Sumários

Férias da Páscoa.

23 Abril 2019, 16:00 José Damião Rodrigues

Férias da Páscoa.


3. A construção do saber histórico. (4)

16 Abril 2019, 16:00 José Damião Rodrigues

3. A construção do saber histórico.

3. 2. A ciência histórica no século XIX: Romantismo, Positivismo, Historicismo, Materialismo Histórico.

O Romantismo: as críticas aos excessos do racionalismo; a explicação da sucessão dos acontecimentos e da origem das nações europeias. O Positivismo: o positivismo científico e a observação dos factos históricos; a anulação do historiador e o fetiche do facto; o triunfo da história científica e erudita em França depois de 1870; a contribuição da história positiva ou metódica para as gerações futuras. O Historicismo: a influência do idealismo alemão; a reconstituição objectiva do passado wie es eigentlich gewesen ist. O Materialismo Histórico: a "concepção materialista da história" e a importância do estudo dos processos sociais e económicos e das condições materiais da existência humana; a luta de classes como o "motor da história". A historiografia marxista ortodoxa e a renovação historiográfica após 1945.


Bibliografia:

Obras indicadas na aula anterior;

BARRACLOUGH, Geoffrey, A História, "Ciências Sociais e Humanas, 24‑25", Lisboa, Bertrand, 1980, 2 vols. [edição original: 1976];

KELLEY, Donald R., Fortunes of History: Historical Inquiry from Herder to Huizinga, New Haven, CT. Yale University Press, 2003;

SKINNER, Quentin (dir.), As Ciências Humanas e os seus grandes pensadores, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1992 [edição original: 1985].


História e literatura

16 Abril 2019, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 21

16-04-2019                                

 

Da antiguidade à autonomização da história como ciência social.

Reflexões oitocentistas: W. Humboldt, Macaulay, Michelet, Herculano e Oliveira Martins. 

lingustic turn. Hayden White (1966 e 1973): esbate-se  a diferença história/literatura.  

Erosão do estatuto da história como ciência social, dos anos 80 à actualidade.  Narrativismo e reacção crítica.

Comentário e debate de  Michel de  Certeau, "A operação historiográfica" in L'ecriture de l' histoire, 1975.



OBS: Aula pelo Prof. Doutor Sérgio Campos Matos de substituição autorizada por motivo de Júri de provas de agregação na Universidade de Coimbra nos dias 15 e 16 de Abril.


3. A construção do saber histórico. (3)

12 Abril 2019, 16:00 José Damião Rodrigues

3. A construção do saber histórico.

3. 1. Da Antiguidade ao Iluminismo.

História e historiografias oficiais: os casos da Monarquia Hispânica e da monarquia francesa. Barroco e Iluminismo: a impossibilidade de homogeneizar o panorama cultural europeu. As continuidades seiscentistas. Leituras do Iluminismo: as linhas de força; o léxico; razão, luzes e progresso: a influência do pensamento ilustrado na historiografia dos séculos XIX e XX; as resistências e as críticas. Nomes marcantes; leitura e comentário de excertos das obras de Voltaire e Gibbon.


Bibliografia:

Obras indicadas na aula anterior;

HADDOCK, B. A., Uma Introdução ao Pensamento Histórico, "Construir o Passado, 16", Lisboa, Gradiva, 1989 [edição original: 1980];

KELLEY, Donald R., Faces of History: Historical Inquiry from Herodotus to Herder, New Haven, CT., Yale University Press, 1998.


As temporalidades múltiplas/mútuas de passado, presente, futuro

11 Abril 2019, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 20

11-04-2019                   

                  

O presente/”praesens” como fina camada de relação intra e entre passados e (possibilidades/escolhas de) futuros. O presente/existente como “o que está diante de mim”  e “o iminentemente urgente” ( E. Benveniste) . Do simultâneo como conexão/interação ao anterior e ao posterior.

A estrutura estratigráfica dos passados e o problema da possibilidade de crítico e fundamentado conhecimento histórico. A ambivalência do passado: como “distanciamento”/diferença através de traços (coisas, textos, etc.) sobreviventes/existentes no aqui e agora e como “proximidade” integrada/disseminada/metamorfoseado no presente. A proximidade e o distanciamento transmitido/em receção pela luz/sombra que se abate entre, por exemplo, s. XVI e s. XXI..

Não existe relação direta entre o campo de investigação histórica no s. XXI e o dossier dos traços, por exemplo, de Damião de Góis/1502-1574, Macau Ming (s. XVI-XVII), Hérodoto de Halicarnasso s. V a.C. Esses traços sobrevivem/organizam-se como processo multissecular/multimilenar de descontinuidades/transformações. Essa relação faz-se pois pelo passado intermediado/intermediário que mostra e esconde. A variedade de questionários históricos possíveis e com mútua implicação. O objeto/objetivo da transmissão de Damião de Góis, post 1574 e até 2002 como conhecimento / apagamento / valoração / ”memória” / “ilusão retrospetiva”.

O historiar quer descrever, interpretar, explicar (enquanto tema, problema, tópico) algo de existente, real, vivente num outro então presente e que hoje é passado. As possibilidades e os limites deste conhecimento plausível, provável, contrastável mas de modelo/tipo e jamais de pormenor/e muito menos de “tal como foi” pois o acesso/distância é fragmentário, disseminado. O “tal como foi” é sempre plural, múltiplo, diferencial conforme os grupos, posições, poderes. Foi/existiu e enquanto presença/presente foi múltiplo, contraditório, diferencial para os então presentes grupos, indivíduos, instituições, etc. A história como um fundamentado cálculo de probabilidades de outrora existentes/existências naquela (?) forma temporoespacial a partir de traços/sinais a reunir, inventariar, seriar, modelar em descrição - explicação. Sinais/traços acumulados e transmitidos em acaso e  necessidade jamais neutral. A investigação do historiar: “… não no espaço de uma ciência, mas como o movimento no qual se busca uma ciência… que faz da ciência não o horizonte problemático da investigação, mas o objeto polémico da sua investigação…” (Michel Foucault/1957).

A propósito do diálogo eletivo na aula com o colega Professor Sérgio Campos Matos. As aporias indivíduo-sociedade. As relações entre pluralidade – singularidade, tempoespaço situado e tempoespaço transmitido. A História como busca fenomenal-racional do enigma temporoespacial do humano. Dois historiadores num conhecimento aberto/incerto mas ainda assim conhecimento possível.

 

Bibliografia mencionada:

 

Elias, Norbert – Die Gesellschaft der Individuen, Frankfurt, Verlag, 1987 (trad. por., Lisboa, D. Quixote, 1993, deficiente)

 

Foucault, Michel – Dits et Écrits I. 1954 – 1975, Paris, Gallimard, 1994.