Sumários

Pensamento holístico em Goethe, sua representação.- nuvens e auroras boreais.

28 Março 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

 

Retomámos a ideia de pensamento holístico, caro a Goethe e presente em O Jogo das Nuvens, considerando que as formas e movimento das nuvens nos permitem ter da natureza e do universo uma perspectiva integrada e reparadora do que somos, de como nos integramos como partes de um todo e de como ao mesmo tempo adquirimos o sentido de metamorfose de que as próprias nuvens são exemplo.

Considerando que tudo pode ter a ver com tudo recuperámos de Aristóteles e da sua Metafísica a seguinte reflexão: [1075a 16] Tudo está coordenado (as coisas que nadam, as que voam, as plantas), de certo modo, mas não de modo semelhante. Não é verdade que elas se comportem de tal modo que uma não tenha nenhuma relação com a outra, mas, ao contrário, há relação, pois tudo está coordenado em volta de uma única coisa, como em uma casa os homens livres têm muito pouca permissão para fazer qualquer coisa ao acaso (pois, ao contrário, todas as coisas, ou a maioria delas, estão ordenadas), mas aos escravos e animais cabe muito pouco do que é relacionado ao comum, e o que predomina é fazer qualquer coisa ao acaso – de facto, a natureza de cada um deles é um princípio desse tipo. Quero dizer: necessariamente, todas as coisas dirigem-se pelo menos para a sua dissolução, e há outras coisas assim, das quais todas participam em relação ao todo. Metafísica, Livro XII, em tradução de Lucas Angioni.

Extenso é o pensamento de Goethe sobre observação e interpretação de nuvens, verificável em sucessivas etapas de âmbito diarístico, mas igualmente como composição plástica e literária.

Fenómeno raro nos céus de Weimar (1817), uma aurora boreal encanta Goethe que distingue com eficácia a luz e as formas boreais da luz e extensão de uma nuvem.

Observação de diversas formas de aurora boreal e sua relação com o universo mitológico em diferentes países. Do pensamento sincrético ao pensamento científico.

 

 

 

 

 

 

Leituras recomendadas:

GOETHE, Johann Wolfgang von 2003, O Jogo das Nuvens, selecção, tradução, prefácio e notas de João Barrento, Lisboa: Assírio & Alvim, pp. 9-91.

http://bib.gfz-potsdam.de/pub/schule/goethe/startgoe_en.htm

 

Visionamento de DVD

Aurora Borealis – The magnificente Northern Lights. 2005, 72 min.


Primeiro teste de avaliação de conhecimentos

16 Março 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Realização do primeiro teste de avaliação de conhecimentos.

 


Goethe e as nuvens - Polaridade e potenciação. Empirismo e simbolismo.

14 Março 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

 

SAÍDA DE CAMPO – Espectáculo Variations sur Hiroshima mon amour, a partir do original de Marguerite Duras em encenação de Patrice Douchet e Dominique Journet Ramel pelo Théâtre de la Tête Noire. Auditório António Silva, Cacém, dia 14 de Março (18:30 – 24:00) Encontro com a companhia visitante.

 

Primeiro contacto com O Jogo das Nuvens, obra constituída por materiais diversos sobre experiência científica e não-científica de observação de nuvens e registo dos respectivos resultados por Johann Wolfgang von Goethe.

O carácter empírico e simbólico do discurso de Goethe sobre as nuvens. A ideia de polaridade e de potenciação que enformam todo o pensamento científico e literário-artístico da sua fase de maturidade como energia congregadora para o comportamento de nuvens. Luke Howard e o seu estudo taxonómico das nuvens em diálogo com a experiência goetheana.

 

Leituras recomendadas:

GOETHE, Johann Wolfgang von 2003, O Jogo das Nuvens, selecção, tradução, prefácio e notas de João Barrento, Lisboa: Assírio & Alvim, pp. 9-84.


Aula a cargo e Diogo Alvim, ex-aluno de Ciência e Arte.

9 Março 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Nuvens – Numa perspectiva da Ciência.

 

 Objectivos:

Uma visão à luz da ciência das nuvens.

Tentar ser o mais lógico, objectivo e estruturado que conseguir para que a aula seja interessante e cativante.

Plano de aula:

1.       Apresentação aos colegas; agradecimentos.

2.       Pequena experiência inicial para cativar os alunos – produção de pequena nuvem (géiser) ou de CO2+H2O em pequena escala.

3.       Introdução ao tema “Nuvens, uma perspectiva científica” – explicitação do que iremos tratar, inquirição aos alunos sobre o que eles pensam que é uma nuvem; Como se forma; Sondagem dos conhecimentos que possuem, relativamente à formação de uma nuvem; Solicitação de alguns conceitos científicos.

