Sumários

O bestiário.

8 Novembro 2019, 10:00 Angélica Varandas

Do Fisiólogo ao bestiário.

Naturas e figuras.
As famílias de manuscritos: os bestiários ingleses da segunda família.
Os bestiários franceses.
O aviário.


Reconhecer Deus na sociedade: definir a hierarquia. Os mundos humano e celeste: ordens e funções.

5 Novembro 2019, 14:00 Rodrigo Furtado


1.     A partição do espaço humano: a pureza como critério.

1.1   Jerónimo (ca. 347-420).

1.1.1        Virgens; continentes; casados.

1.1.2        Ausência de critério económico, sociológico ou funcional: oposição espírito/carne. O ascetismo de Jerónimo e a concepção monástica do mundo.

2.     A partição do espaço humano: Igreja vs. reino.

2.1   Gelásio II (492-496): dois poderes – consequências de entendimento da sociedade - dois mundos.

2.2   Gregório VII (ca. 1015-1085): monges/guerreiros

3.     A partição do espaço humano: a sociedade cristã.

3.1   Gregório Magno (ca. 540-604).

3.1.1        Bispos; monges; casados: a totalidade da ecclesia

4.     A partição do espaço humano: a sociedade móvel universal.

4.1   Ps. Dionísio Areopagita (s. VI).

4.1.1        Concepção da sociedade terrestre que duplica a sociedade celeste de forma perfeita e rigorosa.

4.1.2        Dizer hierarquia é dizer uma ordenação perfeitamente santa: Por isso, toda a ordenação/hierarquia é trenária – submetida ao mesmo princípio que preside à constituição da Santíssima Trindade!

4.1.3        Sociedade Celeste: 3 tríades

Serafins                                   Domínios                                                  Principados

Querubins                              Virtudes                                                     Arcanjos

Tronos                                     Potestades                                                Anjos

4.1.4        Sociedade Humana: 2 tríades (porque ainda imperfeita)

Bispos                                      Monges

Sacerdotes                              Penitentes            

Diáconos                                  Fiéis

4.1.5        Concepção Ascensional e de Continuidade: pode-se partir do ponto mais baixo e atingir o ponto mais alto da Sociedade Celeste. Não há ruptura entre as duas sociedades: contacto directo entre os Bispos e os anjos.

5.     A partição do espaço humano: a trifuncionalidade indoeuropeia.

5.1   Boleslau Boca Torta (m. 967/972): dux da Boémia

5.1.1                         - clérigos; milites bellicosi; rustici laboriosi

5.2   Abón de Fleury (ca. 995):

5.2.1        – clérigos; laicos  - agonistae  (combatentes) + agricolae (agricultores);

5.3   Aldalberón de Laon (m. 1030/1)

5.3.1        eclesiásticos: ecclesia orans: oratores | nobres: ecclesia bellans: bellatores | não nobres: eccleasia laborans: laboratores.

 

6.     A defesa da ordem social e da concórdia: tarefa ideológica do rei e da Igreja; necessidade para o rei e para a Igreja.

6.1   Jonas de Orleães (VIII-IX): ‘É da máxima urgência que cada um esteja no seu lugar;

6.2   Walafrido Estrabão (IX): ‘una domus, unum corpus’ – organicidade.

6.3   João de Salisbúria (1120-1180): a sociedade como um corpo – todo no seu lugar; tudo com as suas funções; inspiração paulina.

 

7.     Os dois corpos de Cristo.

7.1   A hóstia consagrada e a transubstanciação. A presença real de Cristo. O sacramento: o verdadeiro corpo. Inicialmente é referido como corpus mysticum.

7.2   S. XII: começa a distinção corpus uerum ou personale (no altar); o corpus mysticum (a Igreja).

7.3   Tomás de Aquino (1225-1274): Cristo é o corpus uerum; a Igreja é o corpus mysticum de Cristo, cuja cabeça é Cristo – a imagem antropomórfica da Igreja.

7.4   Bonifácio VIII: a Igreja como corpo místico de Cristo – por isso não pode existir salvação fora da Igreja.


A memória.

5 Novembro 2019, 10:00 Angélica Varandas

A arte da memória na Idade Média.

Divisio e compostitio.
As metáforas da memória.
A memória e a escrita. A memória e a leitura. A memória e o livro.


Reconhecer Deus no tempo: a inteligibilidade da história e a cristianização do quotidiano.

29 Outubro 2019, 14:00 Rodrigo Furtado

1.     O tempo histórico.

1.1   Visões clássicas do tempo:

1.1.1        O pessimismo histórico hesiódico;

1.1.2        O tempo cíclico: tempo histórico e tempo natural;

1.1.3        As intervenções dos deuses e a ausência de plano;

1.2   A (re)fundação cristã:

1.2.1        O nascimento de Cristo;

1.2.2        A Parúsia;

1.2.3        O Antigo Testamento e a Criação do Mundo.

1.3   A coincidência Cristo/Augusto: Pax Romana=Cristianização. Os Christiana Tempora. A felicidade do presente.

1.3.1        De novo, a Crónica de Eusébio de Cesareia: o Império Cristão universal: congregaria dois pólos que, ab initio, haviam caracterizado a história: o monoteísmo divino e a monarquia imperial.

