Sumários

2.º teste

28 Novembro 2023, 15:30 Rodrigo Furtado


2.º teste

A caminho de um tempo novo? – o Renascimento: as origens medievais de uma construção cultural.

23 Novembro 2023, 15:30 Rodrigo Furtado


1.     Marsílio de Pádua (c. 1275-c. 1342) e o Defensor pacis (1324).

1.1   Reitor da Universidade de Paris (1313).

1.2   Contexto: conflitos entre o imperador Luís da Baviera e os reis da península itálica, entre os quais o papa João XXII.

1.3   O Defensor Pacis (1324): a defesa da independência entre o Sacro Império e  papado. Por que é importante?

1.3.1        Jesus não procurou autoridade temporal; dar a César o que é de César;

1.3.2        A condenação papal (João XXII): 1327.

 

2.     Guilherme de Ockham (1285-1347)

2.1   Franciscano do grupo de Marsílio de Pádua; protegido por Luís da Baviera contra João XXII. 

2.2   A discussão sobre a pobreza (uma discussão entre Franciscanos): Jesus era pobre? Jesus detinha propriedade? Jesus e os apóstolos tinham propriedade comum? A recusa de G. Ockham: a acusação de heresia contra João XXII.

2.3   A separação entre poder espiritual e temporal: a recusa da autoridade política papal.

 

3.     John Wycliffe (ca, 1320-1384).

3.1   Ca. 1345-1356: estudos em Oxford.

3.2   De ciuili dominio (1375-6): o poder do rei sobre todo o reino e sobre as propriedades da Igreja. O rei exerce o seu dominium directamente de Deus; Igreja não devia ter terras e o clero devia ser pobre. Condenado: 1377.

3.3   1379: De ecclesia: o poder do rei sobre o sacerdócio; recusa do celibato, das indulgências e da intercessão dos santos;

3.4   Contra os mosteiros, a vida monástica e o poder dos mosteiros; o ataque à imoralidade do clero;

3.5   O ataque ao poder temporal e espiritual do papa.

3.6   A tradução da Bíblia.

 

4.     A emergência de um novo gosto.

4.1   Lovato Lovati (1241-1309): a poesia em latim em Pádua. A biblioteca clássica de Verona. O ‘círculo de Lovati’. Os círculos de Pádua, Verona e Vicenza.

4.2   A caminho de um novo padrão: a recuperação da antiga estética literária: o novo gosto.

 

5.     O século XIV e a erupção do classicismo:

5.1   A corte de Roberto de Anjou (1276-1343) em Nápoles.

5.2   A corte papal em Avinhão (1309-1377).

5.3   O papel de Petrarca (1304-1374).

                                               i.     Origem florentina;

                                              ii.     O exílio da família em Avinhão;

                                             iii.     Formação em Montpellier e Bolonha;

                                             iv.     Trabalho em Avinhão; a edição de Tito Lívio; os manuscritos do Pro Archia (Liège) e de Propércio (Paris).

                                              v.     As ligações a Nápoles.

                                             vi.     O gosto pelo antiquarismo em Roma.

5.4   O Grego.

                                           vii.     Os primeiros tradutores na corte de Nápoles e de Avinhão: o caso de calabrês Barlaão de Seminara (c. 1290-1348).

                                          viii.     Leonzio Pilato (?-1366) e o ensino de Grego em Florença (1360).

                                             ix.     Manuel Crisoloras (1355-1415) e a escola de Florença (1397).

Rodrigo furtado

Bibliografia sumária:

Mann, N. (1996), ‘The origins of humanism’, The Cambridge companion to Renaissance humanism, Cambridge, 1-19.

 

Heresias, mendicantes e ‘novas’ propostas de sabedoria/espiritualidade: repensar a Igreja

21 Novembro 2023, 15:30 Rodrigo Furtado


1.     Os movimentos de contestação dos séculos XII-XIII – o papel dos litterati.

1.1   Purificação da Igreja: um resultado da reforma gregoriana.

1.2   Valdenses: Pedro Valdo (ca. 1140-c.1205).

1.2.1        Lyon; 1176. Comerciante que deixa tudo para viver em pobreza evangélica. Encomenda a tradução de partes da Bíblia (NT). Aceite com cuidado por Alexandre III (1179). Condenado por Lúcio III (1184) como “pregador sem licença”, por ser leigo não podia pregar sem autorização do bispo local.

