Sumários

V. O que é uma função? - 1

8 Novembro 2021, 17:00 António José Teiga Zilhão

Análise e discussão do ensaio de Gottlob Frege O que é uma função? ( Was ist eine Funktion?)  de 1904 - 1


1. A constatação feita por Frege de que, entre os matemáticos do seu tempo, existiria uma flutuação semântica indesejável associada ao modo como o termo 'função' seria clarificado em Análise. 2. Numa das versões mais correntes dessa clarificação, a noção de função seria feita depender da noção de variável; mas a clarificação da noção de variável deixaria muito a desejar. 3. Análise de Frege da noção de variável: pars destruens - crítica à inconsequência da concepção (de Czuber) de que uma variável seria um termo referencial que referiria um objecto (número) indeterminado ou variável, o qual poderia tomar diferentes valores; pars aedificans - a variável como um dispositivo usado para introduzir generalidade (leis) na Análise.



IV. Elucidação Crítica de Alguns Pontos nas Lições sobre a Álgebra da Lógica de E. Schroeder - 3

5 Novembro 2021, 14:00 António José Teiga Zilhão

Análise e discussão do ensaio de Gottlob Frege Elucidação Crítica de Alguns Pontos nas Lições sobre a Álgebra da Lógica de Ernst Schroeder  (Kritische Beleuchtung einiger Punkte in Ernst Schroeders Vorlesungen ueber die Algebra der Logik) de 1895 - 3

E. Conclusão da crítica de Frege às Lições de Schroeder

i) Da representação do juízo universal afirmativo como uma relação de inclusão entre conjuntos ou extensões de conceitos, e da propriedade da relação de inclusão de que o conjunto vazio (ou extensão vazia) é subconjunto de qualquer conjunto, segue-se logicamente que é verdadeiro qualquer juízo universal afirmativo no qual nenhum objecto do domínio caia sob o conceito que ocorre no lugar do sujeito desse juízo (e.g., ‘Todos os objectos desiguais a si próprios são vermelhos’); sendo este o caso, a postulação por Schroeder de que o 'zero idêntico' pertenceria a todos os conjuntos (e, portanto, também ao das coisas vermelhas), além de geradora de inconsistências por si própria, é também irrelevante para a justificação da verdade de um tal juízo.

ii) Entre as proposições aparentemente semelhantes de um ponto de vista gramatical que negam que algo exista, Schroeder não distingue convenientemente entre dois casos que necessitam de uma distinção cuidada. Trata-se do caso daquelas proposições que negam que um determinado termo singular tenha referência (e.g., ‘Sherlock Holmes não existe’) e do caso daquelas proposições que afirmam que nenhum objecto do domínio cai sob um determinado conceito (e.g., ‘Quadrados redondos não existem’). Com efeito, nomes sem referência são logicamente ilegítimos e não podem ser admitidos num simbolismo lógico adequado para dar conta do discurso com valor cognitivo; não sendo tais nomes admissíveis no simbolismo, não haveria qualquer oportunidade para formular neste asserções que negariam que os mesmos possuiriam referência; em contraste, conceitos vazios são perfeitamente legítimos de um ponto de vista lógico e não há qualquer razão para não serem representados num simbolismo adequado, capaz de dar conta do discurso com valor cognitivo. Em particular, 'quadrado redondo' não é um nome de quaisquer objectos (que não existiriam).

iii) De acordo com a semântica clássica, tanto termos singulares como termos gerais seriam nomes, residindo a diferença entre uns e outros no facto de os primeiros serem nomes de objectos individuais (nomes próprios), enquanto que os segundos seriam nomes de agregados de objectos individuais (nomes comuns). Mas esta semântica, à qual Schroeder se mantém fiel, está errada - conceitos são entidades ontologicamente distintas de objectos (são um tipo particular de funções ou entidades insaturadas) e são estas entidades que são referidas pelos termos gerais; estes não dispõem, por isso, de quaisquer “poderes de referência múltipla”. Tais poderes seriam, mais em particular, completamente impotentes para capturar tanto conjuntos singulares como conjuntos vazios. Sendo este o caso, a definição apresentada por Schroeder postulando a sua existência é arbitrária; as definições não podem criar por decreto num sistema o que os fundamentos desse sistema não permitem que exista nele.


