Sumários

O desenvolvimento urbano e o nascimento da universidade: para uma democratização da cultura.

20 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado

 

I.               PRESSUPOSTOS

1.      A reforma gregoriana (outra vez): a necessidade de reforçar o ensino. (Gregório VII: 1073-1085)

1.1   Reforço da aprendizagem do latim: aposta na gramática.

1.2   Letra: o triunfo da carolina sobre as letras regionais. O caso hispânico.

1.3   A liturgia comum: liturgia romana. O caso hispânico.

1.4   A aposta no direito: a necessidade de canonistas.

1.5   A aposta nas escolas catedralícias e monásticas: a formação de um clero.

1.6   A manutenção dos curricula tradicionais – regresso ao passado: trivium; a superioridade das Escrituras e textos cristãos; a menor importância da literatura não cristã.

 

2.      O ‘renascimento’ urbano dos séculos XI-XII: entre a Flandres e o Norte de Itália.

2.1   A necessidade de clero mais bem formado;

 

3.      As chancelarias dos reinos e senhorios emergentes: França, Flandres, Castela, Aragão, Inglaterra, Portugal.

3.1   A complexificação das tarefas dos “estados”: a necessidade de homens de letras (clérigos) por parte de príncipes (a formação das chancelarias), de cidades e das organizações eclesiásticas;

3.2   A cultura escrita profissionalizada: não como puro ornamento nem meio de distinção.

 

4.      Corporações: artífices – influencia outros grupos;

 

II.              AS UNIVERSIDADES

5.      1ª fase: Os novos centros de ensino das catedrais:– as escolas episcopais.

5.1   Bolonha, Montpelier, Oxford, Paris.

5.2   Ensino dependente do bispo: a licentia docendi; jurisdição do bispo; espaço de aulas.

5.3   O quase-monopólio da Igreja. A lenta independência do direito não eclesiástico: Bolonha, Montpellier.

5.4   O número crescente de alunos. Maioria: clérigos urbanos/seculares; indivíduos de grupos sociais emergentes – e.g. juristas régios (muito minoritário).

 

6.      2.ª fase: As corporações de ensino eclesiásticas.

6.1   Os estatutos; privilégios jurídicos; a organização corporativa; garantem maior autonomia; permitem distinguir esta corporação das outras;

6.2   À semelhança das corporações artesanais: estrita hierarquização: provas de passagem de um grau para outro: bacharelato, licenciatura, doutoramento;

6.3   Características gerais destas corporações:

6.3.1        Comunidade: communitas; uniuersitas studii. Bairros. Os colégios.

6.3.2        Associa alunos e professores;

6.3.3        Objectivos:

·       organizar estudos, exames; muitas vezes: liberdade de ensino.

·       organizar assistência mútua, assegurar protecção;

·       reivindicar: privilégios, isenções;

·       Regular a actividade docente.

·       A ‘licença’ final: dada pela universidade/pelo chanceler; a quem cumpre os exames.

6.3.4        Eclesiásticos. Homens. Jovens: 14 anos estudam Artes.

6.3.5        4-5 faculdades: Teologia, Direito (Leis e Cânones), Medicina, Artes.

 

7.      3.ª fase: o studium generale (3.ª fase).

7.1   1200 d.C.: a fuga à autoridade local (do bispo normalmente): garantida pela licentia papal. A universalidade da licença: válida em todos os lados.

7.2   Fundação papal, episcopal, régia. Licença papal.

7.3   Ensino independente em relação aos bispos e mosteiros;

7.4   Em 1300: Bolonha, Paris, Montpellier, Oxford, Cambridge (a partir de Oxford), Salamanca, Orleães (a partir de Paris), Pádua (a partir de Bolonha), Nápoles, Toulouse, Lisboa, Lleida.

7.5   A universidade de Lisboa: 1 de Março de 1290 (carta régia); a bula de confirmação de Nicolau IV (9 de Agosto de 1290). Cânones, Leis, Medicina, Artes.