1.2.2        Espalha-se desde Aragão ao Reno e à Toscana.

1.2.3        Grande centralidade da Bíblia como única autoridade; a aprendizagem da leitura e da Bíblia de cor.

1.2.4        Grande insistência no papel dos leigos na pregação e na vida de austeridade.

 

1.3   Os Cátaros (katharoi= puros) ou Boni homines (‘homens bons’) ou Albigenses.

1.3.1        Movimento de ruptura com a Igreja; cria uma Igreja separada. O dualismo maniqueísta.

1.3.2        Desde 1114, em França; depois em Colónia, em Mainz, na Flandres, em Reims.

1.3.3        Espalha-se ao sul de França/Languedoc, Catalunha, Norte de Itália e Toscana: 1150’s.

1.3.4        Rejeição do Pentateuco e dos Livros Históricos do Antigo Testamento; Deus teria dois filhos: Cristo e Lúcifer, mas não era o criador deste mundo; Lúcifer=Deus do Antigo Testamento; a recusa de que Cristo tenha tido corpo. rejeição do baptismo de crianças, da eucaristia e do sacerdócio sacramental; condenação do casamento e da procriação; veganismo; rejeição do culto dos santos; rejeição das relações familiares, estatuto social e propriedade privada. Austeridade e recusa dos bens materiais.

1.4   Os hereges.

1.4.1        Penas: excomunhão; proibição de ensinar; confisco de bens; privação de liberdade; morte.

1.4.2        Falta de clareza na resposta: a quem cabe punir?

1.4.3        As respostas cada vez mais centralizadas:

1.4.3.1    Objectivo único: combate à heresia;

1.4.3.2    A inquisição episcopal: a bula ad abolendam de Lúcio III (1084).

1.4.3.3    A inquisição papal: Gregório IX (1231) – a tentativa de centralização.

 

2.     Os integrados: os Franciscanos.

2.1   Francisco de Assis (1181/2-1228).

2.1.1        Filho de mercadores; abandona tudo; torna-se ‘mendicante’ em 1208. Viver sem pensar no amanhã: sem propriedade pessoal ou comum; trabalho manual; esmola; recusa de qualquer poder. Em 1221 eram mais de 1000.

2.1.2        ‘Ordem dos Frades Menores’: auto-designação, por oposição a todos os Maiores. A necessidade de uma regra patrocinada pelo cardeal Ugolino: a regula bullata de 1223. O afastamento de Francisco.

2.1.3        O patrocínio de Ugolino=papa Gregório IX (1227-1241). Canoniza-o em 1228.

2.1.4        Boaventura de Bagnoregio (c. 1221-1274). Prior: 1257.      O capítulo de Narbonne: 1260.

2.1.4.1    Novas funções dos frades: pregação; confissão; pastoral.

2.1.4.2    Maior aposta na formação: o próprio Boaventura estudara em Paris.

2.1.4.3    Possibilidade de propriedade para desenvolver as funções da ordem.

 

3.     A contestação universitária ao papa:

3.1.1        Contestação ao poder temporal do papa: a recusa da autoridade política papal;

3.1.2        Defesa da separação entre o Imperador e o Papa;

3.1.3        Recusa da propriedade da Igreja;

3.1.4        A discussão sobre os sacramentos e a Eucaristia: a origem da reforma.

3.1.5        A necessidade de tradução da Bíblia.

 

Rodrigo furtado

Bibliografia sumária:

Merlo, G. G. (2014), ‘Christian experiences of Religious non-conformism’, The Oxford handbook of Medieval Christianity, Oxford.

………………………………………

Arnold, A., ed. (2014), The Oxford handbook of Medieval Christianity, Oxford.

Arnold, J. (2001), Inquisition and Power: Catharism and the Confessing Subject in Medieval Languedoc, Philadelphia.

Berman, C. H. (2000), The Cistercian Evolution: The Invention of a Religious Order in Twelfth-Century Europe, Philadelphia.

Constable, G. (1996), The Reformation of the Twelfth Century, Cambridge.

Evans, J. (1968) Monastic Life at Cluny 910-1157, Oxford.

Friesen, A. (1998), ‘Medieval Heretics or Forerunners of the Reformation? The Protestant Rewriting of the History of Medieval Heresy’, The Devil, Heresy and Witchcraft in the Middle Ages, Leiden, 165–190.

Given, J. B. (1997), Inquisition and Medieval Society: Power, Discipline and Resistance in Languedoc, Ithaca, NY.

Hamilton, B. (1996), ‘Religion and the laity’, The New Cambridge Medieval History. 4.1. c. 1024-c. 1198, Cambridge, 499-533.

Hamilton, B. (2008), ‘The Albigensian crusade and heresy’, The New Cambridge Medieval History. 5. c.1198-c.1300, Cambridge,  164-181.

