Sumários

Observar, comentar e expandir conhecimento

2 Março 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Saída cá dentro ao jardim de entrada da FLUL para observação espontânea de nuvens. O céu estava pobre mas deu para descobrirmos Cumuli de vários formatos e colorações diversas, desenhos miméticos que tanto animam alguns observadores.

De regresso à sala de aula tomámos em mão comentário a várias passagens da obra O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens de Gavin Pretor-Pinney. Concentrámos a nossa atenção no testemunho do tenente-coronel William Rankin e nas circunstâncias que levam o ser humano a procurar superar as suas limitações em situações de perigosidade. Invocámos Alexander von Humboldt e a sua subida ao Chimborazo. Chamámos Ícaro ao nosso diálogo. Escutámos a Harpa das Nuvens de Nicholas Reeves como dispositivo artístico criador de atmosferas sonoras que estabelecem correspondência com nuvens harmoniosas. Observámos exemplos de nuvens do fotógrafo americano Alfred Steglitz na perspectiva frontal e de baixo para cima.

 

 

Leitura recomendada:

GOETHE, Johann Wolfgang von 2003, O Jogo das Nuvens, selecção, tradução, prefácio e notas de João Barrento, Lisboa: Assírio & Alvim.

PRETOR-PINNEY, Gavin 2007, O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens, tradução de Sofia Serra, Cruz Quebrada: estrelapolar, pp. 125-258.

 


Nuvens na pintura ocidental. O que une e separa uma nuvem de um romã

29 Fevereiro 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

PRIMEIRA SAÍDA DE CAMPO ao Teatro Municipal Joaquim Benite em Almada para assistir ao espectáculo A Morte e a Donzela- Dramas de Princesas de Elfriede Jelinek, com encenação de Alexandre Pieroni Calado, produção da Artes & Engenhos. (20:00 às 01:30)

 

Apreciação de alguns exemplos de pintura moderna com destaque para imagens em que as nuvens desempenham diversas funções no contexto de cada representação. Voltámos a observar imagem do quadro de William Turner, Barco holandês no meio de uma tempestade, de 1801, para nos certificarmos de que as nuvens e as águas oceânicas constituíam o cerne do acontecimento, sendo uma parte visível da grande tempestade que atinge os ínfimos marinheiros. Comentámos a gradação de cor, a forma, o movimento e a dinâmica das nuvens na sua ferocidade. Estivemos perante Cumulonimbus (i) e Nimbostratus (i).

Prestámos idêntica atenção a representações de pintura de Paul Cézanne, Promenade (Passeio), 1886; Vincent Van Gogh, Seara com Ciprestes, 1889; Salvador Dali, Afegão invisível com aparição na praia do rosto de Garcia Lorca na forma de fruteira com três figos, 1938; e finalmente, Frida Kahlo, O sonho, 1940.

A apreciação de nuvens em contexto de pintura revelou-se nestes exemplares respectivamente: distante e cenográfica com Cumulus congestus (i) e Cumulus (i), participativa e evolutiva no contexto do movimento da natureza através de Stratocumulus (i), entrelaçada em outros elementos do quadro desesperando o olhar do observador, como Cumulus (i) mediocris e forma de acolhimento cúmplice ao estado de doença da artista em auto-retrato.

 

Executámos um exercício prático e especulativo sobre a natureza física de uma romã e a forma cristalográfica de uma nuvem. O que junta uma romã a uma nuvem: existência natural, estrutura interna com semelhança no seu desenho profundo, possibilidade de, através de presença e configuração podermos inferir para ambas a qualidade dos sentidos estético, simbólico e mitológico. O que separa uma romã de uma nuvem: o alcance, o sabor, a permanência da cor, a matéria de composição.

 

Leitura recomendada:

PRETOR-PINNEY, Gavin 2007, O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens, tradução de Sofia Serra, Cruz Quebrada: estrelapolar, pp. 11-121.

 

Endereço electrónico sugerido:

http://www.windows2universe.org/art_and_music/cloud_art/cloudart_gallery.html


As nuvens de outros - na pintura ocidental (1ª parte)

24 Fevereiro 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Anúncio de VISITAS CÁ DENTRO para Fevereiro e Abril. Sugestões para saídas conjuntas no âmbito da arte e cultura em oferta na cidade e fora dela.

 

Breve inquirição sobre a relação que os alunos estão a estabelecer com as leituras em curso da obra O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens de Gavin Pretor-Pinney.