1.3.2        O providencialismo divino: Deus está fora do tempo mas age no tempo – a existência de um plano;

1.3.2.1    passado é lugar privilegiado para a manifestação da divindade e para a concretização do seu plano para um determinado povo, ou para toda a humanidade;

1.3.2.2    a história transforma-se na narrativa da intervenção da divindade junto do homem, com vista à concretização do projecto salvífico de Deus: a verdade dos factos narrados é aferida pela conformidade com aquela que se julga ser a vontade divina e a sua actuação na história.

1.4   Um momento de descontinuidade: o saque de Roma de 410. Como explicar?

1.4.1        A História contra os pagãos de Orósio (417):

1.4.1.1    Uma história de tese: as misérias pagãs vs. os tempos cristãos;

1.4.1.2    7 livros = 7 dias da criação = 7 épocas/idades da história;

1.4.2        Agostinho de Hipona: a Cidade de Deus.

1.4.2.1    História: seis idades;

       - Adão ao dilúvio: bebé;

                                                                                                          - dilúvio a Abraão: criança;

                                                                                                          - Abraão a David: adolescência;

                                                                                                          - David ao exílio: juventude;

                                                                                                          - exílio à Encarnação: condição adulta;

                                                                                                          - Encarnação à Parúsia: velhice.

-  o ‘sétimo dia’ encontra-se para lá da História.

1.4.2.2    Concepção pessimista que há-de marcar toda a Idade Média:

- Envelhecimento do mundo = envelhecimento do homem – macro e microcosmo; mundus senescit (carmina burana).

1.5   A reinterpretação: a queda de Roma e os reinos bárbaros.

1.5.1        Quando depois de Roma a vida continua: a historiografia ao serviço dos reinos bárbaros;

1.5.1.1    explicar as translationes;

1.5.1.2    explicar a origem dos povos;

1.5.1.3    identificar o rei com tópicos imperiais;

1.5.2        As Histórias dos Godos, Vândalos e Suevos de Isidoro de Sevilha.

1.6   Hildegarda de Bingen e a “platonização” da leitura do tempo (1098-1179)

1.6.1        Religiosa; mística; excelente poetisa

1.6.2        História é como uma cidade cercada por uma muralha

1.6.2.1    Sul: tempo de Adão;

1.6.2.2    Este: de Abel a Noé;

1.6.2.3    Norte: até à Encarnação

1.6.2.4    Oeste: depois de Cristo

1.7   Joachim de Fiore e o fim dos tempos (ca. 1135-1202).

1.7.1        3 IDADES:

1.7.1.1    PAI: Antigo Testamento

1.7.1.2    FILHO: desde a Encarnação

1.7.1.3    ESPÍRITO SANTO:    com a Parúsia

1.7.2        Cada período revelara uma das pessoas da Trindade

1.7.3        Nos cálculos de Fiore: a última idade começaria em 1260: Juízo Final

 

2.     Tempo quotidiano.

2.1   O calendário romano.

2.1.1        Os meses, os dias e as horas romanas;

2.1.2        O papel dos pontífices na determinação do calendário;

2.1.3        TEMPO QUOTIDIANO: naturalmente marcado pelos ritmos naturais das estações e do dia;

2.2   No mundo medieval:

-        Clero (como anteriormente os pontífices do Império romano): guardiães do templo: estabelecem calendário (marcado pelas festas religiosas); gerem o tempo quotidiano;

-         estações: influenciam uma visão cíclica do tempo: regularidade do ano

-         festividades religiosas: recobrem e cristianizam superficialmente realidade pagã;

2.3   Dia: marcado pelas 7 horas canónicas;

- não eram regulares; dependem da época do ano;

       2.3.1 Sino:

-         marca o quotidiano no mosteiro e fora dele;

-         maior atentado: roubar os sinos;

-         impõe à população o ritmo monástico.

-       dia: marcado pelas horas; período da luz; período de Deus; 

-       noite: sem divisões nem toque de sinos; período de trevas; fora do tempo.

 

2.4   Semana: organização dos dias segundo uma ordem cristã, que irá substituindo na Península Ibérica a ordem tradicional romana; contagem paralela à dos meses e sem adequação;

2.4.1        DOMINGO: primeiro dia da semana – corte com os Judeus;

2.4.2        algo puramente artificial; concepção do tempo puramente religioso;


O livro.

29 Outubro 2019, 10:00 Angélica Varandas

A relação entre o Livro dos Livros e o Livro da Natureza. 

O Verbo e a relação entre a oralidade e a escrita. 
A auralidade.