Sumários

Categorias e Implicações  nas Relações Transculturais

17 Novembro 2020, 09:30 Luís Filipe Sousa Barreto

O cultural é sempre conjunto relacional de e no espaço- tempo. As relações  transculturais  amplificam estas posições e sucessões  em processos de características  também Multilaterais. . Acompanhando, como exemplo de caso,  o nascimento das relações   entre mundos  portugueses e chineses  desde as informações e as porcelanas trazidas do Malabar- Calecute - Índia  até  ao primeiro encontro directo  em Malaca , em 1509, usando algum árabe. . A condição multilateral com malaios, indianos tamil, tailandeses, diferentes  europeus ( o florentino Giovanni da Empoli é o feitor da armada de oito navios que leva o Embaixador Tomé Pires ) , diferentes chineses e em Pequim 1520 o primeiro encontro entre portugueses e coreanos descrito pelo tradutor coreano Yi Sok  que informa sobre os " Bullanggi "..

A condição processual a propósito do poder de  atração de Calecute  - Reino Hindu  de Ernad em Kerala- Malabar ,  o mais rico destes reinos de comércio internacional  a partir do século XIII ; de Malaca , que surge como sultanato de influência internacional chinesa a partir de 1403-1405, e da cidade portuária de Ormuz fundada por volta de 1300 e tributária da Pérsia.  Os europeus nos mundos asiáticos e as  regras dos  jogos de poder económico, cultural, técnico . Exemplos de casos do século XVI ao XVIII e a partir da Divergência Industrial do Século XIX. 
As grandes resultantes dos processos de relacionamento transcultural  global moderno desde a Desterritorialização até á Mediatização passando pelo Hibridismo e o Consumismo. Exemplos históricos desde  o multilinguismo ao chili,  na China  nos anos de 1570,  vindo da  América  para Manila e Macau. Os casos de aculturação e de miscigenação que geram horizontes  culturais cruzados . O Cultural sempre em implicação com as outras dimensões da vida humana e muito em especial com factores de poder económico e político.. Culturas material e intelectual, elites e massas em relação variável.
Esclarecimento dalgumas questões para o teste. Diálogo com os alunos a propósito de categorias chave e de exemplos de caso em especial acerca da entrada marítima e mercantil dos Portugueses no Índico e nos mares da Ásia do Sueste ao Sul da China e do Japão. A função intermediária no comércio internacional e as ligações do Índico ao Atlântico e dos produtos e gentes das Ásias da Ásia  a Lisboa, Roma, Antuérpia,




Bibliografia mencionada 
Park Seong - Rae - " Portugal and Korea : Obscure Connections in the Pré- Modern Sciences before 1900 "  in History of Mathematical Sciences, Portugal and East Asia II, ed. L. Saraiva, Lisboa, EMAFUL,  2001, pag. 165 - 174. 

 
 


Padrões das Relações Transculturais Modernas

13 Novembro 2020, 09:30 Luís Filipe Sousa Barreto

As relações transculturais e internacionais eurasiáticas manifestam padrões múltiplos e conjugados que vão do Compromisso ao Conflito , da Transferência e Assimilação á Conversão e Transformação.. Estamos sempre frente a mútuas e  a múltiplas aculturações , a diferenciais resultados e resultantes  conforme os tempos e os locais ,  nestes processos de troca, de comunicação  ,   de interação.

