Sumários

Scriptoria, livros e bibliotecas: o que se guardava? O que se copiava? O que se lia?

6 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado


1.      Recuperar os livros antigos no mundo carolíngio.

                                            i.     Onde estão os livros antigos? Norte de Itália; Sul da Gália; Montecassino; Roma; Ravena.

                                           ii.     Centros de cópia (scriptoria) e bibliotecas carolíngias: Lorsch, Aquisgrano, Corbie, Tours, Saint Gall, Reichenau.

iii. Copiar e editar tudo:

a.      Entre Império Romano-800: 1800 manuscritos;

b.      Entre 800-900: 9000 manuscritos;

 

1.      Entretanto na Hispânia.

4.1   O ms. Escorial R. II.18 e o inventário de 882.

 

 

 

 

 

 

4.2   O testamento de Mumadona Dias (959).

 

Bibliografia sumária:

McKitterick, R. (1989), The Carolingians and the written world, Cambridge, 165-210.

………………………………………

Brown, P. (1971),  ‘The rise and function of the holy man in Late Antiquity’, Journal of Roman Studies 61, 80–101.

Collins, R. (1983), ‘Poetry in ninth century Spain’, Papers of the Liverpool Latin Seminar 4, 181-195.

Contreni, J. (1992), Carolingian learning, masters and manuscripts, Hampshire.

Contreni, J. (1995), ‘The Carolingian renaissance: education and literary culture’, The New Cambridge Medieval history. 2. C. 700-c. 900, Cambridge, 709-757.

Díaz y Díaz, M. C. (1983), Códices visigóticos en la monarquía leonesa, León.

Díaz y Díaz, M. C. (19912), Libros y librerías en la Rioja altomedieval, Logroño.

Dunn, M. (20032), The Emergence of Monasticism: From the Desert Fathers to the Early Middle Ages, Malden, MA, Oxford, Victoria.

McKitterick, R. (2005), ‘The Carolingian renaissance of culture and learning’, Charlemagne: empire and society, Manchester, 151-166.

Ochsenbein, P., Schmuki, K., ed. (2002), Studien zum St. Galler Klosterplan II, St. Gallen.

 


O manuscrito medieval.

5 Novembro 2024, 09:30 Angélica Varandas

Da pele ao pergaminho: o fabrico do manuscrito medieval.


Roma/25 de Dezembro/800: renascimento imperial e política cultural – o programa carolíngio.

4 Novembro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado

1.      O Novo Império Romano: o dia de Natal do ano 800 em Roma – o papa Leão III e Carlos Magno.

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2.      Reconstruir o Império em Aquisgrano.

a.      Pepino, o breve (714-751-768), e a Donatio Pepini:

                                            i.     As disputas pelo controlo de Itália: os Lombardos e o Império Bizantino/Romano do Oriente. A intervenção de Pepino IV.

                                           ii.     a constituição de um território governado pelo bispo de Roma (756). A confirmação por Carlos Magno em 774.

                                         iii.     a declaração do rei dos Francos como defensor de São Pedro.

b.     A contestação a Leão III (795-816) em Roma.

c.      A ilegalidade de Irene, imperatriz de Constantinopla (752-797-803).

d.     O Novo Império Romano: o dia de Natal do ano 800 em Roma – reviver o título imperial no eixo Reno-Mediterrâneo.

 

3.      Recuperar e preservar o saber.

3.1   QUATRO OBJECTIVOS:

                                            i.     simbólico/cultural: recuperar o império romano cristão da Antiguidade tardia no final do s. VIII-início do s. IX. Garatir uma efectiva translatio imperii – que corresponda a uma translatio sutdii.

                                           ii.     Religioso: compreender a teologia e defender a ortodoxia; uniformizar a liturgia.

                                         iii.     Administrativo: administrar um império.

                                         iv.     Territorial: tornar o eixo Norte de Itália-Reno como centro cultural.

 

Embora toda a Europa tenha sido outrora devastada pelo fogo e pela espada de godos e hunos, agora, pela misericórdia de Deus, a Europa resplandece com igrejas como o céu com estrelas.

Alcuíno, Carta 26.