8.      O currículum:

1.1   Artes: Bacharelato – 3 anos (dos 14/15-17); licenciatura – 3 anos + 1 de docência (18-21);

1.2   Direito, Medicina, Teologia – Bacharelato+Mestrado+Doutoramento – até 14 anos para Teologia em Paris.

Rodrigo furtado

Bibliografia sumária:

Noone, T. B. (2002), ‘Scholasticism’, A companion to Philosophy in the Middle Ages, Malden, MA, Oxford, Victoria, 55-64.

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Fernandes, H., ed. (2013), A Universidade Medieval em Lisboa: séculos XIII-XVI, Lisboa.

Ferruolo, St. (1998), The origins of the University: the schools of Paris and their critics, 1100-1215, Stanford.

Le Goff, J. (1990), Os Intelectuais na Idade Média, Lisboa, 29-90.

Norte, A. (2020), Os intelectuais em Portugal na Idade Média, Lisboa.

Pedersen, O. (1997), The first Universities: Studium Generale and the Origins of University Education in Europe, Cambridge.

Ridder-Symoens, H. de, ed. (1992), A History of the University in Europe. 1. Universities in the Middle Ages, Cambridge.

Verger, J. (2007), ‘The universities and scholasticism’, The new Cambridge Medieval history 5. Ca. 1198-1300, Cambridge, 256-276.

Young, S. E. (2019), ‘Education in medieval Europe’, The Oxford handbook of the history of education, Oxford.


Heresias, mendicantes e ‘novas’ propostas de sabedoria/espiritualidade: repensar a Igreja.

18 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado


1.      A reforma gregoriana (síntese):

1.1   SACRALIZAÇÃO: da Igreja e do clero. A separação entre o clero e a sociedade. O ideal cultural da pureza/castidade.

1.2   INDEPENDÊNCIA: a independência da Igreja em face da sociedade. A guerra entre os poderes “seculares” e as autoridades eclesiásticas. Quem tem mais autoridade? Uma discussão perene.

1.3   SUPERIORIDADE: a politicização do padrão cultural cristão. A teoria do sol e da lua. A intervenção do papa junto dos reinos emergentes. O apelo ao papa.

 

A.     CLUNY E A IDEOLOGIA ROMANA DO PODER

 

2.      A necessidade de reforma: Cluny: o centro monástico da cristandade e a relação com Roma.

2.1   Fundação: 909/910 por Guilherme, duque da Aquitânia e conde de Mâcon. A independência da abadia e a dependência directa do papa.

2.2   Reformar fora de Roma: o tópico do “Regresso ao passado”.

2.3   Um mosteiro beneditino: obediência, pobreza, castidade. Mas muito poderoso.

2.4   Um mosteiro ‘imperialista’; a possibilidade de cunhar moeda.  Mosteiro, terras e riqueza; apogeu: 10.000 monges em 1200 mosteiros.

 

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2.5   A aliança com o papa: Gregório VII (1073-1085); Urbano II (1088-1099); Pascoal II (1099-1118); os “monges do papa”. A morte de Gelásio II e a sucessão de Calisto II na abadia (1119). 

2.6   A maior igreja da cristandade: Cluny III.

 

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2.7   A relação com a Hispânia: a relação com os duques e condes da Borgonha: o abaciado de S. Hugo de Sémur (1024-1049-1109).

 

 

B.     A CONTESTAÇÃO E AS NOVAS PROPOSTAS DE ESPIRITUALIDADE

 

3.      Os movimentos de contestação dos séculos XII-XIII – o papel dos litterati.

3.1   Valdenses: Pedro Valdo (ca. 1140-c.1205).

·       Lyon; 1176. Comerciante que deixa tudo para viver em pobreza evangélica. Encomenda a tradução de partes da Bíblia (NT). Aceite com cuidado por Alexandre III (1179). Condenado por Lúcio III (1184) como “pregador sem licença”, por ser leigo não podia pregar sem autorização do bispo local.

·       Espalha-se desde Aragão ao Reno e à Toscana.

·       Grande centralidade da Bíblia como única autoridade; a aprendizagem da leitura e da Bíblia de cor.

