Sumários
O Cinema de Jean-Luc Godard, "Week-end" (1967)
28 Novembro 2016, 14:00 • Fernando Guerreiro
1. Godard, anos 60: 1.1. um cinema da "busca total" e permanente: (re)fazer e desfazer o cinema: partir do zero, uma "tábua rasa" (Rossellini); 1.2. um cinema metapoético: a "forma-ensaio"; um cinema dialógico/ polilógico, da problematização e não da solução, mais "produção" do que "produto"; 1.3. o "genérico" como "abrégé" (temático) e "matriz" (formal): lógica da redução 2D, da iconização das situações e das formas; a "grelha tricolor": sobreposição da função icónica à descritiva; denotação= conotação; 2. a questão da Imagem: atomística, aberta, heterogénea; mais colagem do que montagem; 3. dissociação Som/ Imagem: o Som como inscrição do "real" (fora do campo) e do tempo; situação de guerra (luta de classes) no plano dos signos: situação generalizada de "faux raccord" entre imagens e entre sons e imagens.
* projecção da sequência da ida ao cinema de "Les Carabiniers" de JL Godard
Bibliografia: texto de David Merrit sobre "Week-end" (pasta da cadeira)
A estética do "acidente" em Cortazar/ Godard
23 Novembro 2016, 14:00 • Fernando Guerreiro
A. Resnais/ A. Robbe-Grillet, "L'Année Dernière à Marienbad" (3)
21 Novembro 2016, 14:00 • Fernando Guerreiro
"L'Année dernière à Marienbad" (cont.)
3.3.. um "cinema da mente": o interface espelho-ecrã-cérebro (resnais/ Deleuze); um "realismo mental e formal" (Robbe-Grillet);
3.4. o motivo do "grupo escultórico" no jardim: figura (cifra: hieróglifo) do discurso do desejo e do filme. Como o interpretar? Orfeu e Eurídice?
3.5. circularidade (repetição e variação / diferença): dupla inscrição (em falso: quiasmo) da situação de teatro. O final aberto do filme.
* projecção (comentada) de um dvd do filme e das duas sequências na mesquita de "L'Immortelle" de Robbe-Grillet (1963)
Bibliografia: texto de Susan Sontag sobre Resnais ("Marienbad" e "Muriel") na pasta da cadeira
Alain Resnais/ Alain Robbe-Grillet, "L'Année Dernière à Marienbad" (2)
16 Novembro 2016, 14:00 • Fernando Guerreiro
3. "L'Année Dernière à Marienbad" (1961)
3.1. filme a dois?: o "ciné-roman" (=script) de Robbe-Grillet; o contributo de A. Resnais: psicologismo, o personagem de A (=mulher),o ter havido "encontro"; diferenças entre Resnais e Robbe-Griilet (G. Deleuze: dois tipos de Imagem-tempo: o "eterno-presente" e a "arquitectura de tempos");
3.2. o cinema segundo Robbe -Grillet; i) um narrador exterior, testemunha (observador), localizado; ii) modo no Presente (do Indicativo) das imagens de cinema; o espectador activo;
3.3. o filme: i) o primado do princípio da "forma";ii) a referência estruturante ao Teatro; iii) dois personagens/ duas estéticas: X (o homem)= plano da "consciência"= "memória"; "logos" da ficção; a Literatura; modelo de Arquitectura, o Classicismo: mais estrutural, de exteriores, o jardim francês (Le Nôtre); A (a mulher); objecto em fuga; discurso do desejo; a forma-cinema; modelo de Arquitectura mais decorativo, de interiores: o Barroco.
Do "Nouveau Roman" a "Marienbad" (1)
14 Novembro 2016, 14:00 • Fernando Guerreiro
1. a 2ª modernidade do pós-guerra em França (1945-1959): dois momentos: na Literatura, o "Nouveau Roman", no Cinema, a "Nouvelle Vague";
2. uma nova concepção de cinema: a "caméra-stylo" de Alexandre Astruc (1948): uma forma mais directa, instrumental de cinema como "caligrafia"= escrita das emoções e do pensamento (o exemplo de "Citizen Kane" de Orson Welles, 1941);
3. o "Nouveau Roman": um "novo realismo" (Robbe-Grillet)? "Criação" não "reprodução" ("representação") do real:
3.1. uma "école du regard" (Barthes): literatura óptica, objectiva; realismo míope (do "pormenor"); estética das "superfícies"; "exterioridade" das coisas (vs) sua interpretação= significação (Robbe-Grillet);
3.2. centralidade da "descrição": óptica, total e exaustiva; mais "horizontal" (sintagmática)>vector do Espaço do que "vertical" (paradigmática)>vector do Tempo; fragmentação/ descontinuidade do "pormenor" (vs) articulação narrativa; literalidade (denotação) não "conotação" (crítica da Metáfora);
3.3. autorreferencialidade= noção de "escrita";
4. relações entre Literatura e Cinema (B. Pingaud): 4.1. "espectacularização" da linguagem (literatura)/ "discursivização" do cinema : incorporação/ interiorização do discurso ( função do "comentário" em <off>, de "Citizen Kane" ao documentário de Alain Resnais); 4.2.da crítica da fatalidade da imagem e do carácter "visual" do cinema ao cinema da "duração" (o "tempo" como objecto).
* projecção da CM de Alain Resnais, "Le Chant de Styrène" (1958), com texto de Raymond Queneau.
Bibliografia: Roland Barthes, "Littérature objective " (pasta da cadeira)