Sumários

Não houve aula

25 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado

Não houve aula.


Aula aberta - a poesia alemã.

21 Novembro 2024, 09:30 Angélica Varandas

Aula aberta lecionada pelo Prof. Dr. Carlos Teixeira da Faculdade de Letras da Universidade do Porto: Minnesang: Leituras do Trovadorismo Alemão.


O desenvolvimento urbano e o nascimento da universidade: para uma democratização da cultura.

20 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado

 

I.               PRESSUPOSTOS

1.      A reforma gregoriana (outra vez): a necessidade de reforçar o ensino. (Gregório VII: 1073-1085)

1.1   Reforço da aprendizagem do latim: aposta na gramática.

1.2   Letra: o triunfo da carolina sobre as letras regionais. O caso hispânico.

1.3   A liturgia comum: liturgia romana. O caso hispânico.

1.4   A aposta no direito: a necessidade de canonistas.

1.5   A aposta nas escolas catedralícias e monásticas: a formação de um clero.

1.6   A manutenção dos curricula tradicionais – regresso ao passado: trivium; a superioridade das Escrituras e textos cristãos; a menor importância da literatura não cristã.

 

2.      O ‘renascimento’ urbano dos séculos XI-XII: entre a Flandres e o Norte de Itália.

2.1   A necessidade de clero mais bem formado;

 

3.      As chancelarias dos reinos e senhorios emergentes: França, Flandres, Castela, Aragão, Inglaterra, Portugal.

3.1   A complexificação das tarefas dos “estados”: a necessidade de homens de letras (clérigos) por parte de príncipes (a formação das chancelarias), de cidades e das organizações eclesiásticas;

3.2   A cultura escrita profissionalizada: não como puro ornamento nem meio de distinção.

 

4.      Corporações: artífices – influencia outros grupos;

 

II.              AS UNIVERSIDADES

5.      1ª fase: Os novos centros de ensino das catedrais:– as escolas episcopais.

5.1   Bolonha, Montpelier, Oxford, Paris.

5.2   Ensino dependente do bispo: a licentia docendi; jurisdição do bispo; espaço de aulas.

5.3   O quase-monopólio da Igreja. A lenta independência do direito não eclesiástico: Bolonha, Montpellier.

5.4   O número crescente de alunos. Maioria: clérigos urbanos/seculares; indivíduos de grupos sociais emergentes – e.g. juristas régios (muito minoritário).

 

6.      2.ª fase: As corporações de ensino eclesiásticas.

6.1   Os estatutos; privilégios jurídicos; a organização corporativa; garantem maior autonomia; permitem distinguir esta corporação das outras;

6.2   À semelhança das corporações artesanais: estrita hierarquização: provas de passagem de um grau para outro: bacharelato, licenciatura, doutoramento;

6.3   Características gerais destas corporações:

6.3.1        Comunidade: communitas; uniuersitas studii. Bairros. Os colégios.

6.3.2        Associa alunos e professores;

6.3.3        Objectivos:

·       organizar estudos, exames; muitas vezes: liberdade de ensino.

·       organizar assistência mútua, assegurar protecção;

·       reivindicar: privilégios, isenções;

·       Regular a actividade docente.

·       A ‘licença’ final: dada pela universidade/pelo chanceler; a quem cumpre os exames.

6.3.4        Eclesiásticos. Homens. Jovens: 14 anos estudam Artes.

6.3.5        4-5 faculdades: Teologia, Direito (Leis e Cânones), Medicina, Artes.

 

7.      3.ª fase: o studium generale (3.ª fase).

7.1   1200 d.C.: a fuga à autoridade local (do bispo normalmente): garantida pela licentia papal. A universalidade da licença: válida em todos os lados.

7.2   Fundação papal, episcopal, régia. Licença papal.

7.3   Ensino independente em relação aos bispos e mosteiros;

7.4   Em 1300: Bolonha, Paris, Montpellier, Oxford, Cambridge (a partir de Oxford), Salamanca, Orleães (a partir de Paris), Pádua (a partir de Bolonha), Nápoles, Toulouse, Lisboa, Lleida.

7.5   A universidade de Lisboa: 1 de Março de 1290 (carta régia); a bula de confirmação de Nicolau IV (9 de Agosto de 1290). Cânones, Leis, Medicina, Artes.