IV. Elucidação Crítica de Alguns Pontos nas Lições sobre a Álgebra da Lógica de E. Schroeder - 2

29 Outubro 2021, 14:00 António José Teiga Zilhão

Análise e discussão do ensaio de Gottlob Frege Elucidação Crítica de Alguns Pontos nas Lições sobre a Álgebra da Lógica de Ernst Schroeder  (Kritische Beleuchtung einiger Punkte in Ernst Schroeders Vorlesungen ueber die Algebra der Logik) de 1895 - 2

D. Análise das inconsistências geradas no cálculo de Schroeder pelo facto de este não ter introduzido os meios para distinguir entre: i) dois tipos de relação: a relação que, na Teoria dos Conjuntos de Cantor, se denomina 'pertença', e que consiste na relação em que um elemento se encontra com o conjunto do qual ele é elemento, e a relação que, na Teoria dos Conjuntos de Cantor, se denomina 'inclusão', e que consiste na relação em que um conjunto N se encontra com outro conjunto M quando todos os elementos de N são também elementos de M (para designar a primeira destas relações Frege introduz o termo 'subter' e, para designar a segunda, ele introduz o termo 'sub'); ii) a classe singular e o único elemento que a constitui. Não tendo introduzido a distinção mencionada em i), Schroeder confunde a propriedade que o conjunto vazio tem de ser subconjunto de qualquer conjunto ou classe com a sua pertença a todos os conjuntos ou classes; desta confusão seguem-se diversas inconsistências. Não tendo introduzido a distinção mencionada em ii), Schroeder não tem os meios para distinguir entre a transitividade da inclusão e a intransitividade da pertença; esta não distinção é igualmente geradora de contradições.

 


IV. Elucidação Crítica de alguns pontos nas Lições sobre a Álgebra da Lógica de E. Schroeder - 1

25 Outubro 2021, 17:00 António José Teiga Zilhão

Análise e discussão do ensaio de Gottlob Frege Elucidação Crítica de Alguns Pontos nas Lições sobre a Álgebra da Lógica de Ernst Schroeder  (Kritische Beleuchtung einiger Punkte in Ernst Schroeders Vorlesungen ueber die Algebra der Logik) de 1895 - 1

A. O cálculo de domínios de Schroeder - apresentação em traços gerais das ideias mais importantes que subjazem ao mesmo. B. Clarificação de alguns dos modos como o cálculo de domínios de Schroeder se distingue tanto da Teoria dos Conjuntos de Cantor (classes (domínios) concebidas como simples agregados de partes versus classes concebidas como conjuntos, detentores de um estatuto ontológico próprio), como da Lógica de Predicados de Frege (classes (domínios) concebidas como simples agregados de partes versus classes concebidas como extensões de conceitos). C. As dificuldades que se colocam a uma aplicação do cálculo de domínios de Schroeder para dar conta da Lógica: i) Como proceder quando a intersecção (a 'multiplicação idêntica') de duas classes é vazia? A noção de uma classe vazia (o 'zero idêntico'), quando a mesma é concebida como um domínio, no sentido do termo usado por Schroeder, é incongruente; ii) Dada a sua definição de 'domínio', Schroeder tão-pouco tem os meios para distinguir a classe singular do seu único elemento; iii) Apesar de Schroeder considerar a Lógica como uma das aplicações possíveis do seu cálculo de domínios, não parece ser de todo possível dar conta da estrutura interna mesmo que apenas dos juízos gerais da Lógica clássica interpretando a relação entre termos gerais neles estabelecida como um caso particular da relação parte/todo.  


Gestão da Avaliação - 1

22 Outubro 2021, 14:00 António José Teiga Zilhão

Fixação dos temas e títulos dos ensaios finais. Elucidações metodológicas a respeito dos mesmos. Indicações bibliográficas relevantes.