·       Grande insistência no papel dos leigos na pregação e na vida de austeridade.

 

3.2   Os Cátaros (katharoi= puros) ou Boni homines (‘homens bons’) ou Albigenses.

·       Movimento de ruptura com a Igreja; cria uma Igreja separada. O dualismo maniqueísta.

·       Desde 1114, em França; depois em Colónia, em Mainz, na Flandres, em Reims.

·       Espalha-se ao sul de França/Languedoc, Catalunha, Norte de Itália e Toscana: 1150’s.

·       Rejeição do Pentateuco e dos Livros Históricos do Antigo Testamento; Deus teria dois filhos: Cristo e Lúcifer, mas não era o criador deste mundo; Lúcifer=Deus do Antigo Testamento; a recusa de que Cristo tenha tido corpo. rejeição do baptismo de crianças, da eucaristia e do sacerdócio sacramental; condenação do casamento e da procriação; veganismo; rejeição do culto dos santos; rejeição das relações familiares, estatuto social e propriedade privada. Austeridade e recusa dos bens materiais.

 

 

 

3.3   Francisco de Assis (1181/2-1228).

·       filho de mercadores; abandona tudo; torna-se ‘mendicante’ em 1208.

·       Viver sem pensar no amanhã: sem propriedade pessoal ou comum; trabalho manual; esmola; recusa de qualquer poder.

·       Em 1221 eram mais de 1000.

 

C.    A DOMESTICAÇÃO ECLESIÁSTICA.

4.      Os hereges.

4.1   Penas: excomunhão; proibição de ensinar; confisco de bens; privação de liberdade; morte.

4.2   Falta de clareza na resposta: a quem cabe punir?

4.3   As respostas cada vez mais centralizadas:

·       Objectivo único: combate à heresia;

·       A inquisição episcopal: a bula ad abolendam de Lúcio III (1084).

·       A inquisição papal: Gregório IX (1231) – a tentativa de centralização.

 

5.      O controlo dos Franciscanos

5.1   ‘Ordem dos Frades Menores’: auto-designação, por oposição a todos os Maiores. A necessidade de uma regra patrocinada pelo cardeal Ugolino: a regula bullata de 1223. O afastamento de Francisco.

5.2   O patrocínio de Ugolino=papa Gregório IX (1227-1241). Canoniza-o em 1228.

5.3   Boaventura de Bagnoregio (c. 1221-1274). Prior: 1257. O capítulo de Narbonne: 1260.

·       Novas funções dos frades: pregação; confissão; pastoral.

·       Maior aposta na formação: o próprio Boaventura estudara em Paris.

·       Possibilidade de propriedade para desenvolver as funções da ordem.

5.4   A condenação dos Fraticelli.

Rodrigo furtado

Bibliografia sumária:

Merlo, G. G. (2014), ‘Christian experiences of Religious non-conformism’, The Oxford handbook of Medieval Christianity, Oxford.

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Arnold, A., ed. (2014), The Oxford handbook of Medieval Christianity, Oxford.

Arnold, J. (2001), Inquisition and Power: Catharism and the Confessing Subject in Medieval Languedoc, Philadelphia.

Berman, C. H. (2000), The Cistercian Evolution: The Invention of a Religious Order in Twelfth-Century Europe, Philadelphia.

Constable, G. (1996), The Reformation of the Twelfth Century, Cambridge.

Evans, J. (1968) Monastic Life at Cluny 910-1157, Oxford.

Friesen, A. (1998), ‘Medieval Heretics or Forerunners of the Reformation? The Protestant Rewriting of the History of Medieval Heresy’, The Devil, Heresy and Witchcraft in the Middle Ages, Leiden, 165–190.

Given, J. B. (1997), Inquisition and Medieval Society: Power, Discipline and Resistance in Languedoc, Ithaca, NY.

Hamilton, B. (1996), ‘Religion and the laity’, The New Cambridge Medieval History. 4.1. c. 1024-c. 1198, Cambridge, 499-533.

Hamilton, B. (2008), ‘The Albigensian crusade and heresy’, The New Cambridge Medieval History. 5. c.1198-c.1300, Cambridge,  164-181.

