Sumários

3. A construção do saber histórico. (2)

9 Abril 2019, 16:00 José Damião Rodrigues

3. A construção do saber histórico.

3. 1. Da Antiguidade ao Iluminismo.

A emergência de uma história alternativa à história da Igreja: a génese das histórias dinásticas e casas reinantes.

A "redescoberta" da Antiguidade: Renascimento e humanismo. O lugar de Florença na escrita da história. Humanismo e Antiguidade. Reforma, Contra-Reforma e história: o combate aos mitos e lendas e ao anacronismo; a dúvida e o pirronismo. A história crítica. O impacto do descobrimento do Novo Mundo e da expansão ultramarina na reflexão e escrita da história. O regresso de uma concepção providencialista da história: Bossuet e Vico.


Bibliografia:

Obras indicadas na aula anterior;

GRAFTON, Anthony, New World, Ancient Texts: The Power of Tradition and the Shock of Discovery, paperback, Cambridge, Ma., Harvard University Press, 1995 [edição original: 1992];

GUENÉE, Bernard, Histoire et culture historique dans l'Occident médiéval, Paris, Aubier Montaigne, 1980;

LEFEBVRE, Georges, O Nascimento da Moderna Historiografia, "Nova Universidade", Lisboa, Sá da Costa Editora, 1981 [edição original: 1971];

RABASA, José; SATO, Masayuki; TORTAROLO, Edoardo; WOOLF, Daniel (eds.), The Oxford History of Historical Writing, Vol. 3: 1400-1800, Oxford, Oxford University Press, 2012;

SANSTERRE, Jean-Marie (dir.), L'autorité du passé dans les sociétés médiévales, "Collection de l'École Française de Rome, 333", Roma, École Française de Rome, 2004.


As categorias sintéticas de tempo histórico (passado, presente, futuro)

9 Abril 2019, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 19

9-04-2019                                                      

 

Breves elementos sobre as Filosofias narrativistas da História. Metáforas e figuras estilísticas em todos os discursos de conhecimento/crítica. O caso da Astrofísica com a “grande explosão”, “sopa cósmica”, “buraco negro”, “cordas”, “seta do tempo”, etc., mas cujo saber científico não é redutível a estas figurações estilísticas/literárias (metáforas comunicativas).

Os programas mais avançados de História não são “um romance do verdadeiro” (Paul Veyne, 1971) e muito menos um verdadeiro romance/estilo figurativo – literário (H. White, 1973). São conhecimento crítico, plausível, protocolado de factos humanos: “A História é a análise descritiva e a teoria destas transformações…” (M. Foucault, 1968) situadas, perspetivadas, tematizadas, problematizadas, como ordem temporoespacial.

Um mero exemplo: a obra de Frank Ankersmit desde “Narrativ Logic”/1983 até “Sublime Historical Experience”/2005. Avanços, recuos e metamorfoses da Filosofia da História Narrativista.

O tempo plural e estratigráfico dos programas de historiar mais avançados nos séculos XX e XXI. A ordem temporoespacial no plano sintético, global, qualitativo: passado (anterior), presente (simultâneo), futuro (posterior). Diferenciar não é separar pois a implicação passado, presente, futuro é mútua e múltipla. A pluralidade dos tempos acompanha a variedade dos campos, extensões, espaços. O presente como uma existente fina camada de ligações/distinção de inextensos passados e infinitos futuros possíveis. O presente, como diz Leibniz em 1710, prenhe de futuros e de passados. O historiar como analítica explicativa dessas transformações e persistências passado, presente, futuro. Alguns exemplos concretos a propósito de ambiente, língua, micróbios, aparelho sensorial. O projeto do historiar como tensão racional-factual presente/passado. A pluralidade de passados em reprodução, herança, transformação no presente: do passado instante ao passado distante. A História como descrição explicativa das ordens fenomenais de transformações, “metamorfoses e persistências “ (B. Latour/2012)

 

Alguma Bibliografia mencionada:

 

Buchanan, Mark – Ubiquity: the Science of History… , N. Iorque, Crown, 2000

Crosby, Alfred – Ecological Imperialism: the Biological Expansion of Europe, 900-1900, Cambridge U. Press, 1996 (1. Ed., 1986)

Foucault, Michel – L´Archéologie du Savoir, Paris, Gallimard, 1969


3. A construção do saber histórico. (1)

5 Abril 2019, 16:00 José Damião Rodrigues

3. A construção do saber histórico.

3. 1. Da Antiguidade ao Iluminismo.

