles (1974): Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte (São Paulo: Perspectiva).

PEREIRA, Flávia Lago de Jesus (2010): “Cinema à moda brasileira: Ganga bruta e a questão da identidade nacional” in O olho da História, nº 14 in

http://oolhodahistoria.org/n14/artigos/flavia.pdf


Ganga bruta: a intuição e a dissonância na montagem do filme

20 Outubro 2020, 15:00 ALVA MARTINEZ TEIXEIRO

A modernidade de “Ganga bruta” de Humberto Mauro: a intencionalidade de planos, o tom trágico e os ecos freudianos, a montagem vivencial.

As discussões sobre a construção do cinema brasileiro nas décadas de 1920 e de 1930: os vínculos entre cinema, progresso, educação e imagem nacional. A dupla imagem do Brasil no filme “Ganga bruta”: a cidade e o interior. A visão diferente de Mauro: uma arte que procura inventar a partir do olhar da paisagem brasileira.

A natureza dissonante do filme: o expressionismo inicial, o teor documentar e realista presente na segunda sequência, o diálogo com o western, as notações erótico-freudianas na montagem metafórica do encontro sexual, etc.

Breve análise do retrato da identidade nacional e da visão crítica da sociedade brasileira: o contraste entre progresso material urbano e o subjacente atraso social – nomeadamente, a hipocrisia moral e o patriarcalismo, representados pelo ambíguo protagonista –; a violência imperante no sertão, condensada na irónica sequência da briga (23.36 -28.46). O uso do grotesco para reproduzir de modo estranhado uma época de crise: a miniatura de uma época ignorante e obscura.

Breve análise da representação do erotismo no filme: a 'entrada na natureza' dos protagonistas e da sequência freudiana da posse representada metaforicamente através da fábrica (1.01 – 1.03.11).

A dissonância e a quebra com a montagem discursiva mais convencional. O corte livre em Ganga bruta e o tempo narrativo movido por um ritmo interior progressivamente mais sugestivo.

Análise do simbolismo da sequência final do filme.


Bibliografia:

GOMES, Paulo Emílio Salles (1974): Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte (São Paulo: Perspectiva).

PEREIRA, Flávia Lago de Jesus (2010): “Cinema à moda brasileira: Ganga bruta e a questão da identidade nacional” in O olho da História, nº 14 in

http://oolhodahistoria.org/n14/artigos/flavia.pdf

 


O ecletismo no filme Ganga bruta

16 Outubro 2020, 15:00 ALVA MARTINEZ TEIXEIRO

A visão diferente de Mauro: uma arte que procura inventar a partir do olhar da paisagem brasileira.

O ecletismo no filme “Ganga bruta”: os ecos expressionistas, a influência do impressionismo de Renoir ou da audácia de Griffith.

Análise da sequência inicial (0:00 – 6.40) e da caraterização dos protagonistas (13:12 – 13:55 // 21:24 – 23:24).

Ganga bruta e o cinema de ‘mise-en-scène’: a direção da câmara através da intuição, a conceção não tiránica da montagem e o ritmo interior da montagem.

A articulação dos elementos fílmicos de modo a que o fundamento tradicional (a anedota) se integre no organismo visual, num organismo fílmico vivo.

Bibliografia:

GOMES, Paulo Emílio Salles (1974): Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte (São Paulo: Perspectiva).

PEREIRA, Flávia Lago de Jesus (2010): “Cinema à moda brasileira: Ganga bruta e a questão da identidade nacional” in O olho da História, nº 14 in

http://oolhodahistoria.org/n14/artigos/flavia.pdf


O cinema experimental: Humberto Mauro

13 Outubro 2020, 16:30 ALVA MARTINEZ TEIXEIRO

O ciclo nacionalista e de adaptações literárias. O domínio da produção norte-americana e a queda violenta da produção de filmes brasileiros.

Mário de Andrade e a crítica ao cinema brasileiro. Análise do artigo de Mário de Andrade: o problema da importação de formas cinematográficas e de um certo convencionalismo cosmopolita dos gestos.

O filme Limite de Mário Peixoto e o cinema experimental: o estetismo subjetivo e experimental.

A modernidade de Ganga bruta de Humberto Mauro: a intencionalidade de planos, o tom trágico e os ecos freudianos, a montagem vivencial.

Ganga bruta e o cinema de ‘mise-en-scène’: a direção da câmara através da intuição, a conceção não tiránica da montagem e o ritmo interior da montagem.

Breve análise do retrato da identidade nacional e da visão crítica da sociedade brasileira: o contraste entre progresso material urbano e o subjacente atraso social (7.00-8.06 /11.30-12.32 /16.22-17.40)


Link do filme:

https://www.youtube.com/watch?v=-UHfXmVt1Jk&t=1318s

Bibliografia:

ARAÚJO, Vicente de Paula (1976): A Bela Época do cinema brasileiro (São Paulo: Editora Perspetiva).

GOMES, Paulo Emílio Salles (1974): Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte (São Paulo: Perspectiva).

PEREIRA, Flávia Lago de Jesus (2010): “Cinema à moda brasileira: Ganga bruta e a questão da identidade nacional” in O olho da História, nº 14 in

http://oolhodahistoria.org/n14/artigos/flavia.pdf