Sumários
Apresentação. Programa. Bibliografia. Avaliação
16 Setembro 2024, 12:30 • Rodrigo Furtado
| 1. Programa |
Da Cultura da Antiguidade tardia à Cultura Medieval
I. Antiguidade tardia (ss. IV-VII)
1. ‘No princípio era o Logos’: o Cristianismo como uma religião clássica. Neoplatonismo e Cristianismo.
2. A conversão de Constantino e a cristianização da sociedade: o que aconteceu aos deuses clássicos?
3. Ciceronianus e/ou Christianus? ‘Onde estiver o teu tesouro, aí está também o teu coração’.
- A complexificação de Deus – _debates em torno da divindade cristã e a definição da Trindade.
5. A cristianização do eremitismo pagão: o microcosmo monástico e a configuração da sociedade cristã.
6. O saque de Roma e Agostinho: o nascimento da filosofia política medieval.
7. Inscrever Deus no espaço e reconhecê-lo no tempo: a inteligibilidade cristã do mundo e da história.
8. A morte de Vergílio? Educação e cultura na Hispânia visigoda. O caso de Isidoro de Sevilha.
9. O desafio ao imperialismo cristão: a Hégira e o triunfo do monoteísmo islâmico.
II. Idade Média (ss. VIII-XV).
10. Quando o mundo não acaba: translationes imperii/regni: Roma – Aquisgrano, Toledo – Oviedo – Leão.
11. Roma/25 de Dezembro/800: renascimento imperial e política cultural – o programa carolíngio.
12. Scriptoria, livros e bibliotecas: o que se guardava? O que se copiava? O que se lia?
13. O Islão peninsular: a transmissão do saber clássico. Sobre a ‘escola de tradução de Toledo’.
14. A reforma gregoriana: a sacralização da sociedade e a monarquia papal.
15. Heresias, mendicantes e ‘novas’ propostas de sabedoria/espiritualidade: repensar a Igreja.
16. Desenvolvimento urbano e nascimento da universidade. Para uma ‘democratização’ da cultura?
17. A descoberta de Aristóteles: a Escolástica como método e o triunfo da Razão lógica.
18. A nova cultura aristocrática: a codificação das virtudes guerreiras e o amor cortês.
19. A construção dos novos reinos: rei, festas rituais, língua, unidade étnica e igrejas ‘nacionais’.
20. O triunfo da contestação – o Renascimento: as origens medievais de uma construção ideológica.
2. Bibliografia |
a) P. Brown (1971), The world of Late Antiquity from Marcus Aurelius to Muhammad, London, 49-68.
b) M. Humphries (2018), ‘Christianity and paganism in the Roman Empire, 250–450 ce’, A companion to religion in Late Antiquity, Malden, MA, 61-80.
c) R. van Dam (2007), The Roman revolution of Constantine, Cambridge, 283-362.
d) G. O’Daly (1999), Augustine’s City of God. A reader, Oxford, 1-38.
e) B. Breed (2021), ‘The politics of Time: epistemic shifts and the reception history of the Four Kingdoms Schema’, Four Kingdom Motifs before and beyond the Book of Daniel, Leiden-Boston, 300-328.
f) P. Brown (2013), The rise of Western Christendom. Triumph and diversity. AD 200-1000, Malden, MA, Oxford, West Sussex, 434-462.
g) R. McKitterick (1989), The Carolingians and the written world, Cambridge, 165-210.
h) G. Strohmaier (2009), ‘The Greek heritage in Islam’, The Oxford handbook of Hellenic Studies, Oxford.
i) Ch. Burnett (2011), ‘Communities of learning in twelfth-century Toledo’, Communities of Learning. Networks and the Shaping of Intellectual Identity in Europe, 1100–1500, Turnhout, 9-18.
j) A. Meyer (2009), ‘Papal monarchy’, Companion to the Medieval world, Malden, MA-Oxford-Chichester, 372-396.
k) G. G. Merlo (2014), ‘Christian experiences of Religious non-conformism’, The Oxford handbook of Medieval Christianity, Oxford.
l) T. B. Noone (2002), ‘Scholasticism’, A companion to Philosophy in the Middle Ages, Malden, MA, Oxford, Victoria, 55-64.
m) Ph. Rosemann (2009), ‘Philosophy and Theology in the Universities no companion to Medieval world’, Companion to the Medieval world, Malden, MA-Oxford-Chichester, 544-560.
n) R. E. Barton, R. E. (2009), ‘Aristocratic culture: kinship, chivalry and court culture’, Companion to the Medieval world, Malden, MA-Oxford-Chichester, 500-524.
o) J. Watts (2009), The making of polities. Europe, 1300-1500, Cambridge, 68-98.
p) N. Mann (1996), ‘The origins of humanism’, The Cambridge companion to Renaissance humanism, Cambridge, 1-19.
