Sumários
26 Março 2020, 08:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
Como tem sucedido ao longo do semestre, por várias vezes,nas nossas aulas presenciais,vamos hoje voltar a olhar para a análise textual que se pede nos trabalhos.É bom não esquecer que a análise textual é um fundamento chave do conhecimento histórico.Sem análise textual, filológica e semântica,não existe tipo algum de conhecimento histórico, prático e teórico.
Vamos tomar como exemplo um trecho da antologia de P.Gardiner e vamos mencionar a edição / tradução portuguesa sobre a qual a maioria da turma está a desenvolver os trabalhos.O nosso objectivo é, por exemplo,analisar os trechos do " Segundo Epílogo " de
Guerra e Paz,1869 de L.Tolstoi ( 1828-1910),um romance com reflexões históricas.Vale a pena começarmos por ver com atenção as informações de P.Gardiner nas páginas 203 a 205 da edição com que estamos a trabalhar.Se escolhemos só analisar os trechos seleccionados do "Segundo Epílogo " a partir de 2/pag.216 temos,mesmo assim de ler,mesmo sem análise , os trechos desse mesmo Epílogo , pag.205 a 216 para perceber o que vamos encontrar.
O que vamos encontrar com a análise da pág.216 é o problema da " lei da história " versus a questão do "livre arbítrio " tomado como o problema nuclear da história como " ciência". A análise textual revela uma tensão entre a Lei e a condição " livre " proclamada pelo Homem considerado como o " objecto da história ".
Nesta página surge a afirmação de que o problema chave do conhecimento histórico,sem solução e envolto em " contradições e obscuridades ",reside na questão Lei-Livre para usar as categorias do texto.A partir do 4 parágrafo desenvolve -se este tópico com a questão da " vontade " de cada homem ser livre postulando-se que se todos e cada um dos humanos " pudesse proceder " a seu " bel-prazer " não existiria senão caos e a história acontecimento seria tão só " série de ocorrências fortuitas e desconexas".Em seguida voltam elucidações sobre Lei e Livre arbítrio.A análise atenta e sistemática tem de continuar a ser feita nas páginas seguintes de modo a alcançar o essencial dos enunciados relevantes.
Bom trabalho de análise textual e muita saúde para todos.O meu e-mail é : lfbarreto@campus.ul.pt e estou sempre disponível para ajudar no que for preciso.
24 Março 2020, 14:00
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Sérgio de Campos Matos
História e tempo presente. Da historiografia do Renascimento à filosofia da história do s. XVIII.
A historiografia positiva do s. XIX.
Comentário de dois textos de Fustel de Coulanges e do programa da
Revue Historique.
24 Março 2020, 08:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
Em 1875, Fustel de Coulanges ( 1830- 1889 ) , um dos grandes historiadores do século XIX , formulou uma das regras elementares da racionalidade investigativa em História : " ...para um dia de síntese são precisos anos de análise...".Esta regra , de razão e de método, preside a toda e qualquer dimensão do conhecimento histórico. Apenas a análise é criadora .A síntese é sempre um ponto de situação do existente ou seja,uma repetição .Resume que pode ser positivo e criativo conforme a qualidade-quantidade dos anos de análise que tem por trás. Na prática, já todos sabem isto pois uma aula é um exercício de síntese que revela sempre os tempos e os modos da análise ou ,como disse Claude Lévi-Strauss ( 1908-2009) em 1973 : " ...a prova da análise está na síntese.Se a síntese se revela impossível é porque a análise ficou incompleta ...".
Os trabalhos são de análise , de analítica sistemática e exaustiva ,de um pequeno campo textual.Corpo pequeno de objecto de modo a facilitar e melhor possibilitar o objectivo de análise. Mas, para além disto é preciso não esquecer outros procedimentos constantemente repetidos ao longo das nossas aulas.Uma obra é sempre que possível citada na língua e edição original . Por exemplo, os que estão a desenvolver trabalhos a partir da antologia de Patrick Gardiner (1922- 1997) , mesmo que com base na tradução portuguesa que estão a usar e a citar , precisam de se referir á edição original : Gardiner,Patrick ( ed. ) -
Theories of History, N.York,Free Press,1959 .Caso contrário estamos frente a um filósofo inglês que em Lisboa,F.C.Gulbenkian, 1974, ( data da 1 edição da tradução de Vitor de Sá ) publicou em língua portuguesa uma antologia de Teorias da História..Algo possível mas pouco provável e plausível e que sabemos ser falso.A História não é física mas também não é senso comum,opinião ou ficção .É um campo disciplinar de razão crítica,erudita,científica ( nalguns programas de pertença ás Ciências Sociais ).
Os vossos trabalhos são expressão do que alcançaram ou longo do nosso semestre .Semestre que continua activo, sob outras formas, mas que permite até ter agora mais tempo para fazer ainda mais e melhor.Bom trabalho e muita saúde .
20 Março 2020, 14:00
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Sérgio de Campos Matos
História e tempo presente.
A historiografia grega e romana - Heródoto, Tucídides, Políbio Tito Lívio .
19 Março 2020, 08:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
Na aula anterior vimos, uma vez mais, as técnicas e as práticas de análise textual para a leitura quer das duas obras quer dos textos escolhidos como trabalho .O que se procura em ambos os casos é uma ANALÍTICA que objective o Texto-Objecto.Uma leitura que , com provas textuais neste caso, indicie o essencial do enunciado.Vale a pena o uso da mesma abordagem para os apontamentos retirados ao longo das aulas acerca da matéria leccionada.
As duas leituras comuns acordadas são , como todos os que estiveram regularmente presentes nas 11 aulas sabem ,
The History Manifesto ,Cambridge,Cambridge U. Press, 2014 de Guldi,Jo e David Armitage e
Writing History in the Global Era, N. York,Norton,2014 .Da primeira vimos que existe tradução portuguesa, de que desconheço a qualidade , com o título de " Manifesto pela História ",Belo Horizonte,Autêntica Editora,2018 .Nada no entanto substitui a leitura na Língua do Original como vimos a propósito de obras em Grego ,Latim, Alemão ,Françês ,Italiano ,etc . Foi também mencionada , em alternativa a Lynn Hunt, como caso excepcional , a obra
What is Global History ? ,Princeton , Princeton U. Press,2016 de Sebastian Conrad de que existe tradução portuguesa ( Lisboa,Ed.70,2019).
As duas obras em leitura devem ser analisadas na sua individualidade própria, no seu todo e nas suas partes, nos seus enunciados chave de temas e de problemas .Desejo um bom trabalho e muita saúde a todos e a cada um .