8.      O currículum:

1.1   Artes: Bacharelato – 3 anos (dos 14/15-17); licenciatura – 3 anos + 1 de docência (18-21);

1.2   Direito, Medicina, Teologia – Bacharelato+Mestrado+Doutoramento – até 14 anos para Teologia em Paris.

Rodrigo furtado

Bibliografia sumária:

Noone, T. B. (2002), ‘Scholasticism’, A companion to Philosophy in the Middle Ages, Malden, MA, Oxford, Victoria, 55-64.

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Fernandes, H., ed. (2013), A Universidade Medieval em Lisboa: séculos XIII-XVI, Lisboa.

Ferruolo, St. (1998), The origins of the University: the schools of Paris and their critics, 1100-1215, Stanford.

Le Goff, J. (1990), Os Intelectuais na Idade Média, Lisboa, 29-90.

Norte, A. (2020), Os intelectuais em Portugal na Idade Média, Lisboa.

Pedersen, O. (1997), The first Universities: Studium Generale and the Origins of University Education in Europe, Cambridge.

Ridder-Symoens, H. de, ed. (1992), A History of the University in Europe. 1. Universities in the Middle Ages, Cambridge.

Verger, J. (2007), ‘The universities and scholasticism’, The new Cambridge Medieval history 5. Ca. 1198-1300, Cambridge, 256-276.

Young, S. E. (2019), ‘Education in medieval Europe’, The Oxford handbook of the history of education, Oxford.


Primeiro teste.

19 Novembro 2024, 09:30 Angélica Varandas

Primeiro etste escrito presencial.


Heresias, mendicantes e ‘novas’ propostas de sabedoria/espiritualidade: repensar a Igreja.

18 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado


1.      A reforma gregoriana (síntese):

1.1   SACRALIZAÇÃO: da Igreja e do clero. A separação entre o clero e a sociedade. O ideal cultural da pureza/castidade.

1.2   INDEPENDÊNCIA: a independência da Igreja em face da sociedade. A guerra entre os poderes “seculares” e as autoridades eclesiásticas. Quem tem mais autoridade? Uma discussão perene.

1.3   SUPERIORIDADE: a politicização do padrão cultural cristão. A teoria do sol e da lua. A intervenção do papa junto dos reinos emergentes. O apelo ao papa.

 

A.     CLUNY E A IDEOLOGIA ROMANA DO PODER

 

2.      A necessidade de reforma: Cluny: o centro monástico da cristandade e a relação com Roma.

2.1   Fundação: 909/910 por Guilherme, duque da Aquitânia e conde de Mâcon. A independência da abadia e a dependência directa do papa.

2.2   Reformar fora de Roma: o tópico do “Regresso ao passado”.

2.3   Um mosteiro beneditino: obediência, pobreza, castidade. Mas muito poderoso.

2.4   Um mosteiro ‘imperialista’; a possibilidade de cunhar moeda.  Mosteiro, terras e riqueza; apogeu: 10.000 monges em 1200 mosteiros.

 

Uma imagem com captura de ecrã, mapa

Descrição gerada automaticamente

 

 

 

2.5   A aliança com o papa: Gregório VII (1073-1085); Urbano II (1088-1099); Pascoal II (1099-1118); os “monges do papa”. A morte de Gelásio II e a sucessão de Calisto II na abadia (1119). 

2.6   A maior igreja da cristandade: Cluny III.

 

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2.7   A relação com a Hispânia: a relação com os duques e condes da Borgonha: o abaciado de S. Hugo de Sémur (1024-1049-1109).

 

 

B.     A CONTESTAÇÃO E AS NOVAS PROPOSTAS DE ESPIRITUALIDADE

 

3.      Os movimentos de contestação dos séculos XII-XIII – o papel dos litterati.

3.1   Valdenses: Pedro Valdo (ca. 1140-c.1205).

·       Lyon; 1176. Comerciante que deixa tudo para viver em pobreza evangélica. Encomenda a tradução de partes da Bíblia (NT). Aceite com cuidado por Alexandre III (1179). Condenado por Lúcio III (1184) como “pregador sem licença”, por ser leigo não podia pregar sem autorização do bispo local.

·       Espalha-se desde Aragão ao Reno e à Toscana.

·       Grande centralidade da Bíblia como única autoridade; a aprendizagem da leitura e da Bíblia de cor.

·       Grande insistência no papel dos leigos na pregação e na vida de austeridade.

 

3.2   Os Cátaros (katharoi= puros) ou Boni homines (‘homens bons’) ou Albigenses.

·       Movimento de ruptura com a Igreja; cria uma Igreja separada. O dualismo maniqueísta.

·       Desde 1114, em França; depois em Colónia, em Mainz, na Flandres, em Reims.

·       Espalha-se ao sul de França/Languedoc, Catalunha, Norte de Itália e Toscana: 1150’s.