Lambert, M. (20023), Medieval Heresy: Popular Movements from the Gregorian Reform to the Reformation, Oxford.

Lansing, C. (2000), ‘Popular belief and heresy’, A companion to the Medieval World, Malden, MA, Oxford, Victoria, 276-292.

McGuire, B. P., ed. (2011), A Companion to Bernard of Clairvaux, Leiden.

Moore, R. I. (1996), ‘Literacy and the making of heresy, c. 1000-c. 1150’, Heresy and literacy, 1000-1530, Cambridge, 19-37.

Moore, R. I. (20072), The Formation of a Persecuting Society, Oxford.

Taylor, C. (2005), Heresy in Medieval France: Dualism in Aquitaine and the Agenais, 1000–1249, Rochester, NY.

Vuachez, A. (1990), ‘The religious orders’, The new Cambridge Medieval history, Cambridge, 220-255.


A reforma gregoriana: a sacralização da sociedade e a monarquia papal.

13 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado


I.               O episcopalismo de Ambrósio de Milão: contra a ideia do imperador como o principal representante de Deus na terra.

1.1   O caso do altar da Victória e a ‘guerra’ com o Senado;

1.2   O conflito com a imperatriz Justina e a proibição das igrejas arianas de Milão.

1.3   O massacre de Tessalónica e o conflito com Teodósio I (390).

1.4   A submissão ideológica do imperador ao bispo e a defesa do império cristão.

 

II.              O princípio de Gelásio I (papa/bispo de Roma: 492-496): potestas vs auctoritas.

 

Há duas ordens, ó Augusto imperador, através das quais este mundo é governado: a autoridade sagrada (auctoritas sacrata) dos pontífices e o poder real (regalis potestas). Contudo, o fardo colocado sobre os sacerdotes é o mais forte, porque são eles que têm de prestar contas no Juízo divino, mesmo pelos reis dos homens. Fica a saber, ó filho mais clemente, que, embora tenhas precedência na raça humana em dignidade, mesmo assim dobras o teu pescoço em submissão devota aos que presidem sobre as coisas divinas, e olham pelos meios da salvação. Participando dos sacramentos celestes. . . reconheces que estás sujeito à ordem da religião em vez de governá-la. Pois se os ministros da religião, reconhecendo que o teu governo lhes foi dado pela disposição divina, obedecem às tuas leis para que não pareçam obstruir o curso correto dos assuntos mundanos, com que boa vontade, ora, tu deves obedecer àqueles que foram encarregados da dispensação dos santos mistérios?

 

III.            O papa: primus inter pares

1.      O bispo de Roma: o bispo da capital; o sucessor de Pedro

2.      Vai ganhando poder político: a representação da longínqua Constantinopla (até 751 em Roma, sul de Itália e em Ravena): jurisdição civil e religiosa. 

3.      Os Estados do Papa: a plena jurisdição territorial. E fora daí, o papa tem jurisdição?

 

IV.            A crise da Igreja.

1.      A desregulação da Igreja: a ignorância do clero; o concubinato; a simonia e a dotação particular de igrejas. A eleição do papa: quem elege o papa? A dependência do papa em relação ao imperador e às famílias romanas.

2.      A questão das investiduras. O papel do papa na Igreja e a intervenção dos reis nos assuntos da Igreja.

 

V.              A revolução “gregoriana”: Leão IX (1049-1054), Gregório VII (1073-1085) e Urbano II (1088-1099).

1-      Os objectivos:

1.1   SACRALIZAÇÃO: da Igreja e do clero. A separação entre o clero e a sociedade. O ideal cultural da pureza/castidade.

1.2   INDEPENDÊNCIA: a independência da Igreja em face da sociedade. A guerra entre os poderes “seculares” e as autoridades eclesiásticas. Quem tem mais autoridade? Uma discussão perene.

1.3   SUPERIORIDADE: a politicização do padrão cultural cristão. A teoria do sol e da lua. A intervenção do papa junto dos reinos emergentes. O apelo ao papa.