Questões metodológicas preliminares: a escrita da história nas sociedades antigas e medievais.

A emergência da consciência histórica na Grécia. Heródoto e a distinção entre lenda e tradição verídica. Tucídides e o passado como a explicação causal do presente. A história como história política. A história como magistra vitae.

Roma e a herança grega. A historiografia romana: valores e "lugares de memória"; os problemas. O Cristianismo e a história: história sagrada e história humana; a ideia de história universal. A prática da história na Antiguidade tardia e na Alta Idade Média. A emergência de uma história alternativa à história da Igreja: a génese das histórias das monarquias e casas reinantes.


Bibliografia:

ARIÈS, Philippe, Le Temps de l'Histoire, préface de Roger Chartier, 2e éd., Paris, Éditions du Seuil, 1986;

GUENÉE, Bernard, Histoire et culture historique dans l'Occident médiéval, Paris, Aubier Montaigne, 1980;

KELLEY, Donald R., Faces of History: Historical Inquiry from Herodotus to Herder, New Haven, CT., Yale University Press, 1998;

SHANSKE, Darien, Thucydides and the Philosophical Origins of History, New York, Cambridge University Press, 2006.


Filosofias da História e Teorias da História: Proximidades e Distanciamentos

4 Abril 2019, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Aula 18

4-04-2019                                             

 

As filosofias da história do tipo reflexões críticas sobre os modos, tipos, conquistas e limites do fazer / racionalidade de conhecimento histórico.

Breves indicações acerca de K. Popper (1902-1944) – The Poverty of Historicism / 1944-45 e a indeterminação / imprevisibilidade do futuro; de C. G. Hempel (1905-1997) – “The Function of General Laws in History”/1942; Arthur C. Danto (1924-2013) – Alalytical Philosophy of History/1965 e a distância passado – história jamais vencida; Raymond Aron (1905-1983), Michael Oakeshott (1901-1990), Siegfried Kracaeur (1889-1966), etc.

A relevância destas teorias para o próprio historiar e as teorias do próprio campo do historiar. Não se trata de integrar, reproduzir, copiar mas sim de potenciar alguns elementos desta reflexão externa no próprio fazer de investigação histórica. Um exemplo, a propósito da ideia de progresso, genérica e não operativa ao historiar por implicar desenvolvimento contínuo / universal. Mas, os historiadores operam com categorias de progressão, bloqueamento, regressão que são plausíveis, prováveis, testáveis em termos de prova/dados.

A propósito de questões levantadas pelos alunos. Breves palavras acerca das Diferenças entre Historiar e Memória (função de organização/ilusão retrospetiva individual/grupal). A previsibilidade de estados futuros de sociedades, economias, meios ambientais e modelos probabilísticos de curto-médio prazos versus crenças de/no futuro como “Progresso”, “Liberdade”, “Decadência”, “Igualdade”, etc. Racionalidade crítica de conhecimento e racionalidades de crença, opinião, senso-comum, etc.

Teorias sobre a História das Filosofias da História e Teorias da História dos próprios Historiadores/Historiar na mesma altura: R. G. Collingwood (1889-1943) – The Idea of History/1946, H. I. Marrou – De la Conaissance Historique/1954.

 


Participação do docente, a convite e como representante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na III Reunião da Rede Mundial de Universidades Magalhânicas (RUMA)

2 Abril 2019, 16:00 José Damião Rodrigues

Participação do docente, a convite e como representante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na III Reunião da Rede Mundial de Universidades Magalhânicas (RUMA), organizada pela Universidad de Las Palmas de Gran Canaria e pela Universidad de La Laguna, Las Palmas-Tenerife, 1 a 3 de Abril de 2019.

Os alunos foram informados e realizaram trabalho tutorial, com monitorização do docente.