 

4.      Os espaços.

4.1   A capela palatina de Aquisgrano (792-805): sob o modelo de San Vitale de Ravena e do Santo Sepulcro de Jerusalém.

                                               i.     Octaedro

                                              ii.     Trono a oeste em frente ao altar; a orientação oeste-este; o mármore da Igreja do Santo Sepulcro.

                                             iii.     Abóbada com o Pantocrator, o tetramorfo e os 24 anciãos de Apoc. 4.4.

 

 

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Palatine Chapel. Aachen. Germany

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r/GermanyPics - The ceiling of the Palatine Chapel of Aachen Cathedral.

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https://www.khanacademy.org/humanities/medieval-world/carolingian-ottonian/carolingian1/v/charlemagnes-palace-chapel-at-aachen

 

 

 

 

 

5.      Nova translatio: o Império Romano na Alemanha – os Otões.

5.1   Otão I (912-936-962-973), duque da Saxónia e rei da Alemanha.

 

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Selo de Otão I


 

5.2   Otão II (955-973-983). O casamento com Teófanu (sobrinha-neta do imperador Nicéforo II); a morte e sepultura em São Pedro.

 

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Relevo em marfim com Otão II e Teófanu.

Sul de Itália, 972-983.

Marfim, quatro orifícios de fixação, alguns danificados. Alt. 18,5 cm, Larg. 10,6 cm.

Paris, Musée Nationale du Moyen Age, Thermes & l’Hôtel de Cluny, Inv. Nr. Cl. 392.


 

 

 

5.3   Otão III (980-983-996-1002). O túmulo de Carlos Magno. As expectativas do fim do mundo. O imperador de regresso a Itália: as obras no Palatino. Gerberto de Aurillac-Silvestre II (999-1003).

 

“Ele (isto é, Carlos Magno) não jazia deitado, como fazem os mortos, mas estava sentado como se estivesse vivo. Trazia uma coroa dourada e segurava um cetro na mão enluvada. As unhas tinham perfurado as luvas e estavam à vista. Sobre ele havia um dossel de calcário e mármore, que quebrámos ao entrar. Assim que entrámos, fomos atingidos por um forte cheiro. De imediato, prestamos homenagem de joelhos ao Imperador Carlos, e o Imperador Otão vestiu-o ali mesmo com trajes brancos, cortou-lhe as unhas e reparou os danos causados. O Imperador Carlos não havia perdido nenhum dos seus membros devido à decomposição, exceto apenas a ponta do nariz. O Imperador Otão substituiu esta por uma peça de ouro, retirou um dente da boca de Carlos, selou a entrada da câmara e retirou-se novamente”.

Chronicon Novaliciense 3.32, ed. G. C. Alessio (Turin, 1982), 182. (med.-séc. XI, baseado supostamente no testemunho do conde Otão de Lomello).

 

 

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Evangelhos de Otão III (996-100)

 

 

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Selo de Otão III

 

 

Rodrigo Furtado

Bibliografia:

Brown, P. (2013rev.),  The rise of Western Christendom. Triumph and diversity. AD 200-1000, Malden, MA-Oxford, West Sussex, 434-462.

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Contreni, J. (1992), Carolingian learning, masters and manuscripts, Hampshire.

Contreni, J. (1995), ‘The Carolingian renaissance: education and literary culture’, The New Cambridge Medieval history. 2. C. 700-c. 900, Cambridge, 709-757.

Costambeys, M.-Innes M., Maclean, S. (2011), The Carolingian world, Cambridge.

Innes, M. (1999), State and society in the early Middle ages, Cambridge, 118-128, 172-241.

McKitterick, R. (1992), ‘Royal patronage of culture in the Frankish kingdoms under the Carolingians: motives and consequences’, Settimane di studio del Centro italiano di studi sull’alto Medioevo 39, Spoleto, 93–135.

McKitterick, R., ed. (1993), Carolingian culture: emulation and innovation, Cambridge.

McKitterick, R. (2005), ‘The Carolingian renaissance of culture and learning’, Charlemagne: empire and society, Manchester, 151-166.

McKitterick, R. (2008), Charlemagne: the formation of an European identity, Cambridge.

Nelson, J. (1977), ‘On the limits of the Carolingian renaissance’, Renaissance and renewal in Christian history,  Oxford, 51-69.

