Sumários

Jean-Luc Godard, "Vivre sa Vie" (2)

3 Dezembro 2018, 10:00 Fernando Guerreiro

3. a sequência do "retrato": um múltiplo retrato: literário (Poe), pictural e cinematográfico (entre Dreyer e Renoir); o "rosto" como lugar da manifestação da "verdade" e do "invisível" (J. Aumont); o "retrato (ao) vivo" de cinema;
4. rarefacçao e sacrifício: o triplo sacrifício ( e luto) do personagem, da actriz e do cinema.
* projecção (comentada) de um dvd do filme


Jean-Luc Godard, "Vivre sa Vie" (1962)

28 Novembro 2018, 10:00 Fernando Guerreiro

1) Godard: um cinema do presente, do movimento e da fala; "refazer" criticamente o cinema; voltar às origens ou a um "grau 0" ("neo-primitivismo") (Rossellini+Bresson); a "forma-ensaio".

2, o filme como exposição de um "caso" (o modelo do "filme de processo": Dreyer): 1.1.um inquérito judicial ; a foto criminal (Bertillon); 1.2. um modo de (des)dramatizar em "quadros": o modelo dramatúrgico da Paixão de Cristo e o "distanciamento" de Brecht; 1.3.entre o "documentário" e a "ilusão" (o "mentir-vrai" de Aragon);  1.4. o exemplo (alegoria) da "poule";

2. a questão da Linguagem (discussão entre Nana e Brice Parain): a "fala" ("parole") entre  o "silêncio" e a "gaguez", a "verdade e a "mentira; a aporia de Porthos; do "tropeçar" à "dança" pelos meios do cinema (Fieschi).

* projecção da CM "Charlotte et son Jules" e da secção da "ida ao Cinematógrafo" de "Les Carabiniers

Bibliografia: texto de Jean-André Fieschi na pasta da cadeira 


O cinema da "Nouvelle Vague"

26 Novembro 2018, 10:00 Fernando Guerreiro

1. O aparecimento do termo (Françoise Giroud. "L'Express", 1957): o contexto social e cultural. O "boom" económico e os mitos do "novo" e da "juventude" na França do pós-guerra (emissão de rádio e depois revista "Salut les Copains"); a inserção da "NV" na indústria cinematográfica francesa; críticas : "cinema de amador" (Bénayoum, "Positif", "petite vague" (Brasillach/ Bardèche)). 

2. uma ou duas "vagas"? Uma "escola"? Princípios e características (entre 1958/ 1963): 2.1. o cinema como "escrita" (a "caméra-stylo" de Astruc); 2.2.a valorização da "forma": a "mise en scène" como pensamento/ estrutura (Bazin); dimensão ética (política) da "forma" (Godard, Rivette); 2.3. política dos autores" (Truffaut); 2.4. regresso ao real: o plano-sequência e os "paralelepípedos de real" de Bazin: "realismo das circunstâncias" /"familiar"; 2.5. meios leves e pobres (Rivette): novo tipo de ficção(lacunar, aberta) e de "produção" ("pobre"); 2.6. um cinema do Presente: imediato, local, oral, de exteriores, do indivíduo (corpos/ actores); 2.7. conceção "impura" de cinema: mistura de registos e géneros; intertextualidade (a "citação") e auto-refencialidade (Godard).

* projecção do clip de "Tous les garçons et les filles" de Françoise Hardy (re: Claude Lelouch, 1962) , de "Histoire d'eau" (Godard/ Truffaut, 1957) e "Gare du Nord" (sketche de Jean Rouch para "Parus vu par", 1964).

Bibliografia: conjunto de textos na pasta da cadeira


Alain Resnais, "L'Année Dernière à Marienbad" (1961) (2)

21 Novembro 2018, 10:00 Fernando Guerreiro

1. o Prólogo como "discurso do método":  precedência do "Verbo" ("voz-off") e da "forma" (o filme como "escultura").

2. dois personagens/ duas estéticas (da Arquitectura): 2.1.a figura de X (o homem): princípio da consciência, memória, da ficção e da Literatura: o Classicismo, mais estruturado, de exteriores, o modelo do jardim (clássico) francês (Le Nôtre: Versailles); 2.2. a figura de A ( a mulher): objecto em fuga do discurso de "desejo" e da "forma-cinema": o Barroco:  um estilo decorativo de interiores;

3. o discurso do "desejo": o motivo da "estátua" como figura (cifra: hieróglifo)  do filme . Como o interpretar? Orfeu e Eurídice?

4. um "cinema da mente": o interface espelho-ecrã-cérebro (Deleuze/ Hitchcock);

4. circularidade (repetição) e diferença: a dupla inscrição, em falso quiasmo, da situação do "teatro". O final aberto do filme.

* projecção (comentada) de um dvd do filme.  


O "Nouveau Roman" e a "Nouvelle Vague"

19 Novembro 2018, 10:00 Fernando Guerreiro

1. o novo cinema do pós-guerra (1945/1959): um cinema de "autor" - a "caméra stylo" de Alexandre Astruc (1948). Um cinema de meios leves, caligráfico, aberto ao real, para dar o pensamento. O movimento das "curtas-metragens" do grupo dos 30 nos anos 50 (Resnais, Varda, Rohmer, Démy e depois Truffaut, Godard).
2. o "Nouveau Roman": "école du regard", "literatura objectiva" (óptica) (Barthes); um realismo míope; narrador "testemunha"="observados" (semelhante ao do romance policial americano);  Descrição sintagmática, na horizontal=espaço, mais denotação do que conotação; crítica da "profundidade" e das categorias do "personagem", "tempo" e "intriga" (Robbe-Grillet); uma estética de "decepção", crítica do "ilusionismo" perceptivo e representativo do romance tradicional;
3. Cinema e Literatura segundo  Bernard Pingaud (1966): cinema como "arte do mostrar"/ Literatura= "arte do dizer"; crítica da "fatalidade visual" do cinema e abertura à "subjectividade" e ao "tempo"; um "cinema mental" ("Marienbad");
4. "L'Année dernière à Marienbad" (1961)
4.1. filme a 2?: o "ciné-roman" de Robbe-Grillet; o contributo de Alain Resnais: o personagem de A (psicologização); os motivos do "encontro" (no passado) e do "viol"; diferentes tipos de Imagem: Robbe-Grillet, "imagem mental" (de um "presento eterno")/ Resnais, "imagem-tempo (arquitectura de tempos) (Deleuze).
* projecção da CM "Le Chant de Styrène" de A, Resnais (texto de Raymond Queneau) (1957)
Bibliografia: entrevista de Resnais/ Robbe-Grillet aos Cahiers du Cinéma (1961)+ Introdução da edição em livro do Script do filme (Robbe-Grillet), assim como de dois textos sobre o filme (pasta da cadeira)