 

O lugar das nuvens na pintura ocidental. Da função decorativa ao envolvimento mitológico. As nuvens como agentes dinâmicos da acção. Foram apresentados e comentados os seguintes exemplos:

- Andrea Mantegna, São Sebastião, 1457/8

- Rafael, A ninfa Galateia, 1512/14

- Andrea Mantegna, Minerva expulsando os vícios do bosque das virtudes, 1527/8

- Andrea Mantegna, Minerva expulsando os vícios do bosque das virtudes (pormenor), 1527/8

- Tintoretto, São Jorge e o Dragão, 1555/8

- William Turner, Barco holandês no meio de uma tempestade, 1801.

 

Leitura recomendada:

PRETOR-PINNEY, Gavin 2007, O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens, tradução de Sofia Serra, Cruz Quebrada: estrelapolar, pp. 11-121.


Entrada no mundo das nuvens

22 Fevereiro 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Que livro é este, escrito por Gavin Pretor-Pinney, e que se intitula O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens?

Diálogo em torno de como cada um começou a receber esta sugestão de leitura. Apreciação da apresentação gráfica do livro e o que recebeu o nosso apelo concertado mas também aquilo que não nos agradou.

A questão da taxonimização do conhecimento como legado do espírito iluminista (séc. XVIII) e da vontade de domesticação e esclarecimento científico. O ponto de vista dos Enciclopedistas. Luke Howard como o primeiro cientista-meteorologista a conceber uma tabela de apreciação de nuvens (séc. XIX) de que ainda hoje beneficiamos.

O que é uma nuvem? A sua condição física, da qual podemos inferir a sua dimensão plástica, filosófica e de benefício directo sobre nós. Uma Cumulus. Uma Glória da Manhã. O que as distingue. Nem todas as nuvens anunciam o nosso bem, como é o caso das que são previsão de terramotos, de furacões. As nuvens como fenómeno de orientação desde os primórdios da Humanidade.

Sugestões para a criação de um portfolio das nuvens de cada um.

 

Leitura recomendada:

PRETOR-PINNEY, Gavin 2007, O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens, tradução de Sofia Serra, Cruz Quebrada: estrelapolar, pp. 11-121.

 

Endereço electrónico sugerido:

 

http://cloudappreciationsociety.org/


Das florestas às nuvens

17 Fevereiro 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Breve recuperação do documentário sobre o Projecto de Esquinas na Costa Rica, a propósito das características de uma floresta chuvosa: densidade de espécies situadas em regiões tropicais; cenário único em todo o Planeta; reminiscências das selvas pré-históricas; impossibilidade de abrangência da totalidade do que se vê e que nos esmaga. Este tipo de floresta contém mais de metade dos organismos vivos conhecidos. A presença abundante da água (todas as tardes entre as 17 horas e as 18 horas) cria as condições ideais para a sua proliferação. Voltaremos a este assunto quando estivermos a trabalhar obra de Alexander von Humboldt.

 

O que nos liga às nuvens e de como a sua poeira gasosa nos pode inspirar.

Aprender a reconhecer as formas das nuvens sem lhes retirar beleza, ferocidade e poeticidade.

Comentário ao Manifesto da Sociedade de Apreciação das Nuvens da autoria de Gavin Pretor-Pinnay e referências pontuais ao capítulo I dedicado às nuvens baixas.

Visionamento de uma conversa do autor sobre os apelos que as nuvens podem exercer em nós. Breve discussão sobre este assunto.

A contemplação de nuvens como um gesto democrático, sem aparente finalidade, como atitude terapêutica, como capacidade de interpretação artística e estética.

A dimensão abstracta de uma nuvem, o seu aparecimento e desaparecimento dinâmicos. A sua condição elementar no contexto atmosférico e meteorológico.

O horizonte da nossa experiência estética propiciado pela infância e pela relação com o fenómeno da imitação.

Como implementar a consciência de que o carácter abstracto e espontâneo mas não casual das formas das nuvens propicia observação distinta: 1. Aquela que procura na formação nebulosa outras formas já conhecidas ou próximas; 2. Aquela que aceita a forma da nuvem como pura expressão da sua presença. Em ambos os casos estamos perante um jogo de imaginação que deverá consubstanciar-se na condição física do fenómeno meteorológico: vento, altitude, humidade, poluição e outros factores afins.

Pequeno encontro com pintura de Mark Rothko sobre a arte abstracta mas concreta na contextualização da forma da nuvem e a vontade de representação na construção de um contexto pictórico.

A tabela taxonómica de Luke Howard.

 

Leitura recomendada:

PRETOR-PINNEY, Gavin 2007, O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens, tradução de Sofia Serra, Cruz Quebrada: estrelapolar, pp. 50-121.

Endereços electrónicos sugeridos:

 

http://en.wikipedia.org/wiki/Cloud_Appreciation_Society

 

http://cloudappreciationsociety.org/

 

https://www.ted.com/talks/gavin_pretorpinney_cloudy_with_a_chance_of_joy