 

VI.            A sacralização do clero.

·       A necessidade de reinvestir no ensino do clero. A melhoria do latim; o investimento na teologia como disciplina filosófica.

·       O celibato e a castidade: distinção baseada na ideia de pureza;

·       A formação do clero.

·       De novo, uniformização da liturgia: e.g. Hispânia.

 

VII.          A independência da Igreja: a monarquia papal e a centralização/uniformização

·       O desenvolvimento da cúria/chancelaria/administração papal.

·       O uso da força militar.

·       A eleição do papa:A criação do colégio de cardeais como colégio de eleitores (1059).

 

VIII.         A Superioridade da Igreja: a questão das investiduras:

1.1   Gregório VII vs. Henrique IV, imperador Romano-Germânico. A questão das investiduras – importância política e simbólica. A submissão ao papa.

·       O papa pode intervir ratione peccati (por causa do pecado);

·       A autoridade régia depende da autoridade papal;

·       A Igreja tem poder de supervisão e comando;

·       A Igreja tem poder de sagração e de deposição.

·       A superioridade da Igreja sobre os reis = reis são meros instrumentos do papa e do clero.

1.2   O IV Concílio de Latrão (1215): o papa como ‘vigário de Cristo’: o governante de iure de toda a terra. A teoria do sol e da lua. Reformar: garantir o primado de Pedro.

Rodrigo Furtado

Bibliografia Sumária

Meyer, A. (2009), ‘Papal monarchy’, Companion to the Medieval world, Malden, MA-Oxford-Chichester, 372-396.

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Burns, J. H., ed. (1988), The Cambridge History of Medieval Political Thought, c. 350–c. 1450, Cambridge.

Canning, J. (1987), A History of Medieval Political Thought, Cambridge.

Coleman, J. (2000), A History of Political Thought from the Middle Ages to the Renaissance, Oxford.

Dyson, R. W. (2003), Normative Theories of Society and Government in Five Medieval Thinkers, Lewiston, ME, Queenston, Ontario, Lampeter.

Dyson, R, W. (20093), ‘Medieval rulers and political ideology’, Companion to the Medieval world, Malden, MA-Oxford-Chichester, 354-371.

Pennington, K. (1984), Pope and Bishops: The Papal Monarchy in the Twelfth and Thirteenth Centuries, Philadelphia.

Prodi, P. (1987), The Papal Prince: One Body and Two Souls, Cambridge.

Ullmann, W. (1949), Medieval Papalism: The Political Theories of the Medieval Canonists, London.

Ullmann, W. (1961), Principles of Government and Politics in the Middle Ages, New York.

Watt, J. A. (1965), The Theory of Papal Monarchy in the Thirteenth Century, New York.

 


O Islão peninsular: a transmissão do saber clássico. Sobre a ‘escola de tradução de Toledo’.

11 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado


1.     Helenização/Bizantinização do Islão.

1.1   Construção da elite califal: a construção de uma cultura, com uma linguagem comum, que funcione como padrão cultural e elemento identitário;

1.2   O Árabe clássico e a sua ‘formalização’: filologia e a necessidade de interpretar o Corão; a escola de Basra e os estudos de gramática e de léxico.

1.3   A ‘elitização’ do Islão: a cultura erudita como elemento de distinção – poesia, arte, ciência, etc.

1.4   Reunir e compilar; editar; copiar; preservar: filologia e cópia.

1.5   A recusa do monoteísmo trinitário.Os debates teológicos entre Cristãos e Muçulmanos e a assimilação da utensilagem teológica tardia. A importância da lógica aristotélica no debate pelo Islão.

1.6   Os árabes e a hernaça aristotélica. Porquê? As traduções da ciência árabe.

 

2.      O Islão hispânico.

2.1 A tolerância geral: a ausência de uma política activa de conversão. Convivência?

2.2 Os mártires voluntários.

2.3 A conversão. A manutenção de comunidades moçárabes nas principais cidades.

2.4 Que língua falavam? O Árabe como língua litúrgica, de cultura e de poder. A manutenção do latim. O romance.

2.5 Os textos: traduções (Orósio); cópias (a colecção alcobacense); textos árabes. A necessidade de tradução – uma novidade no ocidente!

