Sumários
Existência (3)
30 Setembro 2022, 12:30 • Ricardo Santos
A teoria de
Quine: existir é ser (idêntico a) alguma coisa (continuação). O lugar do
compromisso ontológico é a quantificação e, especialmente, as quantificações
existenciais. Usar o nome “Pégaso” não compromete, usar o predicado “unicórnio”
não compromete, mas aceitar “Existem números” compromete. A análise de “x
existe” como “$y x=y”. A universalidade e
trivialidade da existência: “Tudo existe” é uma verdade lógica.
Objecções modais
ao descritivismo (Kripke). Os nomes são designadores rígidos (designam o mesmo
objecto em todos os mundos possíveis), ao contrário das descrições. Exemplos
reveladores: “Aristóteles poderia não ter sido um filósofo”; “Gödel poderia ter
sido professor em Londres”; “O homem que demonstrou a incompletude da
aritmética poderia ter sido professor em Londres”. Consequência: recoloca-se o
problema dos nomes vazios (“Pégaso voa”) e das existenciais negativas (“Pégaso
não existe”). Ressurgimento do meinonguianismo. Quarta opção: neo-meinonguianos
e possibilistas. Tese central: Há coisas que não existem (actualmente). A
controvérsia entre quineanos e neo-meinonguianos. Teses em confronto: (A) Tudo
existe versus (B) Há coisas que não
existem. Ao contrário do que parece, (B) não pode ser a simples negação de (A),
pois nesse caso estaria a dizer que há coisas tais que não há tais coisas. O
defensor de (B) diz que Pégaso não existe, mas não diz que Pégaso não é
idêntico a si mesmo. Para o defensor de (B), $x
é um quantificador particular, sem carga existencial (que deve ser lido como
“Alguma coisa é tal que”); a existência é um predicado primitivo e indefinível.
Dúvida: a discordância entre (A) e (B) a respeito de “existe” é uma
discordância verbal (sobre o significado da palavra “existe”) ou factual (sobre
o que é existir)?
cont.
28 Setembro 2022, 14:00 • Guiomar Mafalda Maia de Faria Blanc
O pitagorismo e a descoberta do número como constituinte principal das coisas. A mónada, o par e o ímpar.
Existência (2)
28 Setembro 2022, 12:30 • Ricardo Santos
Terceira opção:
existir é ser (idêntico a) alguma coisa (Quine). Há um só modo de ser.
Nominalismo de predicados: o facto de “a maçã é verde” ter significado não
implica a existência da propriedade de ser verde; um objecto particular é
referido por “a maçã” e esse objecto satisfaz ou não satisfaz o predicado “é
verde”. As existenciais negativas com uma descrição definida no lugar de
sujeito são analisadas de acordo com a teoria das descrições definidas de
Russell. Traços essenciais da teoria das descrições definidas (Russell): “O F é
G” analisada como “Há um único objecto que é F e esse objecto é G”. As
existenciais negativas com um nome próprio no lugar de sujeito são analisadas
de acordo com a teoria descritivista dos nomes (ou “descritivismo”), que diz
que os nomes são descrições definidas abreviadas (ou disfarçadas). Pressuposto
o descritivismo, o uso com significado de um nome não implica a existência de
um objecto nomeado. A substituição de “Pégaso” por “O ser que pegaseia”.
cont.
26 Setembro 2022, 14:00 • Guiomar Mafalda Maia de Faria Blanc
Heraclito seg. H. G. Gadamer: a dinâmica do Uno e do todo. O Fogo sempre vivo e o devir da multiplicidade.
Existência (1)
26 Setembro 2022, 11:00 • Ricardo Santos
O problema das
existenciais negativas: aparentemente, a mesma coisa tem de existir e não
existir para que a proposição seja verdadeira (e.g. “Pégaso não existe”).
Primeira opção: há dois modos de ser, existir e subsistir (Meinong). As coisas
concretas existem, enquanto os objectos abstractos subsistem. Objecção:
trata-se de uma distinção obscura. Segunda opção: a existência é uma
propriedade de segunda ordem (Russell). Distinção entre propriedades de
primeira e de segunda ordem. Análise de “Os homens são numerosos” e de “Os
unicórnios não existem”. Objecção: as existenciais singulares, afirmativas ou
negativas, têm sentido (por exemplo: “Vulcão não existe”).