3. Avaliação |
Teste 1: 1/3 da nota final
Matéria: Ponto I do Programa
Data: 28 de Outubro de 2024, à hora da aula, presencial. Inclui:
Estrutura: perguntas de resposta curta (variável: entre 1 e 10 linhas) e escolha múltipla.
três perguntas de desenvolvimento médio (ca. ½ página A4 cada).
uma pergunta de desenvolvimento (ca. 1-1 ½ páginas A4)
Teste 2: 1/3 da nota final
Matéria: Ponto II do Programa
Data: 8 de Janeiro de 2025, à hora da aula, presencial. Inclui:
Estrutura: perguntas de resposta curta (variável: entre 1 e 10 linhas) e escolha múltipla.
três perguntas de desenvolvimento médio (ca. ½ página A4 cada).
uma pergunta de desenvolvimento (ca. 1 ½-2 páginas A4)
Trabalho: 1/3 da nota final
Briefing
Introdução
Imagine que é responsável numa empresa de comunicação vocacionada para trabalhar com cultura. Eu sou Director de um museu. Vou ter com a sua empresa com um briefing: quero promover as peças medievais da minha colecção. Deve pegar numa qualquer peça do meu museu, produzida até 1500, e (i) fazer uma descrição/explicação da mesma; (ii) compreender(interpretar a sala onde ela se encontra no museu; e (iii) pensar numa proposta de exposição centrada nessa peça, mas que pode conter outras peças deste ou de quaisquer outros museus nacionais ou estrangeiros.
Requisitos:
A. O projecto deve constar de três partes:
1. OBJECTO (2000 palavras): 35% da nota
a) escolha um objecto de arte medieval que lhe interesse, produzido entre os anos 300-1500, e que se encontre num qualquer museu à sua escolha, que possa visitar (pintura, ourivesaria, escultura, mobiliário, cerâmica);
b) descreva pormenorizadamente o objecto. Não interessam especialmente as características artísticas per se porque este não é um projecto de História de Arte, mas de Cultura e Comunicação. Descreva com o máximo de pormenor o que vê. Descreva todas as partes ou elementos do objecto (imagem principal, imagens mais pequenas ou secundárias), e identifique as cenas e personagens que nele estão representados. Qual o significado dessas cenas e personagens em termos simbólicos? O que quis o autor (mesmo que ele seja desconhecido) dizer?
c) Procure saber: quando, quem, para quem, onde, porquê? (por vezes não conseguimos responder a todas estas perguntas; podemos avançar hipóteses plausíveis).
d) Procure explicar em que me medida esse objecto se insere/resulta do contexto cultural da Idade Média; e de que modo ele também ajuda a compreender/estudar a cultura medieval.
e) embora possa usar a internet, tem de provar de algum modo que viu presencialmente o objecto: preferencialmente, uma selfie (eventualmente, bilhete do museu).
2. A SALA ONDE ESSE OBJECTO SE ENCONTRA ACTUALMENTE (1000 palavras): 20% da nota
Todas as salas de um museu supõem uma determinada lógica na sua organização. Um curador não amontoa objectos ao acaso. Sendo assim,
a) de que modo o objecto que escolheu dialoga com os outros objectos (quais?) que se encontram na mesma sala do museu? Qual a narrativa que está por trás dessa sala? Seja concreto.
3. O PROJECTO (2000 palavras): 45% da nota
a) Como imaginaria uma mini-exposição com uma única sala, que integrasse este objecto?
- que objectos colocaria com ele (pode escolher objectos de outros museus, mesmo que não tenha visitado, incluindo no estrangeiro)? Justifique.
- qual o público alvo? Porquê?
- como seria a disposição da sala (pode usar elementos gráficos)?
- como se chamaria a exposição?
- escreva pelo menos um texto curto de apresentação, para o público em geral.
B. O projecto pode ser feito individualmente ou em grupos de dois ou, no máximo, três pessoas.
C. A minha perspectiva como cliente não é de História de Arte. Eu quero contratar um especialista em Cultura (eu quero promover a cultura medieval num museu; quero obrigar a reflectir de que modo lê a cultura medieval num museu; de que modo um museu me ajuda a compreender um período em termos culturais) e Comunicação (quero saber como é que um museu comunica e transmite uma narrativa; de que modo seria possível organizar uma narrativa museológica em torno de um objecto medieval).
D. pode e deve usar bibliografia (textos que encontre que falem do objecto, do período cultural, do contexto histórico, ou de qualquer outro aspecto que considerem relevante); pode usar internet, mas não de forma exclusiva. Esta é uma encomenda séria, que exige uma resposta profissional por parte de alguém com formação superior na área.
E. DATAS:
Até 20 de Outubro por mail: proposta de objecto com uma curta justificação (até 250 palavras).
Até 28 de Outubro: minha resposta.
Até 3 de Novembro por mail: ressubmissão de novo objecto, caso seja necessário.
Até 1 de Janeiro por mail: entrega do projecto
8 de Janeiro: feedback – contrato-vos ou não?