·       Rejeição do Pentateuco e dos Livros Históricos do Antigo Testamento; Deus teria dois filhos: Cristo e Lúcifer, mas não era o criador deste mundo; Lúcifer=Deus do Antigo Testamento; a recusa de que Cristo tenha tido corpo. rejeição do baptismo de crianças, da eucaristia e do sacerdócio sacramental; condenação do casamento e da procriação; veganismo; rejeição do culto dos santos; rejeição das relações familiares, estatuto social e propriedade privada. Austeridade e recusa dos bens materiais.

 

 

 

3.3   Francisco de Assis (1181/2-1228).

·       filho de mercadores; abandona tudo; torna-se ‘mendicante’ em 1208.

·       Viver sem pensar no amanhã: sem propriedade pessoal ou comum; trabalho manual; esmola; recusa de qualquer poder.

·       Em 1221 eram mais de 1000.

 

C.    A DOMESTICAÇÃO ECLESIÁSTICA.

4.      Os hereges.

4.1   Penas: excomunhão; proibição de ensinar; confisco de bens; privação de liberdade; morte.

4.2   Falta de clareza na resposta: a quem cabe punir?

4.3   As respostas cada vez mais centralizadas:

·       Objectivo único: combate à heresia;

·       A inquisição episcopal: a bula ad abolendam de Lúcio III (1084).

·       A inquisição papal: Gregório IX (1231) – a tentativa de centralização.

 

5.      O controlo dos Franciscanos

5.1   ‘Ordem dos Frades Menores’: auto-designação, por oposição a todos os Maiores. A necessidade de uma regra patrocinada pelo cardeal Ugolino: a regula bullata de 1223. O afastamento de Francisco.

5.2   O patrocínio de Ugolino=papa Gregório IX (1227-1241). Canoniza-o em 1228.

5.3   Boaventura de Bagnoregio (c. 1221-1274). Prior: 1257. O capítulo de Narbonne: 1260.

·       Novas funções dos frades: pregação; confissão; pastoral.

·       Maior aposta na formação: o próprio Boaventura estudara em Paris.

·       Possibilidade de propriedade para desenvolver as funções da ordem.

5.4   A condenação dos Fraticelli.

Rodrigo furtado

Bibliografia sumária:

Merlo, G. G. (2014), ‘Christian experiences of Religious non-conformism’, The Oxford handbook of Medieval Christianity, Oxford.

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Arnold, A., ed. (2014), The Oxford handbook of Medieval Christianity, Oxford.

Arnold, J. (2001), Inquisition and Power: Catharism and the Confessing Subject in Medieval Languedoc, Philadelphia.

Berman, C. H. (2000), The Cistercian Evolution: The Invention of a Religious Order in Twelfth-Century Europe, Philadelphia.

Constable, G. (1996), The Reformation of the Twelfth Century, Cambridge.

Evans, J. (1968) Monastic Life at Cluny 910-1157, Oxford.

Friesen, A. (1998), ‘Medieval Heretics or Forerunners of the Reformation? The Protestant Rewriting of the History of Medieval Heresy’, The Devil, Heresy and Witchcraft in the Middle Ages, Leiden, 165–190.

Given, J. B. (1997), Inquisition and Medieval Society: Power, Discipline and Resistance in Languedoc, Ithaca, NY.

Hamilton, B. (1996), ‘Religion and the laity’, The New Cambridge Medieval History. 4.1. c. 1024-c. 1198, Cambridge, 499-533.

Hamilton, B. (2008), ‘The Albigensian crusade and heresy’, The New Cambridge Medieval History. 5. c.1198-c.1300, Cambridge,  164-181.

Lambert, M. (20023), Medieval Heresy: Popular Movements from the Gregorian Reform to the Reformation, Oxford.

Lansing, C. (2000), ‘Popular belief and heresy’, A companion to the Medieval World, Malden, MA, Oxford, Victoria, 276-292.

McGuire, B. P., ed. (2011), A Companion to Bernard of Clairvaux, Leiden.

Moore, R. I. (1996), ‘Literacy and the making of heresy, c. 1000-c. 1150’, Heresy and literacy, 1000-1530, Cambridge, 19-37.

Moore, R. I. (20072), The Formation of a Persecuting Society, Oxford.

Taylor, C. (2005), Heresy in Medieval France: Dualism in Aquitaine and the Agenais, 1000–1249, Rochester, NY.

Vuachez, A. (1990), ‘The religious orders’, The new Cambridge Medieval history, Cambridge, 220-255.