Sumários

Fatalismo (4)

21 Fevereiro 2019, 18:00 Ricardo Santos

Segundo problema para a resposta de Ockham: 2) a justificação dada para a restrição da lei da implicação para a necessidade aplica-se também a casos onde a consequência lógica está no passado, mas a lei parece inatacável para estes casos. (iv) Rejeição da lei do raciocínio por casos (Thomason): a ideia geral de casos onde está determinado quais são as opções possíveis, mas não está determinado que opção é a correcta. Como esta ideia faz falhar o raciocínio por casos: sob a assunção de um disjunto, segue-se que o outro disjunto é determinado, de maneira que o raciocínio por casos implicaria que um ou outro dos disjuntos é determinado. Problemas para a resposta de Thomason: 1) ela também é incompatível com a possibilidade de que tenhamos conhecimento sobre o futuro. 2) A posição aceita que nem “Vai haver batalha” nem “Não vai haver batalha” são verdadeiras, mas também aceita a lei da ascensão: as duas coisas implicam que seja correcta uma disjunção (“[Vai haver batalha mas “Vai haver batalha” não é verdadeiro] ou [não vai haver batalha mas “Não vai haver batalha” não é verdadeiro]”) cujos disjuntos, não só ainda não estão determinados ou ainda não são verdadeiros, mas até são logicamente impossíveis.


Fatalismo (3)

19 Fevereiro 2019, 18:00 Ricardo Santos

Segundo problema para a resposta de Aristóteles: 2) A exigência de que uma frase verdadeira corresponda a factos presentes é demasiado forte, pois parece suficiente que uma frase diga que as coisas vão ser como de facto vão ser. Reforço desta ideia assumindo (com o presentismo) que os factos passados já não existem, caso em que a exigência sob discussão implicaria que nenhuma frase sobre o passado é verdadeira. (iii) Rejeição da lei da implicação para a necessidade (Ockham): distinção entre factos duros e moles—a lei da implicação para a necessidade falha para os factos moles, porque estes podem ser determinados metafisicamente exactamente por algumas das suas consequências lógicas, caso em que eles não podem determinar metafisicamente essas consequências. Problemas para a resposta do Ockham: 1) distinção entre factos duros e moles é pouco clara, e há um dilema: a noção de moleza tem de ser a de moleza parcial para tratar da variação do argumento fatalista com o conhecimento, mas isso vai fazer falhar a lei para factos conjuntivos que, muito plausivelmente, efectivamente necessitam as suas consequências.


Fatalismo (2)

14 Fevereiro 2019, 18:00 Ricardo Santos

Último passo fundamental do argumento: (iv) lei do raciocínio por casos. Generalização do exemplo para todos os tempos e para todos os acontecimentos. Respostas ao argumento da Batalha Naval (além da aceitação da conclusão fatalista). (i) Rejeição da lei do terceiro excluído (Lukasiewicz): se ainda não há factos para nenhum dos disjuntos, tampouco pode já haver um facto para a disjunção. Problemas para este tipo de resposta: 1) parece fazer parte dos dados que já hoje há só duas possibilidades em aberto: ou haverá uma batalha ou haverá paz; 2) não explica o facto de que hoje podemos já saber que, por exemplo, haverá uma batalha. (ii) Rejeição da lei da ascensão de “A” para “A frase “A” é verdadeira” (Aristóteles): a verdade requer correspondência com factos presentes e, embora vá haver uma batalha, ainda não há um facto ao qual “Vai haver uma batalha” corresponda (só haverá quando houver uma batalha). Problemas para este tipo de resposta: 1) Variação do argumento com saber no lugar da verdade, de tal maneira que se teria de negar que alguém possa ter conhecimento do futuro em aberto.


Fatalismo (1)

12 Fevereiro 2019, 18:00 Ricardo Santos

A tese fatalista: todos os acontecimentos são necessários desde sempre. Avaliação intuitiva da tese: pouco plausível e em conflito com a liberdade. Questões preliminares: (1) Distinção entre fatalismo e determinismo: o primeiro diz que em qualquer tempo qualquer acontecimento posterior já é necessário (tese substancialmente filosófica); o segundo diz que em qualquer tempo há uma implicação lógica entre [o que acontece então + as leis da natureza] e qualquer acontecimento posterior (tese substancialmente física). (2) Consequências práticas do fatalismo: retira sentido à acção humana? Embora o fatalismo implique que também tudo o que fazemos e sentimos para conseguir os nossos objectivos é necessário, se o fatalismo estiver correcto, não pareceria racional preocuparmo-nos com as nossas ações como se algo ainda estivesse ‘em suspenso’. Apresentação do Primeiro Argumento Fatalista (“Batalha Naval”). Passos fundamentais do argumento: (i) lei do terceiro excluído, (ii) lei da ascensão (iii) lei da implicação para a necessidade.


Identidade pessoal (3)

7 Fevereiro 2019, 18:00 Ricardo Santos

Problema da identidade pessoal: a disputa entre neo-lockeanos e animalistas. A reacção dos animalistas ao caso do Transplante. O animal humano e o seu cérebro: um órgão especial? O estatuto do feto e do indivíduo em estado vegetativo. Análise do argumento do animal pensante. A perspectiva dos “dois pensadores” (o animal e a pessoa, no mesmo lugar): objecções e respostas. O revisionismo do pronome da primeira pessoa. A perspectiva da mente incorporada.