Sumários

Estudar a cultura: da prática hermenêutica ao trabalho de campo

18 Novembro 2024, 14:00 Nuno Miguel Ribeiro de Medeiros

Estudar a cultura: da prática hermenêutica ao trabalho de campo.


Consequências culturais de situações de conflito entre instâncias de poder

18 Novembro 2024, 12:30 Vanda Maria Coutinho Garrido Anastácio

A Censura de livros durante a Monarquia Dual. 

O pacto de Tomar.
Independência da Inquisição portuguesa.
Censura e poder real no período da Restauração


Class 17

15 Novembro 2024, 11:00 Mário Vítor Bastos

In this lecture, cultural universality and particularity were explored, emphasizing how universal emotions—such as joy, sorrow, and pain—have historically connected people across diverse cultures. The lecture highlighted the Bauhaus movement, founded in 1919, as a significant example of an artistic and architectural approach aimed at making innovative design accessible and functional. The Bauhaus emphasized minimalism and practicality, influencing global architecture and design, especially in its goal to create functional, affordable, and aesthetically simple objects for mass production.

Cultural relativism was also discussed, explaining that while cultures often appear unique to their regions, they share universal connections to human experience and nature. A contrast was drawn between the structured, minimalist style of Bauhaus architecture and traditional forms, such as Italian cityscapes or Japanese gardens, which integrate more fluidly with natural surroundings.

The lecture later turned to political critiques of Bauhaus, noting recent opposition from nationalist groups in Germany who argued that the movement’s modern, cosmopolitan aesthetics threatened regional identity. Environmental activism was also examined, specifically "guerrilla gardening," as a peaceful form of resistance encouraging urban spaces to reconnect with nature.

In closing, students were encouraged to balance intellectual pursuits with active engagement in the world, challenging them to move beyond academics and interact directly with their environment and cultural dialogues. The suggestion was made to plant gardens or participate in creative, socially impactful activities as ways to bridge culture, nature, and personal expression.


Aula 17

15 Novembro 2024, 08:00 Mário Vítor Bastos


A aula centrou-se nas interseções entre linguagem, cultura e política, examinando as bases filosóficas do estudos das culturas e as suas implicações na sociedade. O professor enfatizou inicialmente as características pessoais únicas da linguagem e da cultura. observou-se como a expressão se manifesta através de formas linguísticas universais, particulares e individuais.

A partir do conceito de “animal político”, de Aristóteles, argumentou-se que o comportamento político humano não tem equivalente no reino animal. O professor analisou os comportamentos políticos, observando a sua natureza exclusivamente humana e ligando-os ao papel da cultura na formação da ordem social para evitar o caos.

Abordou, como caso de estudo, o movimento da escola de vanguarda Bauhaus, explorando as suas influências estéticas, sociais e políticas, especialmente na promoção dos princípios do design modernista. O professor recordou como o movimento foi politicamente atacado, em particular pelos nazis, devido ao seu universalismo percebido e ao contraste com ideologias nacionalistas. Destacou-se o impacto da Bauhaus na arquitetura, arte e design, discutindo-se a sua abordagem geométrica e minimalista e a sua influência duradoura na arquitetura moderna em todo o mundo.

Foi feita comparação entre o movimento Bauhaus e o brutalismo soviético, observando-se as trocas e divergências culturais e arquitectónicas entre o modernismo ocidental e o realismo socialista. A aula aprofundou a importância do universal em oposição ao regional na filosofia do design, discutindo as nuances das implicações políticas nos estilos arquitectónicos, incluindo as posições reacionárias de grupos de extrema-direita contemporâneos na Alemanha.

Além disso, a aula abordou a jardinagem de guerrilha como uma forma de activismo climático, destacando intervenções ambientais não-violentas mas impactantes que recuperam espaços públicos com áreas verdes. A aula sublinhou a estética do ativismo, sugerindo como o plantio em “locais inesperados” simboliza resistência e chama a atenção para questões ambientais e políticas sem recorrer à agressão direta.

A aula terminou com reflexões sobre imagens como a fotografia “Earthrise” de 1968, tirada da Apolo 8, que captou a Terra como um planeta azul, simbolizando uma herança universal partilhada. A metáfora visual foi depois alargada a outras referências culturais, como a fotografia “Migrant Mother” de Dorothea Lange, que representava as dificuldades sociais e sublinhava o papel do artista em despertar empatia e consciência sobre os desafios humanos.

O professor terminou com uma reflexão sobre a resiliência humana e o dever do artista de “respirar com o mundo”, sublinhando o poder da arte em conectar-se profundamente com a beleza universal e com as realidades complexas e, por vezes, duras da existência humana.


Olhar os Animais — 2

14 Novembro 2024, 15:30 Amândio Reis

1. Continuação da leitura e da análise de "Porquê Olhar os Animais", de John Berger, com enfoque na "ruptura" em que o autor baseia a sua argumentação e o seu diagnóstico do contraste entre as tradições do passado na relação humano-animal e as tendências do "presente" — entendido como a era industrial, i.e., desde o início do século XIX até aos nossos dias. 

1.1. A coreografia dos olhares (pp. 23-24) e a dinâmica dos pontos de vista; entre o antropomorfismo dos animais e o zoomorfismo dos humanos, ou: o que dizemos de nós mesmos através dos animais?
1.2. Análise, a partir de Berger, de algumas das ilustrações que o artista francês Grandville produziu para o seu volume Scènes de la vie privée et publique des animaux: études de moeurs contemporaines (1842).