2.6 A ciência greco-árabe na Hispânia:

- Aḥmad al-Rāzī, Crónica/História dos soberanos do al-Andalus (s. X); Al-Bakri, Livro das rotas e dos reinos (s. XImed.). A importância da história e da geografia e a influência dos modelos gregos.

- Said- ad-Anadalusi, As categorias das nações (s. XImed.); o apogeu dos estudos de astronomia/geometria – tábuas astronómicas; horóscopos

Rodrigo Furtado

Bibliografia

Burnett, Ch. (2011), ‘Communities of learning in twelfth-century Toledo’, Communities of Learning. Networks and the Shaping of Intellectual Identity in Europe, 1100–1500, Turnhout, 9-18.

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Burnett, Ch.  (1995b). ‘‘Magister Iohannes Hispalensis et Limiensis’ and Qusta ibn Luqa’s De differentia spiritus et animae: a Portuguese Contribution to the Arts Curriculum?’ Mediaevalia. Textos e estudos 7–8, 221–267.

Burnett, Ch. (1995a), ‘The Institutional Context of Arabic-Latin Translations of the Middle 1 Ages: A Reassessment of the “School of Toledo”’, Vocabulary of Teaching and Research Between the Middle Ages and Renaissance, Turnhout, 214–235.

Burnett, Ch. (2001), ‘The Coherence of the Arabic-Latin Translation Programme in Toledo in the Twelfth Century’, Science in Context 14, 249–288

Gutas, Dmitri (1998), Greek Thought, Arabic Culture: The Graeco-Arabic Translation Movement in Baghdad and Early 'Abbasaid Society, London.

Veléz León, P. (2007), ‘Sobre la noción, significado e importancia de la Escuela de Toledo’, Disputatio. Philosophical Research Bulletin 6.7, 537-579.

 

                 


Scriptoria, livros e bibliotecas: o que se guardava? O que se copiava? O que se lia?

6 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado


1.      Recuperar os livros antigos no mundo carolíngio.

                                            i.     Onde estão os livros antigos? Norte de Itália; Sul da Gália; Montecassino; Roma; Ravena.

                                           ii.     Centros de cópia (scriptoria) e bibliotecas carolíngias: Lorsch, Aquisgrano, Corbie, Tours, Saint Gall, Reichenau.

iii. Copiar e editar tudo:

a.      Entre Império Romano-800: 1800 manuscritos;

b.      Entre 800-900: 9000 manuscritos;

 

1.      Entretanto na Hispânia.

4.1   O ms. Escorial R. II.18 e o inventário de 882.

 

 

 

 

 

 

4.2   O testamento de Mumadona Dias (959).

 

Bibliografia sumária:

McKitterick, R. (1989), The Carolingians and the written world, Cambridge, 165-210.

………………………………………

Brown, P. (1971),  ‘The rise and function of the holy man in Late Antiquity’, Journal of Roman Studies 61, 80–101.

Collins, R. (1983), ‘Poetry in ninth century Spain’, Papers of the Liverpool Latin Seminar 4, 181-195.

Contreni, J. (1992), Carolingian learning, masters and manuscripts, Hampshire.

Contreni, J. (1995), ‘The Carolingian renaissance: education and literary culture’, The New Cambridge Medieval history. 2. C. 700-c. 900, Cambridge, 709-757.

Díaz y Díaz, M. C. (1983), Códices visigóticos en la monarquía leonesa, León.

Díaz y Díaz, M. C. (19912), Libros y librerías en la Rioja altomedieval, Logroño.

Dunn, M. (20032), The Emergence of Monasticism: From the Desert Fathers to the Early Middle Ages, Malden, MA, Oxford, Victoria.

McKitterick, R. (2005), ‘The Carolingian renaissance of culture and learning’, Charlemagne: empire and society, Manchester, 151-166.

Ochsenbein, P., Schmuki, K., ed. (2002), Studien zum St. Galler Klosterplan II, St. Gallen.