 


O bestiário.

31 Outubro 2024, 09:30 Angélica Varandas

A articulação entre o texto e a imagem.

As narrativas animais: os casos do leão, da pantera e da sereia.


Translationes imperii/regni: Roma – Aquisgrano, Toledo – Oviedo – Leão.

30 Outubro 2024, 12:30 Rodrigo Furtado


 

I.                O conceito de translatio imperii/translatio regni.

1.      Emílio Sura (s. II a.C.), Dionísio de Halicarnasso e Vergílio: a unificação do orbe;

2.      Eusébio de Cesareia e a Crónica: o esquema do livro.

 

Ver: https://digital.bodleian.ox.ac.uk/objects/71e1863f-9c42-4461-b948-393cd976765a/surfaces/23871225-28ef-4829-a814-986332bea2fc/

 

3.      Orósio: Babilónia/Pérsia, Macedónia, Cartago, Roma. Roma como fim da história.

4.      Quem sucede a Roma? A resposta óbvia: Constantinopla.

 

II.              Roma mantém-se: os Ostrogodos de Teodorico, o Grande.

1.     A Itália do ano 476: a deposição de Rómulo Augústulo e a devolução das insígnias imperiais por Odoacro.

2.     A chegada de Teodorico (489-493):

                                             1.     Um homem educado em Constantinopla que sabia mais Grego que a maioria dos Itálicos;

                                             2.     Ostrogodos empurrados para Ocidente;

                                             3.     Os títulos de patricius e de rex;

3.      O valor da estabilidade e a ‘conquista’ da aristocracia senatorial: prosperidade e crescimento económico na primeira metade do s. VI. Roma afinal mantém-se.

3.1   A imitação imperial por Teodorico;

3.2   O restauro e construção de monumentos; panes et circenses; o aduentus e os tricennalia em Roma do ano 500; semper Augustus.

 

Map of the Empire of Romans and Goths under the rule of Theodoric - 523 AD  : r/imaginarymaps

 

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III.            A translatio hispânica: de Roma para Toledo para Oviedo.

1.      Leovigildo (569-585) e a conquista visigótica de quase toda a Península Ibérica.

                                               i.     Os símbolos do poder régio: diadema, ceptro, púrpura, trono;

                                              ii.     Fundações: Recópolis; uma nova capital: Toledo: uma nova Constantinopla;

2.      Recaredo e o III Concílio de Toledo (589): o vocabulário: princeps, rex, Flavius.

3.      Oviedo e o reino das Astúrias na primeira metade do século IX.

Rodrigo Furtado

Bibliografia Sumária

Breed, B. (2021), ‘The politics of Time: epistemic shifts and the reception history of the Four Kingdoms Schema’, Four Kingdom Motifs before and beyond the Book of Daniel, Leiden-Boston, 300-328.

..………………………………………

Collins, R. (1983), ‘Poetry in ninth century Spain’, Papers of the Liverpool Latin Seminar 4, 181-195.

Collins, R. (19952), Early Medieval Spain: Unity in Diversity, 400-1000, New York.

Contreni, J. (1992), Carolingian learning, masters and manuscripts, Hampshire.

Deswarte, Th. (2003) De la destruction a la restauration. L’idéologie du royaume d’Oviedo-León (VIIIe-XIe siècles), Turnhout.

Furtado, R. (2016), ‘The Chronica Prophetica in MS. Madrid, RAH Aem. 78’, Forme di accesso al sapere in età tardoantica e altomedievale VI,Trieste, 2016, 75-100.

James, E., ed. (1980), Visigothic Spain: New Approaches,  Oxford. 

McKitterick, R. (2008), Charlemagne: the formation of an European identity, Cambridge.

McKitterick, R., ed. (1993), Carolingian culture: emulation and innovation, Cambridge.

Nelson, J. (1977), ‘On the limits of the Carolingian renaissance’, Renaissance and renewal in Christian history,  Oxford, 51-69.

Pocock, J. G. A. (1999), ‘The historiography of the translatio imperii’, Barbarism and religion. 3. The first decline and fall, Cambridge.

Valverde Castro, M. R. (2000). Ideología, simbolismo y ejercicio del poder real en la monarquía visigoda: un proceso de cambio, Salamanca.