4.       Apresentação da nomenclatura de Lineu.

5.       Introdução da família das nuvens; apresentação de slide com a árvore genealógica das nuvens. (o resto da aula irá decorrer em torno desta genealogia)

6.       “Afinal o que é uma nuvem?” – Início da explicação detalhada do que proporciona a formação de nuvens, a sua agregação e evolução; Aqui e para melhor compreensão irei introduzir e sustentar conceitos científicos como: condução, convecção, calor, frio, calor latente, transferências e propagação energética, organização molecular cristalina, densidade...

a.       Ao longo da introdução de conceitos, irei intercalar a sua explanação com experiências visuais, fotografias e vídeos que melhor ajudem a entender estes fenómenos. Realizarei experiencias como:

                                                               i.      Sucção de água da garrafa

                                                             ii.      Corante na tina a subir (simulando correntes de Convecção)

                                                            iii.      Panela de água a ferver desconstruída (fotos)

                                                           iv.      Esmagamento da lata de Coca-Cola

                                                             v.      Nuvem na garrafa

                                                           vi.      Martelar um prego com uma banana

                                                          vii.      Desfazer uma flor

7.       Volto novamente ao slide inicial da “família das nuvens”; explicando e encadeando fundamentadamente, frisando como se forma cada uma.

8.       Pequena referência aos episódios do capitão Rankin

9.       Sistematização

10.   Conclusão; Grande explosão.

11.   Momento de dúvidas.

 

Conceito a introduzir e explicitar:

Condensação; Convecção; Correntes de Convecção; Densidade; Massa;

Experiências a realizar:

·         Sucção de água da garrafa

·         Corante na tina a subir (simulando correntes de Convecção)

·         Panela de água a ferver desconstruída (fotos)

·         Esmagamento da lata de Coca-Cola

·         Nuvem na garrafa

·         Recriação de nuvem em recinto fechado

·         Martelar um prego com uma banana

·         Desfazer  uma  flor

·         Criação de nevoeiro

 

Páginas importantes: 39;94;82;72;64,65;63;44

Vídeos: Produção de nuvens artificialmente

Vídeos:

Weather 101- https://www.youtube.com/watch?v=FMagDRCpJ14

The cloud readers-  https://www.youtube.com/watch?v=nwonVY_cNS4

Berndnaut Smilde https://www.youtube.com/watch?v=dlGC_GyaBO4

Ten rare cloud formations-https://www.youtube.com/watch?v=wiFyg0i9K3M

Produção de nuvens artificialmente- https://www.youtube.com/watch?v=vV9v_J9Jjfk

 

 

 


Perigosidade das nuvens

7 Março 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Ainda a Glória da Manhã, uma nuvem prodigiosa e invulgar, que gosta de aparecer entre oceanos. Preferencialmente entre o Índico e o Pacífico.

Podemos também comprovar, em relação às nuvens, a tendência muitas vezes obstinada do ser humano pôr à prova a sua vontade, que é própria da espécie, em se desafiar perante situações de perigosidade. É o caso desta nuvem – a Glória da Manhã - que Luke Howard nunca chegou a conhecer e que, por isso, não consta da sua taxonomia. O mesmo já não poderemos afirmar sobre a Cumulonimbus ou a Nimbostratus que frequentemente ocorrem em céus britânicos, país de origem do farmacêutico e meteorologista, e também nos nossos céus.

Se é verdade que há pessoas que vão no encalce das nuvens com o desejo de delas se apossarem para as fruírem, e são variados esses procedimentos e riscos, muitos foram, são e serão aqueles que ao criarem nuvens artificiais contribuem para o nosso mais acelerado perecimento. Estão nesta categoria os Contrails que propiciam o sobreaquecimento da Terra, desencadeando o chamado efeito de estufa ou, mais grave ainda, são aquelas nuvens que resultam do lançamento de todo o tipo de bombas, incluindo as bombas atómicas que caíram sobre Nagasaki e Hiroshima.

Exercício de contemplação de nuvens artísticas propiciado por fotografia (a continuar).

 

Leituras recomendadas:

GOETHE, Johann Wolfgang von 2003, O Jogo das Nuvens, selecção, tradução, prefácio e notas de João Barrento, Lisboa: Assírio & Alvim.

PRETOR-PINNEY, Gavin 2007, O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens, tradução de Sofia Serra, Cruz Quebrada: estrelapolar, pp. 11-331.

 

Obras contempladas:

HAMBLYN, Richard 2011, Extraordinary Clouds, Devon: David and Charles

PRETOR-PINNEY, Gavin 2012, Clouds that look like things, London: sceptre.