O elucidar de um exemplo de caso a propósito das primeiras  relações chineses- portugueses nos anos de  1509-1520.O Palco da interação    é Asiático e Sinocêntrico , de Malaca ás ilhas da província de Cantão, ao mercado da cidade de Cantão, á Cidade Imperial em Pequim  mas emergem  globais resultados em   Lisboa, Roma, Antuérpia, Goa, Cochim. . As novas tecnologias das armas de fogo dos portugueses , canhão de bordo-falcão, espingarda , pistola,  são desenvolvimentos  de  invenções chinesas das armas de pólvora dos séculos X e XII como os lança chamas, as granadas, os canhões de bronze. .As culturas e as sociedades existem em processos de porosidade e de troca mesmo que indirecta.como vemos, também com a agulha de marear que sai do sul  da China no século XII  para o Índico e Islão até ao Mediterrâneo, Europa, Atlântico. A primeira explosão no consumo europeu de  élites de porcelana azul-Ming   , de livros, telas, mapas chineses  a partir dos anos de 1514 - 1515.Os diferentes actores e agentes culturais em jogo e as mútuas  transformações .
Cinco  características chave nas relações transculturais modernas - globais :. A característica Processual destes relacionamentos .No presente desaguam  múltiplos    passados e concorrem diferentes futuros possíveis. As relações são sempre tempo e espaço incorporado , acumulado, horizonte de limite mas, também, de necessidade e de possibilidade.. O caso concreto da Embaixada portuguesa á China Ming e o então não lugar dos portugueses e de Portugal no sistema tributário internacional da China. As características   restantes com destaque para a Mútua  e Desigual  Aculturação entre grupos e figuras em processo transcultural.. As lógicas de poder e de interesse nas mútuas aculturações .Alguns exemplos concretos sobre quadros chineses e europeus em troca- comunicação ao longo dos séculos XVI e XVII .Horizontes de fronteira e de tensão mas  também de Cosmopolitismo nos processos transculturais Europa- Ásia Oriental .As dimensões  de Hierarquia e de Heterogeneidade  e a pluralidade de tipos e de modos no relacionamento transcultural. Não são  as totalidades culturais nacionais, sociais que se tocam e trocam mas sim grupos, actividades, indivíduos  concretos e precisos  .

Bibliografia de apoio:
Barreto, Luís Filipe- Macau: Poder e Saber , séculos XVI e XVII, Lisboa, Presença, 2006, 
Ge Zhaoguang- What is China ? Territory, Ethnicity,Culture, and History,   Cambridge, Massa, Harvard U. Press, 2018.
Standaert, Nicolas - Methodology in View of Contact Beteween Cultures : :The China Case in the  17 th Century, H. Kong, The Chinese U. Press, 2002
  Zhang Feng-  Chinese Hegemony : Grand Strategy and International Institutions in East Asian History ,Stanford, Stanford U.Press., 2015 .


Elementos de relações  transculturais

10 Novembro 2020, 11:00 Luís Filipe Sousa Barreto

As culturas,  as sociedades , economias, politicas , línguas, religiões, etc  existem em formas e processos  conectivos e comparativos e não como  singularidades no vazio .Isto significa que são Comensuráveis e não  existem na Incomensurabilidade. São , diversas e diferentes  em si e entre si no espaço e no tempo  mas, em parte, são , também  , constantes, comuns, partilhadas. São, ao mesmo tempo, convergentes / divergentes , autónomas / interdependentes ,partilhando fronteiras que unem tanto quanto separam e instauram a troca , circulação, permeabilidade de gentes, hábitos, línguas, ideias, técnicas, alimentos, ideais , consumos, etc.

De forma subconsciente , mesmo inconsciente para a esmagadora maioria  de nós , estes processos de formação e de circulação, transformação, recepção , mistura de  coisas, palavras, ideias, gentes, são a nossa acção e conhecimento do dia a dia como vemos, por exemplo , no  produzir  e consumir  de   chá, café, açúcar, tabaco, papel, calendário ,horário, ou de palavras / ideias reificadas  como Ásia/ Europa, Oriente / Ocidente . São todos constituições processuais da mais longa duração  que passaram de criação local a Globais, universais , partilhados e comuns embora de forma plural / diversa .A acção e o conhecimento humanos como situados / posicionados no espaço e no tempo através de zonas e modos de fronteira, troca, comunicação, Comensurabilidade. Se as  Línguas  e as Culturas fossem incomensuráveis não existia  a possibilidade e a realidade da tradução / interpretação , do gosto  por hábitos que nascem Outros como o chá ou o leque, os termos Século ou Continente, etc..
A existência de  naturais / berço  horizontes  Endotópicos  :   perspectivar,   percepcionar,  nomear, classificar , investigar ,etc a partir de dentro de uma língua, cultura, sociedade   próprias .A existência de horizontes Exotópicos :   olhar, descrever, comparar, comunicar  Outros a partir da nossa condição Situada / Posicionada e natural e subconscientemente endotópica.. Estes horizontes gradativos e permeáveis    Dentro / Fora como Pluralidade  de diferentes vozes / Polifonia  ,  diferentes olhares e diferentes arsenais e capitais de Linguagem / Pensamento , Heteroglassias.  Diversidades  . em Hierarquias  de poder e de razão .As Fronteiras de Mediação / Troca de palavras, coisas, gentes, ideias.  A  necessidade de objectivar  o Posicionado - Situado e o investigar das relações intra e inter posições .O exemplo   das primeiras relações processuais directas entre portugueses e chineses : Malaca, 1509 ; Ilhas de Cantão, 1513 ; Cidade de Cantão,1517 ; Pequim, 1520. Da chegada ás carreiras marítimas  directas  do Índico , desde os séculos VIII-IX, aos Mares do Sul e a pluralidade de tipos de  portugueses e de chineses em interconexão . Diferentes visões próprias e dos Outros que possibilitam  e situam os contactos, trocas, relações .Os processos de relacionamento como Tensão produtiva de Mediação. As Fronteiras como porosidades ou fechamentos conforme os tempos, espaços, posições, circunstâncias de Poder e de Razão. O Desafio de investigar a verdade das relações com e  no para além das verdades  parciais de posição.
Bibliografia de apoio a alguns alunos :
Francks, Penelope-  Japan and the Great Divergence : A  short guide, Londres, Palgrave, 2016.
Delanty, Gerard - I nventing Europe : Ideia, Identity,Reality, Londres, Macmillan, 1995.
 