Lambert, M. (20023), Medieval Heresy: Popular Movements from the Gregorian Reform to the Reformation, Oxford.

Lansing, C. (2000), ‘Popular belief and heresy’, A companion to the Medieval World, Malden, MA, Oxford, Victoria, 276-292.

McGuire, B. P., ed. (2011), A Companion to Bernard of Clairvaux, Leiden.

Moore, R. I. (1996), ‘Literacy and the making of heresy, c. 1000-c. 1150’, Heresy and literacy, 1000-1530, Cambridge, 19-37.

Moore, R. I. (20072), The Formation of a Persecuting Society, Oxford.

Taylor, C. (2005), Heresy in Medieval France: Dualism in Aquitaine and the Agenais, 1000–1249, Rochester, NY.

Vuachez, A. (1990), ‘The religious orders’, The new Cambridge Medieval history, Cambridge, 220-255.

A descoberta de Aristóteles e a compreensão do mundo: a Escolástica como método e como espelho.

16 Novembro 2023, 15:30 Rodrigo Furtado


1.     O currículum:

1.1   Artes: Bacharelato – 3 anos (dos 14/15-17); licenciatura – 3 anos + 1 de docência (18-21);

1.2   Direito, Medicina, Teologia – Bacharelato+Mestrado+Doutoramento – até 14 anos para Teologia em Paris.

 

2      A redescoberta dos textos aristotélicos e o progresso do conhecimento.

2.1   Até ao século XII: conhecimento indirecto de Aristóteles (a partir de Cícero ou de Boécio); mesmo Platão não era conhecido directamente, mas através dos autores cristãos latinos da Antiguidade tardia;

2.2   Aristóteles: Física, Metafísica, Ética, Da Alma. As traduções: fim do século XII.

2.3   Os comentadores de Aristóteles:

2.3.1        Avicena (ca. 980-1037): persa do Uzbequistão: Cânone de Medicina. Traduzido para latim em Toledo ca. 1160

2.3.2         Averróis (1126-1198): muçulmano da Hispânia; comentador de Aristóteles. Conhecido em tradução latina a partir de 1220s. O mais influente comentador de Aristóteles no Ocidente.

2.4   A partir de meados do século XIII: o abandono dos textos habituais do trivium (Agostinho, Boécio, Prisciano, etc); a substituição pelo curriculum aristotélico;

 

3      A Universidade no século XIII:

3.1   Hierarquia: uma universidade hierarquizada; produz a distinção;

3.2   Especialização:

3.2.1        Do ensino: Faculdade – predomínio de uma disciplina; auto-suficiência;

3.3   Democratização:

3.3.1        Os colégios: começam com instituições de beneficência para estudantes pobres e deslocados.

3.3.2        Nações: agrupamentos de estudantes de acordo com a origem geográfica – o Quartier Latin.

3.3.3        Cada vez mais gente fora do meio estritamente clerical – comerciantes; artífices.

3.3.4        Veículo de promoção social: acesso à cultura erudita; acesso ao funcionalismo dos reinos, que se estão a formar.

3.4   Escolástica: o ensino:

3.4.1        A escolástica. A lógica aristotélica.

3.4.2        Lectio.

3.4.3        As disputas privadas e públicas (obrigatórias de quinze em quinze dias):

quaestio/disputatio (dialéctica) +

determinatio (resultado).

3.4.4        Três princípios fundamentais:

3.4.4.1    A procura da verdade filosófica através da lógica dialéctica aristotélica;

3.4.4.2    A autoridade do edifício lógico aristotélico;

3.4.4.3    A tentativa de harmonizar fé e razão: a fundamentação lógica do cristianismo.

Rodrigo Furtado

 

Bibliografia Básica:

Noone, T. B. (2002), ‘Scholasticism’, A companion to Philosophy in the Middle Ages, Malden, MA, Oxford, Victoria, 55-64.

------------

Afonso, L. U.-Nóvoa, A.-Fernandes, H. (2013), A universidade medieval de Lisboa, lisboa.

Catto, J. I.-Evans, R.-Aston, T. H., eds. (1984), The history of the University of Oxford, Oxford.

Pedersen, O. (1997), The first universities: Studium Generale and the origins of University education in Europe, Cambridge.

Verger, J. (1973), Les Universités au moyen âge, Paris.

Verger, J. (1992), “The first French universities and the institutionalization of learning: faculties, curricula, degrees,” Learning institutionalized: Teaching in the Medieval University, Notre Dame, IN.

Primeiro teste presencial escrito.

16 Novembro 2023, 09:30 Angélica Varandas


Primeiro teste presencial escrito.