Sumários

Introdução à obra de Mcihel Foucault e ao seu programa de uma biopolítica

16 Outubro 2020, 11:00 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

A correlação entre dívida, culpa e modelo liberal da economia contemporânea é sobretudo trabalhada por Michel Foucault nos seus cursos no Collège de France sob o título Nascimento da Biopolítica. Apresentação dos traços gerais da obra deste filósofo.


I. A Natureza do Juízo Declarativo. A - Teorias Clássicas do Juízo Declarativo - 4

15 Outubro 2020, 12:30 António José Teiga Zilhão

Teoria Kantiana do Juízo Declarativo - 3

 
3.1. A tese kantiana de que nem todos os juízos a priori seriam analíticos: em particular, os juízos matemáticos (aritméticos e geométricos) seriam juízos sintéticos a priori. Fundamento desta tese: por um lado, os juízos matemáticos seriam necessários e, portanto, a priori; por outro lado, a simples análise dos conceitos que os constituiriam não seria suficiente para determinar a verdade da relação predicativa neles estabelecida entre o sujeito e o predicado; para esse efeito, seria necessário recorrer a uma síntese, suportada numa intuição; logo, eles seriam também sintéticos.  
 
3.2. Ilustração da tese kantiana de que os juízos matemáticos seriam sintéticos por meio da consideração de dois exemplos.  
3.2.1. Exemplo Aritmético. Considere-se um qualquer juízo que indique correctamente uma soma. A recondução analítica das parcelas dessa soma ao conjunto das unidades que as comporiam, e da operação de soma à junção dessas unidades numa nova totalidade, não nos proporcionaria, só por si, o conhecimento do número de unidades que comporiam a nova totalidade dela decorrente; para obter esse número, seria ainda necessário proceder à contagem das unidades da nova totalidade; mas, para o fazer, seria necessário representar numa intuição o conjunto das unidades da nova totalidade; só assim o seu número poderia ser efectivamente determinado. Neste sentido, mesmo que um juízo aditivo verdadeiro não possa não ser verdadeiro, e, portanto, seja verdadeiro a priori, o mesmo não deixa de ser sintético.        
3.2.2. Exemplo Geométrico. Considere-se a demonstração da primeira proposição dos 'Elementos' de Euclides: 'Sobre qualquer segmento de recta pode traçar-se um triângulo equilátero'. Nesta demonstração, Euclides recorre apenas a postulados, definições e noções comuns (regras lógicas) introduzidas no início da obra; logo, a verdade da sua conclusão seria necessária e a proposição que a exprimiria seria verdadeira a priori; mas a determinação da mesma exigiria também a exibição numa intuição específica dos pontos, segmentos de recta, circunferências e triângulo aos quais se faz apelo na demonstração, por forma a que as relações espaciais nela estabelecidas entre eles pudessem tornar-se inteligíveis para o sujeito cognoscente. O juízo que a teria como conteúdo seria assim também sintético

3.3. O problema colocado pela tese de que existiriam juízos sintéticos a priori. A filosofia kantiana afirma as seguintes três teses: i) toda a intuição é sensível, ii) todo o conhecimento sensível é empírico e iii) nenhum conhecimento empírico pode ser necessário. Como é então possível que existam juízos sintéticos a priori, i.e., juízos que, simultaneamente, seriam necessários e cuja verdade seria apenas determinável pelo recurso à intuição?     


A dívida enquanto acto originário e fundamento da subjectivação política

15 Outubro 2020, 09:30 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

Figuras tradicionais da dívida: as dívida para com os progenitores, a dívida para com os antepassados, a dívida para com o Estado. O paradoxo da dádiva. Será o acto de generosidade o verdadeiro instaurador da dívida como símbolo de gratidão? Regresso a Marcel Mauss.


I. A Natureza do Juízo Declarativo. A - Teorias Clássicas do Juízo Declarativo - 3

12 Outubro 2020, 12:30 António José Teiga Zilhão

Teoria Kantiana do Juízo Declarativo - 2

 
2.1. A distinção kantiana entre juízos a priori e juízos a posteriori. Os primeiros como aqueles cuja verdade pode ser conhecida de um modo independente da experiência; os segundos como aqueles cuja verdade não pode ser conhecida de um modo independente da experiência. Exemplos de juízos a posteriori e de juízos a priori. Carácter epistémico desta distinção (a qual remete para a fonte do conhecimento da verdade dos juízos), por oposição ao carácter semântico da distinção analítico/sintético (a qual remete para o sentido dos termos gerais que compõem o juízo).  

2.2. Problemas colocados pela distinção kantiana a priori/a posteriori. Uma vez que a distinção depende essencialmente do apelo para a experiência, fica a faltar-nos uma definição kantiana de 'experiência'. Há vários autores que remetem a origem do conhecimento a priori para uma 'intuição' ou 'apreensão intuitiva' da verdade dos mesmos. Como poderemos saber que essa 'intuição' é distinta da 'experiência' de que Kant fala?
 
2.3. Ciente de que o mero apelo para a experiência não seria, só por si, suficiente para clarificar a distinção a priori/a posteriori, Kant introduziu também uma dimensão modal na mesma: os juízos a priori seriam necessários, enquanto que os juízos a posteriori seriam contingentes. Os juízos necessários seriam aqueles juízos que, sendo verdadeiros, não poderiam não ser verdadeiros (a sua negação envolveria uma violação do princípio da não contradição); os juízos contingentes seriam aqueles juízos que, caso fossem verdadeiros, seriam tais que poderiam igualmente ser falsos (a sua negação não envolveria uma violação do princípio da não contradição). Segundo a CRP, a necessidade seria uma condição suficiente para a aprioricidade: neste sentido, sendo todos os juízos analíticos necessários, eles seriam também todos juízos a priori. Coloca-se então a questão seguinte: sendo todos os juízos analíticos juízos a priori, será que todos os juízos a priori são igualmente juízos analíticos? 
    


Dívida e má consciência em Nietzsche

12 Outubro 2020, 09:30 Nuno Gabriel de Castro Nabais dos Santos

Como Nietzsdche é conduzido ao conceito de "dívida" na sua busca pela origem da má consciência e da consciência de culpa. A história do tema da "má consciência" na filosofia do sec.XIX - de Hegel e Kierkegaard a Schopenhauer. O próprio Nietzsche, na suas obras anteriores a  Genealogia da Moral, adopta a teoria schopenhaiueriana da "má consciência" como conseguência da finitude da vontade na experiências do arrependimento e do remorso.