Sumários

O nominalismo.

14 Novembro 2024, 09:30 Angélica Varandas

As ordens mendicantes.
A querela dos universais: realistas e nominalistas.
O nominalismo de William of Ockham.


A reforma gregoriana: a sacralização da sociedade e a monarquia papal.

13 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado


I.               O episcopalismo de Ambrósio de Milão: contra a ideia do imperador como o principal representante de Deus na terra.

1.1   O caso do altar da Victória e a ‘guerra’ com o Senado;

1.2   O conflito com a imperatriz Justina e a proibição das igrejas arianas de Milão.

1.3   O massacre de Tessalónica e o conflito com Teodósio I (390).

1.4   A submissão ideológica do imperador ao bispo e a defesa do império cristão.

 

II.              O princípio de Gelásio I (papa/bispo de Roma: 492-496): potestas vs auctoritas.

 

Há duas ordens, ó Augusto imperador, através das quais este mundo é governado: a autoridade sagrada (auctoritas sacrata) dos pontífices e o poder real (regalis potestas). Contudo, o fardo colocado sobre os sacerdotes é o mais forte, porque são eles que têm de prestar contas no Juízo divino, mesmo pelos reis dos homens. Fica a saber, ó filho mais clemente, que, embora tenhas precedência na raça humana em dignidade, mesmo assim dobras o teu pescoço em submissão devota aos que presidem sobre as coisas divinas, e olham pelos meios da salvação. Participando dos sacramentos celestes. . . reconheces que estás sujeito à ordem da religião em vez de governá-la. Pois se os ministros da religião, reconhecendo que o teu governo lhes foi dado pela disposição divina, obedecem às tuas leis para que não pareçam obstruir o curso correto dos assuntos mundanos, com que boa vontade, ora, tu deves obedecer àqueles que foram encarregados da dispensação dos santos mistérios?

 

III.            O papa: primus inter pares

1.      O bispo de Roma: o bispo da capital; o sucessor de Pedro

2.      Vai ganhando poder político: a representação da longínqua Constantinopla (até 751 em Roma, sul de Itália e em Ravena): jurisdição civil e religiosa. 

3.      Os Estados do Papa: a plena jurisdição territorial. E fora daí, o papa tem jurisdição?

 

IV.            A crise da Igreja.

1.      A desregulação da Igreja: a ignorância do clero; o concubinato; a simonia e a dotação particular de igrejas. A eleição do papa: quem elege o papa? A dependência do papa em relação ao imperador e às famílias romanas.

2.      A questão das investiduras. O papel do papa na Igreja e a intervenção dos reis nos assuntos da Igreja.

 

V.              A revolução “gregoriana”: Leão IX (1049-1054), Gregório VII (1073-1085) e Urbano II (1088-1099).

1-      Os objectivos:

1.1   SACRALIZAÇÃO: da Igreja e do clero. A separação entre o clero e a sociedade. O ideal cultural da pureza/castidade.

1.2   INDEPENDÊNCIA: a independência da Igreja em face da sociedade. A guerra entre os poderes “seculares” e as autoridades eclesiásticas. Quem tem mais autoridade? Uma discussão perene.

1.3   SUPERIORIDADE: a politicização do padrão cultural cristão. A teoria do sol e da lua. A intervenção do papa junto dos reinos emergentes. O apelo ao papa.

 

VI.            A sacralização do clero.

·       A necessidade de reinvestir no ensino do clero. A melhoria do latim; o investimento na teologia como disciplina filosófica.

·       O celibato e a castidade: distinção baseada na ideia de pureza;

·       A formação do clero.

·       De novo, uniformização da liturgia: e.g. Hispânia.

 

VII.          A independência da Igreja: a monarquia papal e a centralização/uniformização

·       O desenvolvimento da cúria/chancelaria/administração papal.

·       O uso da força militar.

·       A eleição do papa:A criação do colégio de cardeais como colégio de eleitores (1059).

 

VIII.         A Superioridade da Igreja: a questão das investiduras:

1.1   Gregório VII vs. Henrique IV, imperador Romano-Germânico. A questão das investiduras – importância política e simbólica. A submissão ao papa.

·       O papa pode intervir ratione peccati (por causa do pecado);

·       A autoridade régia depende da autoridade papal;

·       A Igreja tem poder de supervisão e comando;

·       A Igreja tem poder de sagração e de deposição.

·       A superioridade da Igreja sobre os reis = reis são meros instrumentos do papa e do clero.

1.2   O IV Concílio de Latrão (1215): o papa como ‘vigário de Cristo’: o governante de iure de toda a terra. A teoria do sol e da lua. Reformar: garantir o primado de Pedro.

Rodrigo Furtado

Bibliografia Sumária

Meyer, A. (2009), ‘Papal monarchy’, Companion to the Medieval world, Malden, MA-Oxford-Chichester, 372-396.

