Sumários

J. Demy, "Les Demoiselles de Rochefort" (2)

22 Março 2017, 12:00 Fernando Guerreiro

3. O Plano-sequência como corporização da "forme ballade" da Nouvelle Vague francesa (Deleuze): 3.1. a continuidade permite o "acabamento" da acção como canto / dança; 3.2. o trabalho sobre o Tempo como extensão ou duração : precipitação no "aqui"/"presente" (dança) ou projecção no "tempo longo" do passado ou futuro (canto);
4. a fórmula do filme: Jazz + Cinemascope + Technicolor: o "musical" como forma ideal (optimizada) de cinema (Elsaesser): 4.1. a "música" como estrutura da forma; 4.2.os cenários como instalações "óptico-sonoras" puras (Deleuze). o café de Yvonne; 4.3.o real aumentado do plano-sequência como linha ondulatória/ movimento contínuo do mundo de que o filme capta o Número.
* projecção do resto do filme de Demy.


O Plano-sequência no musical: J. Demy, "Les Demoiselles de Rochefort" (1967)

17 Março 2017, 12:00 Fernando Guerreiro

1. o Cinema e a Dança: i) não só imagens em movimento mas imagens que dançam (D. Tomasovic); ii) a dança como problematização e exponenciação do movimento; iii) o corpo flutuante do espectador; iv) funções: explicar/ resolver impasses do real; incorporação/ modalização do tempo nas imagens (E. Faure);

2. o universo "em-cantado" de J. Demy: i) fechado (perfeito) e aberto (ao real, imaginário); ii) continuidade da fala/ canto, língua/ poesia e gesto/ dança; iii) um cinema do (des/ re-)encontro: acaso e destino; iv) um cinema total ("órfico") de um real acrescentado ("nomear musicalmente as coisas"); v) uma dupla influência: o musical americano (clássico: MGM , e moderno: "West Side Story") e a tradição francesa (do "realismo poético" ao cinema de" variedades"); uma "ópera popular (jazz) cantada" (Deleuze).

* projecção da sequência de abertura do filme e de dois clips, um de Les Parisiennes( "Il fait trop beau pour aller travailler")", outro de Bjork ("O so quietly", de Spike  Jonze)

Bibliografia: textos de T. Elsaesser, José Manuel Costa e Jonathan Rosembaum na pasta da cadeira


W. Wyler, "The Best Years of our Lives" (2)

15 Março 2017, 12:00 Fernando Guerreiro

3.3. o Plano-sequência com profundidade de campo (diferenças em relação a Welles): a chamada telefónica no bar de Butch; .4. Fred no cemitério de aviões: a dissociação som/ imagem (do signo cinematográfico); 3.5. a centralidade do personagem de Homer: o uso de um não-actor, Harold Russell: uma crise de representação: o problema da "castração" (figurações); o "fazer" como estética (e ética) do filme; 3.6. a sequência do casamento ("home movie"): solução da crise?
* projecção do resto do filme


O Plano-sequência: Wylliam Wyller

10 Março 2017, 12:00 Fernando Guerreiro

1. o Plano-sequência segundo André Bazin: um cinema da continuidade e da "escrita directa do real": características (Wyler, "No Magic Wand");

2. o paradoxo de W. Wyler: um "autor" não-autor, com um estilo por defeito, neutro (transparente), negativo (Bazin, Lenhardt);

3. "The Best Years of Our Lives" (1946): 3.1. como "filme de guerra", "escrito pelos acontecimentos" (Wyler); o contributo de Greg Tolland como operador (uma "reescrita" de "Kane"?); 3.2 padrões geométricos: efeitos de reenquadramento no plano (S. Kozloff); o motivo do "espelho" como índice de "reflexividade" tanto psicológica/ moral como formal .

* projecção de 25 minutos do filme

Bibliografia: dois textos de A. Bazin (sobre o "plano-sequência" e W. Wyler) na pasta da cadeira


"Shirin" de Abbas Kiarostami: a epifania do rosto

8 Março 2017, 12:00 Fernando Guerreiro

1. uma prática das imagens no quadro de uma cultura iconófoba: uma concepção não mimética ou figurativa mas ornamental/ decorativa das imagens;
2. uma cinema do real: 2.1. uma ética do olhar e do respeito pelas coisas; 2.2. abertura ao acaso do real e ao imprevisto da forma; 2.3. crítica do ilusionismo mimético; 2.4. dissociação do signo cinematográfico; 2.5. mais presentificação do que representação;
3.  "Shirin" (2009): um dispositivo (teoria) do cinema: 3.1. a sala de cinema como câmera escura com ecrã como interface com o imaginário do espectador: 3.2. o Som como 3D da imagem; 3.3. construção (escultura) do rosto do espectador.
* projecção dos 15mn finais do filme e da cena do "ícone" de "Mata-Hari" com Greta Garbo