Sumários

Tradução como metáfora da condição humana

27 Outubro 2021, 15:30 Marta Pacheco Pinto

Concluiu-se, na primeira parte do seminário, a discussão do conto de Jhumpa Lahiri, "O intérprete de enfermidades", cujas personagens principais, perdidas em equívocos comunicativos, procuram um sentido para a vida. A busca de tradução configura-se simultaneamente como uma busca identitária e uma forma de redenção. Na segunda parte, a apresentação do artigo "A tradução como metáfora da contemporaneidade", de António Sousa Ribeiro, esteve a cargo de um dos alunos, tendo a sua discussão permitido abordar a metáfora da tradução sob uma perspectiva culturalista. Concluiu-se a sessão com a projecção da curta-metragem "Chuchotage" (dir. Barnabás Tóth, 2019), que sintetiza os principais motivos abordados nos últimos dois contos - a invisibilidade do tradutor (uma figura da sombra), erro de interpretação, solidão e falta de afecto.


Metáforas da tradução e do tradutor

20 Outubro 2021, 15:30 Marta Pacheco Pinto

A apresentação do texto "Metaphors for the translator", de Michael Hanne, esteve a cargo de uma das alunas do seminário e permitiu sistematizar as metáforas que mais frequentemente se associam ao acto de tradução e que as ficções literárias tendem a revisitar/desconstruir/reelaborar. A discussão, que se seguiu, dos contos “O intérprete” (1995), de Moacyr Scliar, e “Intérprete de enfermidades” (2001 [1999]), de Jhumpa Lahiri, foi orientada para as dialécticas da tradução/confiança e tradução/busca identitária, sendo a solidão e a perda da capacidade de comunicar sintomas de incompletude e da procura de um lugar de pertença.  


Tradutor em pé de página

13 Outubro 2021, 15:30 Marta Pacheco Pinto

Na primeira parte do seminário, concluiu-se a discussão do conto de Yoko Tawada, "St. George and the translator", dando particular destaque à teoria que se propõe de tradução, assente na ideia de fragmento, à relação entre autora e tradutora e à tradução enquanto metamorfose (princesa vs. dragão).

Na segunda parte do seminário, o texto "De l’érudition à l’échec" (2000), de Jacqueline Henry, foi apresentado por uma aluna e serviu de mote para reflectir sobre o conto de Moacyr Scliar, "Notas ao pé da página" (1995).


A tarefa da tradutora (de intérprete a tradutora literária)

6 Outubro 2021, 15:30 Marta Pacheco Pinto

Na primeira parte da aula, concluiu-se a discussão do filme Arrival, que se concentrou sobretudo na intersecção entre (in)traduzibilidade, língua e tempo, passando pela hipótese Sapir-Whorf do determinismo linguístico vs. relativismo linguístico. De seguida, fez-se uma apresentação sumária de Yoko Tawada, cuja obra exemplifica uma escrita exofónica, e forneceram-se dados contextuais relativos à lenda de S. Jorge, que é desconstruída no conto "St. George and the translator". Encenando o texto um processo de tradução ( transmesis), analisou-se o verbete "Genetic criticism" (2020), de Anthony Cordingley, exemplificativo de uma área de interesse recente nos estudos de tradução, a dos estudos genéticos de tradução, focada na desconstrução/reconstrução do processo criativo do tradutor. Iniciou-se a análise do conto, que contemplou os seguintes tópicos: a corporização do processo de tradução; o estatuto social da tradução e da tradutora; metáforas da tradução e a importância da letra O.

(Esta aula teve excepcionalmente lugar das 14.00 às 16.50, na sala C017.A, por conta da participação da docente na reunião da comissão de avaliação A3ES do curso de licenciatura em Estudos de Cultura e Comunicação, agendada para as 17.00.)


O primeiro encontro: a tarefa da tradutora-intérprete

29 Setembro 2021, 15:30 Marta Pacheco Pinto

Discutiram-se as valências epistemológicas do estudo da ficção de tradutores e da tradução para a disciplina de estudos de tradução através do texto de Klaus Kaindl, “The remaking of the translator’s reality. The role of fiction in translation studies” (2018). 

A ficção em análise nesta sessão consistiu no filme Arrival (de Denis Villeneuve, 2016). Alguns dos conceitos centrais para abordar este texto (língua, tradução, diplomacia, relação Eu vs. Outro, subordinação, democratização, tempo) foram introduzidos através da leitura de “The empire talks back” (2009), de Michael Cronin, cuja apresentação esteve a cargo de um dos alunos.