Elementos de relações  transculturais

10 Novembro 2020, 09:30 Luís Filipe Sousa Barreto

As culturas,  as sociedades , economias, politicas , línguas, religiões, etc  existem em formas e processos  conectivos e comparativos e não como  singularidades no vazio .Isto significa que são Comensuráveis e não  existem na Incomensurabilidade. São , diversas e diferentes  em si e entre si no espaço e no tempo  mas, em parte, são , também  , constantes, comuns, partilhadas. São, ao mesmo tempo, convergentes / divergentes , autónomas / interdependentes ,partilhando fronteiras que unem tanto quanto separam e instauram a troca , circulação, permeabilidade de gentes, hábitos, línguas, ideias, técnicas, alimentos, ideais , consumos, etc.

De forma subconsciente , mesmo inconsciente para a esmagadora maioria  de nós , estes processos de formação e de circulação, transformação, recepção , mistura de  coisas, palavras, ideias, gentes, são a nossa acção e conhecimento do dia a dia como vemos, por exemplo , no  produzir  e consumir  de   chá, café, açúcar, tabaco, papel, calendário ,horário, ou de palavras / ideias reificadas  como Ásia/ Europa, Oriente / Ocidente . São todos constituições processuais da mais longa duração  que passaram de criação local a Globais, universais , partilhados e comuns embora de forma plural / diversa .A acção e o conhecimento humanos como situados / posicionados no espaço e no tempo através de zonas e modos de fronteira, troca, comunicação, Comensurabilidade. Se as  Línguas  e as Culturas fossem incomensuráveis não existia  a possibilidade e a realidade da tradução / interpretação , do gosto  por hábitos que nascem Outros como o chá ou o leque, os termos Século ou Continente, etc..
A existência de  naturais / berço  horizontes  Endotópicos  :   perspectivar,   percepcionar,  nomear, classificar , investigar ,etc a partir de dentro de uma língua, cultura, sociedade   próprias .A existência de horizontes Exotópicos :   olhar, descrever, comparar, comunicar  Outros a partir da nossa condição Situada / Posicionada e natural e subconscientemente endotópica.. Estes horizontes gradativos e permeáveis    Dentro / Fora como Pluralidade  de diferentes vozes / Polifonia  ,  diferentes olhares e diferentes arsenais e capitais de Linguagem / Pensamento , Heteroglassias.  Diversidades  . em Hierarquias  de poder e de razão .As Fronteiras de Mediação / Troca de palavras, coisas, gentes, ideias.  A  necessidade de objectivar  o Posicionado - Situado e o investigar das relações intra e inter posições .O exemplo   das primeiras relações processuais directas entre portugueses e chineses : Malaca, 1509 ; Ilhas de Cantão, 1513 ; Cidade de Cantão,1517 ; Pequim, 1520. Da chegada ás carreiras marítimas  directas  do Índico , desde os séculos VIII-IX, aos Mares do Sul e a pluralidade de tipos de  portugueses e de chineses em interconexão . Diferentes visões próprias e dos Outros que possibilitam  e situam os contactos, trocas, relações .Os processos de relacionamento como Tensão produtiva de Mediação. As Fronteiras como porosidades ou fechamentos conforme os tempos, espaços, posições, circunstâncias de Poder e de Razão. O Desafio de investigar a verdade das relações com e  no para além das verdades  parciais de posição.
Bibliografia de apoio a alguns alunos :
Francks, Penelope-  Japan and the Great Divergence : A  short guide, Londres, Palgrave, 2016.
Delanty, Gerard - I nventing Europe : Ideia, Identity,Reality, Londres, Macmillan, 1995.
 


