Sumários
21 Abril 2020, 08:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
A finalizar os breves apontamentos em torno da obra de Lynn Hunt gostaria de chamar a vossa atenção para dois enunciados relevantes.Um, na pág . 117 , afirma a mútua e implicada constituição fenomenal e temporal entre Social e Individual humanos : " ... a sociedade é feita de e pelos indivíduos , e os indivíduos são moldados pelo seu social ou pelas relações inter-indivíduais ... ". A crescente correlação e mútua implicação de constituição entre o Eu Individual, o Grupo Relacional e o Conjunto Social é uma característica do Historiar do século XXI . A multiplicidade de dados e de avanços na Genética-Biologia, nas Neuro Ciências , nos estudos do Cérebro e da Inteligência Artificial -Natural , na Psicologia Evolutiva ,etc permite perceber que anteriores oposições , hierarquias , exclusões, entre individual e social , herdadas sobretudo do século XIX e primeira metade do século passado, são limitações á investigação,descrição,explicação. : " ... um mundo diferente resulta numa diferente visão do mundo,o que,por sua vez,significa um cérebro diferente..." ( Robert Sapolsky/2018 ).As afinidades de L.Hunt são aqui também com a sociologia histórica de Norbert Elias e a sua Sociedade de Indivíduos,1987.
A obra termina , pág.151 , com a proclamação da necessidade de uma História que seja conhecimento aberto e dialogal, plural,interdisciplinar,mais criação de grupos internacionais de Investigação-Investigadores em diferentes partes do Globo do que produções individuais .É uma forma de afirmar que o Historiar é um macro campo difuso com fronteiras porosas com as Ciências Históricas avançadas , com as tradicionais Humanidades , com algumas Ciências Sociais .
17 Abril 2020, 14:00
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Sérgio de Campos Matos
A historiografia europeia nos finais do s. XIX e princípios do s.XX:
Da
Revue de Synthèse aos
Annales.
Comentário e debate do programa da
Revue de Synthèse (1900).
16 Abril 2020, 08:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
Agora , a cerca de três semanas do final do nosso semestre ,vale a pena disciplinar o tempo de trabalho de modo a procurar alcançar os objectivos prosseguidos e desejados desde Janeiro .Semestre para nós único e novo na nossa vivência mas que , graças ao conhecimento histórico , sabemos ser algo/ pandemia comum e típico ao longo do Tempo-Espaço dos humanos. O que para nós , ao nível do senso- comum , surge como uma natural Singularidade é na verdade uma Regularidade Tipológica ( com constantes e variáveis ) ao nível do conhecimento especializado das ciências e das técnicas .Objectivar o tempo que vivemos é pois possível e saber aproveitar o mesmo é obrigatório .Não esqueçam a frase de L.B. Alberti /1437-1441 : " ...Quem sabe não perder tempo sabe fazer quase tudo, e quem souber aproveitar o tempo será senhor de tudo o que quiser ...".
No acompanhamento prático das duas Leituras que , muito parcialmente , substituem o Teste Individual destinado a provar o trabalho desenvolvido de Janeiro a Abril , vamos olhar, uma vez mais, para alguns dos temas e problemas enunciados por L.Hunt .Logo a abrir o cap. II surge " .. os historiadores apenas recentemente descobriram a globalização ..."/ pág.44 , datando tal dos anos de 1990 , mas ,ao mesmo tempo , mostrando que um perspectivar Global por parte do Historiar é um fenómeno bem anterior . Como articular a especialização crescente do conhecimento histórico com um perspectivar global dos fenómenos temporais humanos é a questão a que se procura responder .Como diferenciar uma perspectiva histórica Global de um temporizar de Globalização ? Que conexões entre Globalização e Modernização ? Que implicações entre economia,cultura,política quando se investiga historicamente questões deste tipo ? Eis algumas das perguntas e respostas que L.Hunt vai formulando entre as páginas 44 e 77 da vossa Leitura.
A seguir encontram todo um cap. votado a Repensar os Temas e os Problemas da Sociedade e do Eu , do Social e do Individual Humanos .Existe um breve levantamento sobre a historicidade destes termos que se tornaram palavras de ordem em várias disciplinas .Existe um assinalar das implicações para o conhecimento histórico de resultados alcançados pelas , por exemplo, neuro- ciências e que podem vir a alterar significativamente alguns dos pressupostos tradicionais da racionalidade do Historiar e das Ciências Sociais . Bom trabalho e muita saúde para todos.
7 Abril 2020, 14:00
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Sérgio de Campos Matos
Condições de produção da historiografia europeia nos sécs. XIX e XX:
universidades, arquivos, bibliotecas, museus, imprensa periódica.
Comentário e debate de estatísticas e mapas do
Atlas of European Historiography.
7 Abril 2020, 08:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
Vale a pena continuarmos o exercício prático de leitura em torno da obra de Lynn Hunt . A análise da primeira página feita na aula anterior pode ser também auxiliar para os Trabalhos de grupo e não apenas para o Relatório sintético e individual que substitui o teste individual-presencial.
Ao longo do semestre vimos que o conhecimento histórico interpreta os Traços-Sinais, qualquer tipo das denominadas Fontes-Documentos , a partir de quatro fundamentos operatórios (ou seja, teórico-práticos ) que são: Imanência,Autonomia,Conjunto,Interdependência. Para alcançar o significado de todo e qualquer traço documental é pois necessária uma primeira análise interna presa ao corpo do Traço . Nos casos de trabalho , tanto o mais analítico como o mais sintético, estamos frente a corpos de escrita-enunciados em tipos como livros,artigos,etc.Também vimos que a interpretação do historiar exige conotação-cotextos-contextos ou seja exterioridade em relação ao Traço-Documento buscando o Ambiente-Mundo da Vida que o fez nascer e viver como presença-Presente.Os três primeiros fundamentos operam para o plano mais interno enquanto que o externo implica a Interdependência.
Acordámos também que os trabalhos são sobre a dimensão mais interna porque não temos condições ,num breve semestre, de elucidar com precisão as questões de implicação cultural,social,política,económica, etc que sempre se colocam a propósito da interpretação de todo e qualquer Traço Documental.
Ao lerem L.Hunt encontram, de forma muito clara , uma constante preocupação em situar os programas académicos de conhecimento - investigação histórica num ambiente sociocultural lato.Mais do que a análise exaustiva deste ou daquele programa vemos uma paisagem global ,até ás páginas 12-13 .Da hegemonia da História Nacional , essencialmente Política , vemos á medida que decorre o século passado o predomínio da História Económica e Social e em seguida o da História Cultural.
A " ... história nacional é ainda o pão e a manteiga do ensino da história em todo o lado ..." ( pag.3) mas as transformações ocorridas na própria história política e nas especializações crescentes por temas criaram uma pluralidade caótica ao longo da segunda metade do século passado. L.Hunt aponta as crescentes relações da História com a Teoria Social,Sociologia,Antropologia,Linguística ,etc como forças que vieram questionar a própria identidade do Historiar.