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Burns, J. H., ed. (1988), The Cambridge History of Medieval Political Thought, c. 350–c. 1450, Cambridge.

Canning, J. (1987), A History of Medieval Political Thought, Cambridge.

Coleman, J. (2000), A History of Political Thought from the Middle Ages to the Renaissance, Oxford.

Dyson, R. W. (2003), Normative Theories of Society and Government in Five Medieval Thinkers, Lewiston, ME, Queenston, Ontario, Lampeter.

Dyson, R, W. (20093), ‘Medieval rulers and political ideology’, Companion to the Medieval world, Malden, MA-Oxford-Chichester, 354-371.

Pennington, K. (1984), Pope and Bishops: The Papal Monarchy in the Twelfth and Thirteenth Centuries, Philadelphia.

Prodi, P. (1987), The Papal Prince: One Body and Two Souls, Cambridge.

Ullmann, W. (1949), Medieval Papalism: The Political Theories of the Medieval Canonists, London.

Ullmann, W. (1961), Principles of Government and Politics in the Middle Ages, New York.

Watt, J. A. (1965), The Theory of Papal Monarchy in the Thirteenth Century, New York.

 


As universidades

12 Novembro 2024, 09:30 Angélica Varandas

A universidade na Idade Média: origem, constituição, métodos de ensino e disciplinas.

A filosofia natural de Aristóteles. 


O Islão peninsular: a transmissão do saber clássico. Sobre a ‘escola de tradução de Toledo’.

11 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado


1.     Helenização/Bizantinização do Islão.

1.1   Construção da elite califal: a construção de uma cultura, com uma linguagem comum, que funcione como padrão cultural e elemento identitário;

1.2   O Árabe clássico e a sua ‘formalização’: filologia e a necessidade de interpretar o Corão; a escola de Basra e os estudos de gramática e de léxico.

1.3   A ‘elitização’ do Islão: a cultura erudita como elemento de distinção – poesia, arte, ciência, etc.

1.4   Reunir e compilar; editar; copiar; preservar: filologia e cópia.

1.5   A recusa do monoteísmo trinitário.Os debates teológicos entre Cristãos e Muçulmanos e a assimilação da utensilagem teológica tardia. A importância da lógica aristotélica no debate pelo Islão.

1.6   Os árabes e a hernaça aristotélica. Porquê? As traduções da ciência árabe.

 

2.      O Islão hispânico.

2.1 A tolerância geral: a ausência de uma política activa de conversão. Convivência?

2.2 Os mártires voluntários.

2.3 A conversão. A manutenção de comunidades moçárabes nas principais cidades.

2.4 Que língua falavam? O Árabe como língua litúrgica, de cultura e de poder. A manutenção do latim. O romance.

2.5 Os textos: traduções (Orósio); cópias (a colecção alcobacense); textos árabes. A necessidade de tradução – uma novidade no ocidente!

2.6 A ciência greco-árabe na Hispânia:

- Aḥmad al-Rāzī, Crónica/História dos soberanos do al-Andalus (s. X); Al-Bakri, Livro das rotas e dos reinos (s. XImed.). A importância da história e da geografia e a influência dos modelos gregos.

- Said- ad-Anadalusi, As categorias das nações (s. XImed.); o apogeu dos estudos de astronomia/geometria – tábuas astronómicas; horóscopos

Rodrigo Furtado

Bibliografia

Burnett, Ch. (2011), ‘Communities of learning in twelfth-century Toledo’, Communities of Learning. Networks and the Shaping of Intellectual Identity in Europe, 1100–1500, Turnhout, 9-18.

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Burnett, Ch.  (1995b). ‘‘Magister Iohannes Hispalensis et Limiensis’ and Qusta ibn Luqa’s De differentia spiritus et animae: a Portuguese Contribution to the Arts Curriculum?’ Mediaevalia. Textos e estudos 7–8, 221–267.

Burnett, Ch. (1995a), ‘The Institutional Context of Arabic-Latin Translations of the Middle 1 Ages: A Reassessment of the “School of Toledo”’, Vocabulary of Teaching and Research Between the Middle Ages and Renaissance, Turnhout, 214–235.

Burnett, Ch. (2001), ‘The Coherence of the Arabic-Latin Translation Programme in Toledo in the Twelfth Century’, Science in Context 14, 249–288

Gutas, Dmitri (1998), Greek Thought, Arabic Culture: The Graeco-Arabic Translation Movement in Baghdad and Early 'Abbasaid Society, London.

Veléz León, P. (2007), ‘Sobre la noción, significado e importancia de la Escuela de Toledo’, Disputatio. Philosophical Research Bulletin 6.7, 537-579.

 

                 


A iluminura.

7 Novembro 2024, 09:30 Angélica Varandas

A iluminura: o caso do Livro de Kells.

O cristianismo celta ou insular.