Fundamentos das relações transculturais  modernas

6 Novembro 2020, 09:30 Luís Filipe Sousa Barreto

Cultura , uma palavra/ ideia que nasce  em latim ligada ao  adjectivo     Cultivo / Cultura dos campos que, em metáfora , se aplica também ao Cultivo / Cultura  do intelecto  / espirito dos indivíduos.  O substantivo  Cultura  surge ,  a partir do  século XVII , como novidades intelectuais adoptadas no plano  individual e a partir do século XVIII  divulga-se nas diferentes línguas  europeias  como quadro de padrões / normas inteindividuais  / comunitárias. A partir dos séculos XIX e XX  Culturas  e não apenas Cultura para designar os padrões  simbólicos   de diferentes comunidades a serem conhecidos pela Antropologia, Sociologia, História, Estudos Culturais, etc .Hoje,  Culturas  /  Dimensões Culturais da realidade  como Conjuntos de Símbolos Significados  que possibilitam    comunicação, acção, conhecimento, individual, interindividual , grupal, etc.

O Cultural como processo aberto, cumulativo, transformativo ,  de relacionamento intercultural / transcultural  . As Culturas implicam- se  mutuamente em processos   relacionais   que vão da assimilação ou conversão  ao  compromisso ou conflito.  Estas diferentes modalidades surgem muitas vezes em combinação como vemos em processos de Indianização, Islamização, Europeização, Sinização. . O Cultural não é uma Ilha ou algo que acontece no vazio O Cultural existe com as dimensões politica, social, económica .
 As Culturas  manifestam conjuntos de Língua / Linguagem ;  conjuntos de Identidade e de Diferença ou mesmo Indiferença como vemos, por exemplo , em marcadores como a religiosidade,  a nacionalidade,  o género ;  conjuntos de Acção  , de   Escolhas,  de  Hierarquias , intelectual, comportamental, material. Exemplos concretos de casos de relacionamento transcultural entre europeus e asiáticos nos séculos XVI,XVII, XIX, XX. Vamos centrar o nosso interesse maior em três formas desse relacionar e que são : a Migração / Diáspora / Circulação  de comunidades por  diferentes espaços  ;  a relevância da Troca / Comércio / Circulação internacional e global  ; a Guerra, conquista, concessão, Tratado Desigual entre Estados.. Estas três formas são mecanismos  chave da circulação de gentes, línguas, produtos, alimentos, micróbios, ideias,  tecnologias, etc .A  variedade de agentes transculturais  desde as comunidades migratórias ás comunidades de miscigenação com exemplos de casos nas comunidades chinesas ultramarinas na Ásia do Sueste  ás  comunidades ultramarinas de portugueses na Índia, China, Japão .O exemplo das  cartografias de Fernão Vaz Dourado e  de Manuel Godinho de Herédia.

 Alguma   Bibliografia :

Bhabha, Homi K. - The Location of Culture , Londres, Routledge, 2006  ( 1  edição  , 1994 )
Burke, Peter - What is Cultural History ? , Cambridge, Polity  Press, 2004 .
Geertz , Clifford - The Interpretation of Cultures , Londres, Fontana  Press,, 1993, ( 1 edição, 1973 ) 
Kuper, Adam - Culture .The Anthropologists` Account, Cambridge, Mass., Harvard U. Press, 1999. 
Sahlins, Marshall-   Islands of History, ,Chicago, The University of Chicago Press,, 1987

  ,